A entrevista realizada no Camburi nos permitiu,
graças à ajuda de Claudia de Oliveira, observar com atenção as variantes da
língua caiçara em uma transcrição quase literal do relato do entrevistado ante
nossas perguntas.
Todo
mundo criava, um criava dez, otro criava 20, otro criava 30 cabeça de porco,
né. Ai, meu pai tinha 25, 30. Então, quando foi uma época, meu pai disse ansi.
Tinha dois bem gordo, e ele achava que era muito pra mata pra família. Ai eu me
lembro como se fosse onti né. Um dia meu pai disse ansi: -Meu filho ocê vai no
vizinho, na vizinhança, onde mora seus tio e oferece quem interessa em compra
uns quilo de carne de porco, eu quero mata ele, mas acho que é muita carne pra família,
ele ta muito gordo, muito cevado. Ai eu sai de manhã, tomei o café em casa e
vim pela vizinhança, que tinha muita gente. Ai eu comecei a chega na casa dum,
na casa de outro e oferece.