O QUILOMBO DA CAÇANDOCA (I)
Há coisa de um ano, o cronista Francisco Ruiz, passando uns dias de verão em Ubatuba, fez questão de conhecer um espaço que recebia muita badalação: o Quilombo da Caçandoca. É muito interessante o seu texto; deverá provocar boas reflexões aos mais sensatos. Afinal, são observações de uma área no espaço da cultura caiçara, com reflexos de uma mentalidade que se distancia do ser caiçara trabalhador, preservador da natureza e do espírito comunitário. É triste ver pobres degradando e querendo fazer o mesmo papel dos exploradores, muitas vezes por ganância, ingenuidade ou por ausência de uma reflexão em torno da identidade cultural. São poucos que remam contra a maré. Pior ainda é saber que grande parte desses pobres se alimenta da cultura do assistencialismo, de esperar as cestas básicas do governo e por aí afora.
Depois de mais de uma semana tomando sol na praia da Lagoinha, meu corpo já estava se sentindo como bacalhau de porta de venda e implorando por um banho de cachoeira na mata. Seguindo indicação de amigos, peguei o carro e parti para o Sertão do Quina, na encosta da Serra do Mar, bem atrás da Praia da Maranduba, Ubatuba SP.
Antes da praia, cartazes indicam que estou adentrando os limites do quilombo. Preparo-me para encontrar os primeiros negros, que eu imaginava instalados, pacata e bucolicamente,
naquele recanto à beira-mar.
(Continua! Oba!)
naquele recanto à beira-mar.
(Continua! Oba!)
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