terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
UBATUBA ANTIGA..........Especial " Paz de Iperoig "
Foto antiga da Cruz de Iperoig , localizada na Praia de Iperoig, conhecida hoje como Praia do Cruzeiro , região central de Ubatuba-SP .
Acima também desenho que ilustra o Chefe Tamoio Aimberê
14 de setembro - Um Tratado de Paz para selar o Encontro
O conflito de interesses que marcou a chegada e o encontro entre portugueses e tupinambás no século XVI, teve uma trégua importante no cenário da conquista, graças à mediação diplomata do padre José de Anchieta e Manoel da Nóbrega. O papel dos jesuítas foi crucial, mas não no sentido que aponta a história tradicional. Eles conseguiram promover o famoso Tratado de Paz, que segundo a tradição, selou-se no dia 14 de setembro de 1565, na antiga aldeia de Iperoig, hoje cidade de Ubatuba.
Entretanto, esse Tratado não redundou no propósito de convivência harmoniosa almejada pelos apóstolos da Companhia de Jesus. Os Tupinambás ou Tamoios da região - diz Anchieta nas suas Cartas - estavam dispostos a negociar porque a configuração das alianças estava mudando no contexto da guerra. A Confederação dos Tamoios era aliada aos conquistadores franceses que os proviam com a exuberância das armas e espadas; vestes e ferramentas podendo negociar estes utensílios pelo pau - brasil. Por outro lado, os portugueses eram aliados de seus arquiinimigos os tupiniquim, considerados traidores vicerais da causa tupi, isto é, da causa fiel aos ancestrais da tribo. A paz nesse sentido, era almejada pelos tamoios para continuar guerreando e poder comer esses velhos inimigos em um ato sagrado de sacrifício, estes haviam triunfado sobre os tupinambás mais de uma vez aliados aos dominadores portugueses.
Anchieta e Nóbrega chegaram de barco a Iperoig para as negociações, foram rodeados de canoas e deram de cara com Coaquira, chefe da aldeia que os hospedou como embaixadores de paz. Iperoig foi o sitio das assembléias que ouviu as queixas contra os portugueses: atrocidades, traições, incêndios, intrigas e capturas de índios tratados a ferro de escravos. No meio dessas discussões Anchieta se retira e escreve na areia da praia, o célebre poema à Virgem Maria, segundo conta a lenda. O relevante deste episódio são as circunstâncias em que o poema foi concebido, no ritmo bárbaro da luta entre a fé e o instinto, transparecendo a angústia do conflito que motiva o evangelizador.
Aimberé, o líder da Confederação, sucessor de Cunhambebe que havia morto por causa de uma epidemia, trazida pelos europeus e que dizimou grande parte dos índios, viaja para a Capitania de São Vicente, enquanto
Anchieta e Nóbrega ficam cativos em Iperoig. Mais tarde este último também viaja para o centro das negociações em Piratininga, onde sela o acordo de Paz com Aimberé e as autoridades portuguesas. A partir de então, iniciam-se expedições libertárias dos índios cativos em fazendas ou engenhos da época. De volta a Iperoig, Aimberé se depara com a figura de Anchieta engajada entre os seus, catequizando e ensinando ofícios aos habitantes da aldeia:agricultura, pecuária, alimentação e saúde, ganhando com isto o respeito de toda a taba de Coaquira. Assim, Anchieta após cumprir sua missão volta a São Vicente.
Um breve tempo de paz veio após a assinatura do Tratado de Iperoig. Os índios tornaram-se mais exigentes, na troca de produtos, dando inicio a um novo processo de importações e exportações, receberam teares e gado que ajudaram no progresso econômico das aldeias. No entanto, os portugueses romperam o acordo de pacificação que durou pouco mais de um ano, sujeitando novamente ao trabalho escravo os índios. A guerra começou justamente onde tinha terminado, em Iperoig com a invasão das duas aldeias de Coaquira, uma vez morto o velho guerreiro, levaram os sobreviventes ao cativeiro. Os tamoios não cederam a essa quebra do Tratado, mas Men de Sá entrou com todo o poder de fogo tingindo este episódio de sangue, daqueles que foram chamados pelo jesuíta missionário de "filhos da terra".
Este é o pano de fundo desse Tratado de Paz que se celebra o dia 14 de setembro em Ubatuba, uma saga que coloca o município como cenário do primeiro Tratado das Américas.
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Por Juan Droguett e Jorge Otávio Fonseca, autores do livro Ubatuba - espaço, memória e cultura (2005)
ACOMPANHE AGORA A 14 ª PARTE DO LIVRO " UBATUBA, ESPAÇO,MEMÓRIA E CULTURA"
2. ANCORA NOS PRINCIPAIS ATRATIVOS CULTURAIS DA CIDADE
Uma âncora é sinal de suspensão de uma trajetória ou travessia, este é o significado mais próximo do estado necessário para apreciar os chamados atrativos culturais de Ubatuba, como de qualquer outro destino turístico. Os atrativos naturais são uma dádiva da natureza sempre em movimento, daí o caráter itinerante da nossa viagem pelas praias da região escolhida. Em contrapartida, os atrativos culturais são frutos da intervenção humana ao longo do tempo, tudo aquilo que é da ordem da história e da cultura de um povo.
Portanto, um atrativo cultural se define pela capacidade humana de interferir no espaço natural. Américo Pellegrini define como elementos cruciais do patrimônio cultural: conjuntos e lugares. Conjuntos são agrupamentos de construções, isoladas ou reunidas, cuja arquitetura, unidade e integração na paisagem, lhes proporcionam um valor universal excepcional do ponto de vista da história, da arte e das ciências. Lugares são obras do homem e da natureza, assim como zonas que incluem sítios arqueológicos que também possuem um valor excepcional do ponto de vista: histórico, estético, etnológico ou antropológico (Pellegrini, 1999: 98).
Certamente, estas definições de Pellegrini vêm de encontro com os lugares que escolhemos para ilustrar o patrimônio cultural de Ubatuba. Começando pela Igreja Matriz, marco de entrada da colonização portuguesa na aldeia de Iperoig e terminando no Corcovado, ponto de encontro entre a terra e o céu de Ubatuba, lugar excepcionalmente destacado por guardar o passado mítico de seus primeiros habitantes e as lendas que povoam o imaginário cultural da região. Os 8 atrativos culturais de Ubatuba selecionados para mostrar a sua relação com a história e a cultura da cidade serão: a Igreja Matriz, a Cadeia Velha, Ruínas da Lagoinha, a Casa da Farinha, o Aquário, o Projeto TAMAR e o Casarão do Porto – FUNDART e o Corcovado, entre a terra e o céu de Ubatuba.
1. A IGREJA MATRIZ
Localização
A Igreja Matriz encontra-se na praça situada bem no centro da cidade de Ubatuba com as ruas nas laterais: Dona Maria Alves e Condessa de Vimieiro, atrás a Rua Jordão Homem da Costa e à frente a Rua Dr. Félix Guisard.
Horário de Funcionamento
Missas durante a semana e sábado: às 7 h e 19:30 h.
Domingos: 7, 9, 18 e 19:30 h.
Escritório Paroquial: durante a semana das 13:30 às 17:30 h.
A Igreja Matriz de Ubatuba é um prédio histórico capaz de satisfazer o interesse do público pelo passado. A primeira construção da Igreja Matriz foi dedicada a Nossa Senhora da Conceição, segundo nos relata Washington de Oliveira, no seu livro Ubatuba – Documentário (1977), antes das ruas serem asfaltadas podiam ser vistas a olho nu, as lajens que serviam de alicerces à Igreja . Nas escavações feitas no lugar, acharam-se ossadas humanas, cadáveres que foram sepultados de acordo com a tradição eclesial, provavelmente sejam corpos pertencentes a clérigos ou nobres da época a quem correspondia tal privilégio.
O primeiro templo devia ser pequeno e em mal estado – observa o historiador -, por essa razão, providenciou-se a construção de uma nova Matriz que teve início na segunda metade do século XVIII. Por decisão da Câmara de São Sebastião, da então Província de São Paulo, que legislava a respeito da Vila de Ubatuba, determinou-se a construção de uma nova Igreja Matriz em vistas de que a existente estava em estado “deplorável”, e assim foram fixadas contribuições para este nobre propósito.
Muitos foram os empecilhos após a declaração da Câmara de São Sebastião (1798), que assombraram o projeto da Igreja Matriz. Problemas nos alicerces, madeiras corrompidas e irregularidades nas paredes constituíam um vexame para o Império que na Matriz de Ubatuba visualizava um emblema de seu poder temporário.
O dilatamento da burocracia em relação ao início das obras deixou-se ver até o ano de 1835, quando a Igreja Matriz ainda estava nos inícios de sua edificação. Por esta razão, os habitantes da cidade procuraram organizar uma loteria beneficente em prol das obras do empreendimento religioso . Documentos da época caracterizam um tipo de discurso persuasivo em função do louvor e das preces a Deus como primeiro e último beneficiário de tal elevação, vale a pena esclarecer que o destinatário direto de tais benefícios era o próprio Rei ou Imperador que, em última instância, mediava as leis que regiam a ordem celeste e terrena.
A grande contribuição para a Igreja veio do povo, principalmente, como reafirma o historiador anteriormente citado, “do suor derramado pela mão escrava”, desejosa de conciliar: os interesses públicos com os privados, em torno de um templo de arquitetura colonial no litoral paulista.
A morosidade da época e a grandiosidade da empresa Matriz arrastaram a obra até os alvores do século XX, momento a partir do qual Washington de Oliveira passa a ser testemunha ocular . O historiador, pesquisador e ex – prefeito de Ubatuba descreve por meio de fotogramas da cidade, o estado da Matriz no século XIX, uma Igreja totalmente erguida, mas sem torres, ostentando uma pequena água – furtada onde estariam os sinos. Nessas fotografias aparecem as atuais palmeiras plantadas pelo Intendente Municipal Francisco Pires Nobre e, segundo testemunhas, funcionava também um relógio visível à distância e que por muito tempo marcou as horas da cidade .
A Igreja Matriz hoje tem uma torre que lhe dá o aspecto de inacabada. Até 1904, relata “Seu Filhinho” não existiam bancos no interior da Igreja, as devotas ubatubenses assistiam a missa em pé ou ajoelhadas. Nesse mesmo ano, o Coronel Francisco Pereira foi o festeiro do Divino Espírito Santo que conseguiu que esta festa patrocinasse as despesas na melhoria da Igreja.
O Padre Paschoal Reale, reconhecido vigário na história de Ubatuba atendia esta cidade e a Ilha Bela, na sua gestão demoliu a Igreja do Rosário que ficava na atual Praça Nossa Senhora da Paz. Aproveitando o material e os auxílios angariados fizera rebocar, forrar e dotar o piso da Capela – Mor e transferiu para lá o Altar – Mor de Exaltação à Santa Cruz.
Em 1956, os Frades Franciscanos Conventuais: Frei Tarcísio Miotto, Frei Vittorio Valentini e Frei Vittorio Infantino tomaram conta da Igreja Matriz oferecendo todos os cuidados que ela precisava. Desde 1980, o vigário Frei Mangélico Maneti empreendeu a restauração do templo trocando a madeira, o decorado interior da nave principal restaurando os corredores e substituindo todo o reboco externo até a pintura total da fachada.
Este espaço de devoção é um dos principais atrativos culturais de Ubatuba, a memória viva da evangelização na configuração do contexto urbanístico do Novo Mundo. Além de a Igreja Matriz representar o esforço de sua população, ela é uma imagem fiel do sacrifício da Santa Cruz e do espírito de luta de São Pedro Pescador que hoje é um reflexo da identidade caiçara de Ubatuba.
FONTE : Livro Ubatuba, espaço, memória e cultura.
editado em 2005 - Ed. Arte e Letras
Autores : Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca
Este livro pode ser encontrado na Biblioteca Municipal de Ubatuba, Praça 13 de Maio, 52 -Centro.
Uma âncora é sinal de suspensão de uma trajetória ou travessia, este é o significado mais próximo do estado necessário para apreciar os chamados atrativos culturais de Ubatuba, como de qualquer outro destino turístico. Os atrativos naturais são uma dádiva da natureza sempre em movimento, daí o caráter itinerante da nossa viagem pelas praias da região escolhida. Em contrapartida, os atrativos culturais são frutos da intervenção humana ao longo do tempo, tudo aquilo que é da ordem da história e da cultura de um povo.
Portanto, um atrativo cultural se define pela capacidade humana de interferir no espaço natural. Américo Pellegrini define como elementos cruciais do patrimônio cultural: conjuntos e lugares. Conjuntos são agrupamentos de construções, isoladas ou reunidas, cuja arquitetura, unidade e integração na paisagem, lhes proporcionam um valor universal excepcional do ponto de vista da história, da arte e das ciências. Lugares são obras do homem e da natureza, assim como zonas que incluem sítios arqueológicos que também possuem um valor excepcional do ponto de vista: histórico, estético, etnológico ou antropológico (Pellegrini, 1999: 98).
Certamente, estas definições de Pellegrini vêm de encontro com os lugares que escolhemos para ilustrar o patrimônio cultural de Ubatuba. Começando pela Igreja Matriz, marco de entrada da colonização portuguesa na aldeia de Iperoig e terminando no Corcovado, ponto de encontro entre a terra e o céu de Ubatuba, lugar excepcionalmente destacado por guardar o passado mítico de seus primeiros habitantes e as lendas que povoam o imaginário cultural da região. Os 8 atrativos culturais de Ubatuba selecionados para mostrar a sua relação com a história e a cultura da cidade serão: a Igreja Matriz, a Cadeia Velha, Ruínas da Lagoinha, a Casa da Farinha, o Aquário, o Projeto TAMAR e o Casarão do Porto – FUNDART e o Corcovado, entre a terra e o céu de Ubatuba.
1. A IGREJA MATRIZ
Localização
A Igreja Matriz encontra-se na praça situada bem no centro da cidade de Ubatuba com as ruas nas laterais: Dona Maria Alves e Condessa de Vimieiro, atrás a Rua Jordão Homem da Costa e à frente a Rua Dr. Félix Guisard.
Horário de Funcionamento
Missas durante a semana e sábado: às 7 h e 19:30 h.
Domingos: 7, 9, 18 e 19:30 h.
Escritório Paroquial: durante a semana das 13:30 às 17:30 h.
A Igreja Matriz de Ubatuba é um prédio histórico capaz de satisfazer o interesse do público pelo passado. A primeira construção da Igreja Matriz foi dedicada a Nossa Senhora da Conceição, segundo nos relata Washington de Oliveira, no seu livro Ubatuba – Documentário (1977), antes das ruas serem asfaltadas podiam ser vistas a olho nu, as lajens que serviam de alicerces à Igreja . Nas escavações feitas no lugar, acharam-se ossadas humanas, cadáveres que foram sepultados de acordo com a tradição eclesial, provavelmente sejam corpos pertencentes a clérigos ou nobres da época a quem correspondia tal privilégio.
O primeiro templo devia ser pequeno e em mal estado – observa o historiador -, por essa razão, providenciou-se a construção de uma nova Matriz que teve início na segunda metade do século XVIII. Por decisão da Câmara de São Sebastião, da então Província de São Paulo, que legislava a respeito da Vila de Ubatuba, determinou-se a construção de uma nova Igreja Matriz em vistas de que a existente estava em estado “deplorável”, e assim foram fixadas contribuições para este nobre propósito.
Muitos foram os empecilhos após a declaração da Câmara de São Sebastião (1798), que assombraram o projeto da Igreja Matriz. Problemas nos alicerces, madeiras corrompidas e irregularidades nas paredes constituíam um vexame para o Império que na Matriz de Ubatuba visualizava um emblema de seu poder temporário.
O dilatamento da burocracia em relação ao início das obras deixou-se ver até o ano de 1835, quando a Igreja Matriz ainda estava nos inícios de sua edificação. Por esta razão, os habitantes da cidade procuraram organizar uma loteria beneficente em prol das obras do empreendimento religioso . Documentos da época caracterizam um tipo de discurso persuasivo em função do louvor e das preces a Deus como primeiro e último beneficiário de tal elevação, vale a pena esclarecer que o destinatário direto de tais benefícios era o próprio Rei ou Imperador que, em última instância, mediava as leis que regiam a ordem celeste e terrena.
A grande contribuição para a Igreja veio do povo, principalmente, como reafirma o historiador anteriormente citado, “do suor derramado pela mão escrava”, desejosa de conciliar: os interesses públicos com os privados, em torno de um templo de arquitetura colonial no litoral paulista.
A morosidade da época e a grandiosidade da empresa Matriz arrastaram a obra até os alvores do século XX, momento a partir do qual Washington de Oliveira passa a ser testemunha ocular . O historiador, pesquisador e ex – prefeito de Ubatuba descreve por meio de fotogramas da cidade, o estado da Matriz no século XIX, uma Igreja totalmente erguida, mas sem torres, ostentando uma pequena água – furtada onde estariam os sinos. Nessas fotografias aparecem as atuais palmeiras plantadas pelo Intendente Municipal Francisco Pires Nobre e, segundo testemunhas, funcionava também um relógio visível à distância e que por muito tempo marcou as horas da cidade .
A Igreja Matriz hoje tem uma torre que lhe dá o aspecto de inacabada. Até 1904, relata “Seu Filhinho” não existiam bancos no interior da Igreja, as devotas ubatubenses assistiam a missa em pé ou ajoelhadas. Nesse mesmo ano, o Coronel Francisco Pereira foi o festeiro do Divino Espírito Santo que conseguiu que esta festa patrocinasse as despesas na melhoria da Igreja.
O Padre Paschoal Reale, reconhecido vigário na história de Ubatuba atendia esta cidade e a Ilha Bela, na sua gestão demoliu a Igreja do Rosário que ficava na atual Praça Nossa Senhora da Paz. Aproveitando o material e os auxílios angariados fizera rebocar, forrar e dotar o piso da Capela – Mor e transferiu para lá o Altar – Mor de Exaltação à Santa Cruz.
Em 1956, os Frades Franciscanos Conventuais: Frei Tarcísio Miotto, Frei Vittorio Valentini e Frei Vittorio Infantino tomaram conta da Igreja Matriz oferecendo todos os cuidados que ela precisava. Desde 1980, o vigário Frei Mangélico Maneti empreendeu a restauração do templo trocando a madeira, o decorado interior da nave principal restaurando os corredores e substituindo todo o reboco externo até a pintura total da fachada.
Este espaço de devoção é um dos principais atrativos culturais de Ubatuba, a memória viva da evangelização na configuração do contexto urbanístico do Novo Mundo. Além de a Igreja Matriz representar o esforço de sua população, ela é uma imagem fiel do sacrifício da Santa Cruz e do espírito de luta de São Pedro Pescador que hoje é um reflexo da identidade caiçara de Ubatuba.
FONTE : Livro Ubatuba, espaço, memória e cultura.
editado em 2005 - Ed. Arte e Letras
Autores : Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca
Este livro pode ser encontrado na Biblioteca Municipal de Ubatuba, Praça 13 de Maio, 52 -Centro.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
COMUNICADO DO EDITOR DESTA PÁGINA...
A partir do próximo domingo (24/02), este site passará a ser atualizado semanalmente (uma vez por semana), motivo outros compromissos assumidos pelo editor este e " problemas de ordem técnica".
Agradeço a atenção de todos...
Agradeço a atenção de todos...
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
PERFIL CAIÇARA : DONA OPHÉLIA
Dª Ophélia, canto e encanto...
A caiçara ubatubense Ophélia Prado de Oliveira Lopes, 78, nascida em 29 de fevereiro, é a caçula da prole de nove irmãos. Conhecida pela sua simpatia e voz embriagante, Ophélia está sempre envolvida em projetos que movimentam a vida social de seus colegas. Ela ajuda coordenar o bloco carnavalesco Recordar é Viver, serestas, participa de eventos escolares para contar fatos vividos por ela e uma sociedade que ficou apenas na recordação... Ela conta um pouco do que seus olhos viram e viveram...
Seu pai sempre batalhador, proporcionou-lhe uma vida simples, porém extremamente feliz! Desde os 9 anos de idade, ela já tocava violão. Dos irmãos, apenas o mais velho, o respeitado farmacêutico “Filhinho”, não se envolveu com a música. No decorrer de nossa conversa, muitos fatos se misturaram porém ela diz: “É justa minha saudade. Eu vi muitas coisas boas, Ubatuba e sua essência...”. Nos quintais, tinha pés de frutas que nem ouvimos falar nos dias de hoje, como, por exemplo: ubacupariu, abil, laranja serra d’água e tantas outras espécies.
Lembra da ansiedade que tomava conta da cidade no dia em que o “estafeto” chegava com sua mala (de quinze em quinze dias, por que fazia a viajem a pé) para trazer jornais e cartas. Recorda do pai tomando chá na rede, enquanto sua mãe fazia os deveres de casa. Já na adolescência... suas irmãs estudavam em Santos. O navio aportava em alto-mar e elas todas com chapéus novos com uma florzinha do lado, luvas, meias de seda, eram acompanhadas por um cortejo de toda a cidade que à beira-mar despedia-se antecedendo a dor da saudade, pois elas embarcavam em março e só retornavam em junho para as férias. Quem as conduzia era os pescadores locais que as carregavam nos braços até as barcas que rumavam aos navios. E por falar em estudos, Ophélia diz que o ensino de antigamente, sem dúvida nenhuma, era muito mais aplicado do que nos dias de hoje e que, com apenas o ginásio completo, tinha-se muito mais estrutura educacional do que uma faculdade em pleno século XXI.
A cidade era muito pequena e a praia do Cruzeiro, a Câmara Municipal eram lugares muito distantes do centro da cidade que movimentava-se na rua do Comércio, hoje Maria Alves, que não existia do calçadão em diante no sentido serra. Os passeios e paqueras eram realizados no Largo da Matriz, os famosos footting, onde os moços ficavam parados nos quatro pontos da praça e as meninas de braços dados andavam em forma de um X. Ali é que aconteciam as piscadelas e profundos olhares... até às 21h, quando o sino da cadeia, hoje Museu Histórico Municipal Washington de Oliveira, localizado na hoje praça Nóbrega, tocava avisando que era o momento do recolhimento e as lamparinas da cidade eram apagadas. A cidade tinha cerca de apenas 30 famílias e todos sabiam de tudo que acontecia. Mas quando chegou sua vez de estudar fora... Já em Taubaté, cursando o ginásio, ela foi a primeira cantora da rádio da cidade; mas, com muito medo que seu pai descobrisse, usava o pseudônimo de Nádia. Ela diz que todos os homens da época compunham valsas e faziam serenatas, pois esta era a forma de declarar o seu amor... ou amizade.
Ela tem saudade também da época em que cantavam missas solenes em latim. Sua vida sempre foi cantar e com certeza nos encantar. Ela diz que a música “leva e trás”, como o movimento da própria respiração. Já cantou com Agnaldo Rayol a convite dele e já fez muitos chorarem ou sorrirem com sua voz. Já vivenciou muitas coisas como, por exemplo, quando teve uma úlcera. Ela foi a primeira paciente do Brasil a receber anestesia local pelas mãos do dr. Cembranelli, em Taubaté, em 1.949. Lembra também quando tinha seus 14 anos e comemorava-se o terceiro centenário de Padre José de Anchieta, em 1937, e seu irmão, o prof. Ernesto, compôs o hino de Ubatuba, que chama-se “Hino de Anchieta”.
Hoje Ophélia tem cinco filhos, dez netos e três bisnetos e diz ser muito amada e que não tem presente melhor na vida.
Suas cordas vocais encontram-se em plena forma, para nossa sorte! Se eu fosse escrever um pouco de fato de suas recordações era melhor me preparar para um grosso livro e com muitas edições.
FONTE : Jornal A Semana - Ubatuba 03 de agosto de 2002 Edição Nº 195 Ano III
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
confira agora a 13 ª parte do Livro " UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA "
9. ITAMAMBUCA
Localização
A praia de Itamambuca está localizada na Rodovia BR 101, km 36. A praia fica a 12,6 km do centro de Ubatuba, entre as praias Vermelha do Norte e a do Félix.
Acesso
O acesso até a praia de Itamambuca pode ser de carro, pela Rodovia BR-101, ou de ônibus pela linha Centro – Picinguaba. Sua entrada fica logo no Km 36 da rodovia, passando por uma guarita do loteamento onde suas ruas são todas de terra com várias entradas até a areia da praia. A pé da guarita de entrada até a praia dá uma caminhada de no máximo 30 minutos.
Olhar
Itamambuca possui 1.200 m de cumprimento e um condomínio de casas que vai do começo ao fim da praia. Extensa de areia solta, Itamambuca é uma das praias mais apropriadas para a prática de surf. Destaca-se pela natureza exuberante com predomínio de rios de águas límpidas que deságuam na sua praia, dois deles à direita formando um lago onde se realizam atividades de recriação. A praia de Itamambuca é própria também para o mergulho e outros esportes náuticos. Mundialmente, a praia é conhecida por sediar campeonatos de surf, esta possui no canto direito, perto do rio, ondas perfeitas, elogiadas por surfistas do mundo inteiro. Na praia de Itamambuca se encontra o Itamambuca Eco Resort, um dos mais complexos empreendimentos turísticos de Ubatuba.
O nome da praia vem do tupi, ita: pedra; mambuca: porosa, devidos às fortes ondas que batem nas pedras em toda sua extensão. A paisagem de Itamambuca é classificada como mata atlântica que nasce nos morros no entorno, entre o condomínio de casas antes mencionado e a praia há uma vegetação nativa muito comum na região que é o jundu que nasce na beira das praias .
Ao longo de Itamambuca existem quiosques distantes mais ou menos a 100 m de distância. A praia possui a Sociedade de Amigos de Itamambuca (SAI) que luta a favor da conservação da praia, fazendo vários projetos em prol desta causa. A região tem água encanada, energia elétrica e sistema de esgoto por fossa.
Demanda Turística
A Itamambuca tem uma série de pousadas, consideradas muito confortáveis e não sendo voltada para nenhum tipo de público específico, a maioria de seus hospedes são estudantes, casais sem filhos e esportistas de São Paulo, Rio de Janeiro e interior do Estado.
Itamambuca é uma das mais lindas praias do litoral Norte, ondas regulares, areias brancas e com o rio do mesmo nome indo a desembocar direto na praia, um rio de águas translúcidas onde se pode dar um mergulho refrescante no verão de Ubatuba.
10. FÉLIX
Localização
A praia do Félix se encontra no km 33 da rodovia BR 101. A 15 km do centro de Ubatuba, a única entrada da praia do Félix fica beirando a rodovia, a poucos metros do Belvedere e do posto policial rodoviário. A praia do Félix fica entre as praias de Itamambuca e Promirim.
Acesso
O acesso até a praia do Félix pode ser feito de carro, pela rodovia BR-101, ou de ônibus da empresa Cidade de Ubatuba da linha Centro – Picinguaba ou Centro Promirim. A sua entrada fica exatamente no km 33 da rodovia na guarita. A partir daí são mais ou menos 500 metros de descida com rua asfaltada.
Olhar
O Félix é uma praia de tombo com ondas fortes do lado esquerdo favorável para a prática de surf, o mar é bravio e rebelde como o espírito dos jovens que aí freqüentam, do canto direito, o mar é calmo com boas sombras, um local ótimo para as famílias que aí se reúnem. Desse lado existe uma piscina natural, uma costeira formada por pedras grandes. Também há um pequeno rio que deságua no mar, lugar apto para o mergulho amador. Na praia também está a Capela de São José, padroeiro do bairro, uma capela reformada com a ajuda dos moradores, ela foi restaurada com material de alvenaria transportado no “barco do padre”, pilotado pelo senhor Salvador, que fazia o itinerário Ubatuba – Ubatumirim, duas vezes ao dia. No Félix existe uma única família caiçara que permanece aí mantendo suas tradições da pesca e do folclore local. A paisagem do Félix foi aproveitada para a montagem do filme de longa-metragem Hans Staden por motivo dos 500 anos da descoberta do Brasil.
Atrás do posto da Policia Rodoviária, há um mirante de onde podem ser vistas as belezas naturais do Félix, um feliz encontro entre a mata atlântica com o intenso azul do mar, daí também podem ser vistas as ilhas das redondezas.
A praia possui águas e areias, muito limpas. Sem dúvida é uma das mais belas praias do município de Ubatuba, local de segundas residências. Este fenômeno turístico é de singular importância para Ubatuba, haja vista a grande quantidade de casas pertencentes a proprietários de outras cidades e que fazem parte da população que mora na cidade em determinadas temporadas.
A origem do nome da praia é uma homenagem a um antigo morador do local que segundo o relato oral era o senhor Feliz, dono de algumas propriedades pertencentes a esse setor. Proprietários estrangeiros de antigas fazendas instaladas por aí pronunciavam com dificuldade o nome deste senhor, posteriormente homenageado com o nome da praia que leva seu nome.
Demanda Turística
Existem dois restaurantes na praia do Felix e apenas um ou outro meio de hospedagem com pequenas pousadas. Os meses de maior ocupação são julho, dezembro, janeiro e fevereiro. A origem dos visitantes é principalmente de São Paulo, Rio de Janeiro e interior do Estado que viajam em busca de lazer e recriação com a natureza.
A praia do Félix se apresenta como uma incursão da terra na imensidão do mar, um lugar ideal para sonhar embaixo da sombra de árvores legendárias da mata virgem onde se tece uma das paisagens mais impressionantes do nosso itinerário, borboletas enormes aparecem dançando entre as flores e o barulho ensurdecedor das cigarras no verão preenche o ambiente de uma musicalidade exótica e exuberante que deixa aos mais incrédulos embriagados de sentido.
* * *
Após ter percorrido os dois itinerários propostos, o da visão e o do olhar, podemos constatar que as praias de Ubatuba constituem o atrativo natural mais significativo para o Município, em termos de localização, acesso, demanda e, sobretudo, de admiração estética por parte de seus habitantes e turistas, tudo isto, possibilita a movimentação da economia capaz de sustentar e de garantir a sobrevivência de sua população estável. Ainda sendo sua estrutura de médio porte, nos parece que deve ser incrementado um projeto maior. Nesse sentido, a valorização das belezas naturais da região que são o paraíso de esportistas, ecologistas, pescadores, poetas, pintores, músicos e turistas, não são suficientes, uma vez que tanto o Governo como a iniciativa privada, podem ir atrás de definir políticas de investimento capazes de transformar Ubatuba em um destino turístico desejado a favor de um outro fator indispensável e que enunciamos logo no início deste primeiro capítulo: o humano.
Toda e qualquer ação humana configura um outro tipo de espaço. Por isso, abordaremos a seguir os atrativos culturais que se apresentam como a intervenção direta do homem no espaço natural, sacralizando-se no tempo de suas ações mais imediatas, isto é, fazendo história, criando estórias e construindo assim seu imaginário cultural. Este imaginário cultural é feito de memória em imagens e em palavras vivas sempre prestes a sair para estabelecer um elo entre nosso mundo individual e o social que no caso do turismo se define pela interação do ser humano com o meio ambiente.
O caráter inter e multidisciplinar do turismo nos permitirá, portanto abordar esta categoria dos atrativos culturais a partir de uma visão antropológica e social com o intuito de revitalizar esses lugares produtos do sentir, do pensar e do agir humano.
fonte : Livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura "
Autores : Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca
Editado em 2005
Pode ser encontrado na Biblioteca Municipal de Ubattuba - SP
Praça 13 de maio, 52 - Centro
PRÓXIMO CAPITULO : A SER PUBLICADO DIA 24/02/08
Localização
A praia de Itamambuca está localizada na Rodovia BR 101, km 36. A praia fica a 12,6 km do centro de Ubatuba, entre as praias Vermelha do Norte e a do Félix.
Acesso
O acesso até a praia de Itamambuca pode ser de carro, pela Rodovia BR-101, ou de ônibus pela linha Centro – Picinguaba. Sua entrada fica logo no Km 36 da rodovia, passando por uma guarita do loteamento onde suas ruas são todas de terra com várias entradas até a areia da praia. A pé da guarita de entrada até a praia dá uma caminhada de no máximo 30 minutos.
Olhar
Itamambuca possui 1.200 m de cumprimento e um condomínio de casas que vai do começo ao fim da praia. Extensa de areia solta, Itamambuca é uma das praias mais apropriadas para a prática de surf. Destaca-se pela natureza exuberante com predomínio de rios de águas límpidas que deságuam na sua praia, dois deles à direita formando um lago onde se realizam atividades de recriação. A praia de Itamambuca é própria também para o mergulho e outros esportes náuticos. Mundialmente, a praia é conhecida por sediar campeonatos de surf, esta possui no canto direito, perto do rio, ondas perfeitas, elogiadas por surfistas do mundo inteiro. Na praia de Itamambuca se encontra o Itamambuca Eco Resort, um dos mais complexos empreendimentos turísticos de Ubatuba.
O nome da praia vem do tupi, ita: pedra; mambuca: porosa, devidos às fortes ondas que batem nas pedras em toda sua extensão. A paisagem de Itamambuca é classificada como mata atlântica que nasce nos morros no entorno, entre o condomínio de casas antes mencionado e a praia há uma vegetação nativa muito comum na região que é o jundu que nasce na beira das praias .
Ao longo de Itamambuca existem quiosques distantes mais ou menos a 100 m de distância. A praia possui a Sociedade de Amigos de Itamambuca (SAI) que luta a favor da conservação da praia, fazendo vários projetos em prol desta causa. A região tem água encanada, energia elétrica e sistema de esgoto por fossa.
Demanda Turística
A Itamambuca tem uma série de pousadas, consideradas muito confortáveis e não sendo voltada para nenhum tipo de público específico, a maioria de seus hospedes são estudantes, casais sem filhos e esportistas de São Paulo, Rio de Janeiro e interior do Estado.
Itamambuca é uma das mais lindas praias do litoral Norte, ondas regulares, areias brancas e com o rio do mesmo nome indo a desembocar direto na praia, um rio de águas translúcidas onde se pode dar um mergulho refrescante no verão de Ubatuba.
10. FÉLIX
Localização
A praia do Félix se encontra no km 33 da rodovia BR 101. A 15 km do centro de Ubatuba, a única entrada da praia do Félix fica beirando a rodovia, a poucos metros do Belvedere e do posto policial rodoviário. A praia do Félix fica entre as praias de Itamambuca e Promirim.
Acesso
O acesso até a praia do Félix pode ser feito de carro, pela rodovia BR-101, ou de ônibus da empresa Cidade de Ubatuba da linha Centro – Picinguaba ou Centro Promirim. A sua entrada fica exatamente no km 33 da rodovia na guarita. A partir daí são mais ou menos 500 metros de descida com rua asfaltada.
Olhar
O Félix é uma praia de tombo com ondas fortes do lado esquerdo favorável para a prática de surf, o mar é bravio e rebelde como o espírito dos jovens que aí freqüentam, do canto direito, o mar é calmo com boas sombras, um local ótimo para as famílias que aí se reúnem. Desse lado existe uma piscina natural, uma costeira formada por pedras grandes. Também há um pequeno rio que deságua no mar, lugar apto para o mergulho amador. Na praia também está a Capela de São José, padroeiro do bairro, uma capela reformada com a ajuda dos moradores, ela foi restaurada com material de alvenaria transportado no “barco do padre”, pilotado pelo senhor Salvador, que fazia o itinerário Ubatuba – Ubatumirim, duas vezes ao dia. No Félix existe uma única família caiçara que permanece aí mantendo suas tradições da pesca e do folclore local. A paisagem do Félix foi aproveitada para a montagem do filme de longa-metragem Hans Staden por motivo dos 500 anos da descoberta do Brasil.
Atrás do posto da Policia Rodoviária, há um mirante de onde podem ser vistas as belezas naturais do Félix, um feliz encontro entre a mata atlântica com o intenso azul do mar, daí também podem ser vistas as ilhas das redondezas.
A praia possui águas e areias, muito limpas. Sem dúvida é uma das mais belas praias do município de Ubatuba, local de segundas residências. Este fenômeno turístico é de singular importância para Ubatuba, haja vista a grande quantidade de casas pertencentes a proprietários de outras cidades e que fazem parte da população que mora na cidade em determinadas temporadas.
A origem do nome da praia é uma homenagem a um antigo morador do local que segundo o relato oral era o senhor Feliz, dono de algumas propriedades pertencentes a esse setor. Proprietários estrangeiros de antigas fazendas instaladas por aí pronunciavam com dificuldade o nome deste senhor, posteriormente homenageado com o nome da praia que leva seu nome.
Demanda Turística
Existem dois restaurantes na praia do Felix e apenas um ou outro meio de hospedagem com pequenas pousadas. Os meses de maior ocupação são julho, dezembro, janeiro e fevereiro. A origem dos visitantes é principalmente de São Paulo, Rio de Janeiro e interior do Estado que viajam em busca de lazer e recriação com a natureza.
A praia do Félix se apresenta como uma incursão da terra na imensidão do mar, um lugar ideal para sonhar embaixo da sombra de árvores legendárias da mata virgem onde se tece uma das paisagens mais impressionantes do nosso itinerário, borboletas enormes aparecem dançando entre as flores e o barulho ensurdecedor das cigarras no verão preenche o ambiente de uma musicalidade exótica e exuberante que deixa aos mais incrédulos embriagados de sentido.
* * *
Após ter percorrido os dois itinerários propostos, o da visão e o do olhar, podemos constatar que as praias de Ubatuba constituem o atrativo natural mais significativo para o Município, em termos de localização, acesso, demanda e, sobretudo, de admiração estética por parte de seus habitantes e turistas, tudo isto, possibilita a movimentação da economia capaz de sustentar e de garantir a sobrevivência de sua população estável. Ainda sendo sua estrutura de médio porte, nos parece que deve ser incrementado um projeto maior. Nesse sentido, a valorização das belezas naturais da região que são o paraíso de esportistas, ecologistas, pescadores, poetas, pintores, músicos e turistas, não são suficientes, uma vez que tanto o Governo como a iniciativa privada, podem ir atrás de definir políticas de investimento capazes de transformar Ubatuba em um destino turístico desejado a favor de um outro fator indispensável e que enunciamos logo no início deste primeiro capítulo: o humano.
Toda e qualquer ação humana configura um outro tipo de espaço. Por isso, abordaremos a seguir os atrativos culturais que se apresentam como a intervenção direta do homem no espaço natural, sacralizando-se no tempo de suas ações mais imediatas, isto é, fazendo história, criando estórias e construindo assim seu imaginário cultural. Este imaginário cultural é feito de memória em imagens e em palavras vivas sempre prestes a sair para estabelecer um elo entre nosso mundo individual e o social que no caso do turismo se define pela interação do ser humano com o meio ambiente.
O caráter inter e multidisciplinar do turismo nos permitirá, portanto abordar esta categoria dos atrativos culturais a partir de uma visão antropológica e social com o intuito de revitalizar esses lugares produtos do sentir, do pensar e do agir humano.
fonte : Livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura "
Autores : Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca
Editado em 2005
Pode ser encontrado na Biblioteca Municipal de Ubattuba - SP
Praça 13 de maio, 52 - Centro
PRÓXIMO CAPITULO : A SER PUBLICADO DIA 24/02/08
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
CENAS CAIÇARA.....Preparo da tradicional farinha de mandioca
MATÉRIA ESPECIAL : Com quantas memórias se faze uma canoa
Projeto: Com quantas memórias se faz uma canoa?
Movidos pelo atual cenário de descaracterização da cultura do povo caiçara, pesquisadores do Instituto Costa Brasilis idealizaram o projeto “Com quantas memórias se faz uma canoa”, que tem por objetivo preservar a memória da cultura caiçara através do cadastramento e registro histórico das canoas “de um só pau” no município de Ubatuba.
O processo de desenvolvimento econômico e turístico e a especulação imobiliária sofrida pela região costeira do Brasil nas últimas décadas, vem causando a degradação ambiental e a perda de identidade das comunidades caiçaras, que acabam por se desviarem de suas atividades de pesca e passam a exercer atividades desvinculadas de suas raizes. Assim, surge a necessidade do resgate cultural e histórico destas comunidades.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
CONFIRA A 1 2 ª PARTE DO LIVRO " UBATUBA , ESPAÇO , MEMÓRIA E CULTURA "
7. TENÓRIO
Localização
A praia do Tenório está a 4 km ao sul do centro de Ubatuba, bem próxima, em um condomínio de casas de veraneio onde possui uma guarita de entrada. Ela está entre as praias, Grande e a Vermelha do Centro.
Acesso
O acesso à praia do Tenório pode ser realizado pelo bairro do Itaguá, para quem vem do centro pela Av. Leovegildo Dias Vieira e depois seguindo pela Av. Capitão Felipe, pegando a Rua Irene já no bairro da praia do Tenório; ou ainda, pela Praia Grande, seguindo a marginal no sentido centro até chegar a uma guarita no condomínio da praia.
OlharTenório é um cartão postal de Ubatuba com seu mar azul, areias brancas e ondas regulares. Ornamentada por frondosos abricoteiros .
Esta praia é ideal para fazer caminhada ao longo de toda sua orla, arborizada e ladeada por rochedos. Praia de areias finas, brancas e macias. A construção de quiosques afeta a paisagem desde a qual se pode observar a Ilha Anchieta e o resto da baia central de Ubatuba.
Por volta do ano de 1.700, quando Ubatuba ainda era uma Aldeia, contava entre suas praias com o sitio do senhor Manoel de Oliveira Thenório, descendente direto de colonizadores portugueses. Após seu assassinato, praticado por seu afilhado Zé do Porfírio, a família vendeu a propriedade. Mais tarde o terreno veio a pertencer a Vladimir Toledo Pizza que construiu um alambique onde se fabricava “pinga de Iperoig”, aí os visitantes do sitio “matavam o bicho”, que em caiçara significa beber muito.
Hoje em dia, a praia do Tenório possui uma boa infra – estrutura de quiosques, posto de salva – vidas e um lugar interessante para a prática de esportes náuticos. Também possui água potável e energia elétrica, a rede de esgoto ainda não foi liberada. O transporte público chega às proximidades da praia do Tenório. Existe a atividade da pesca na praia e quando a ondulação do mar vem do sul ou do sudeste, o canto direito da mesma é propício para a prática do surfismo.
A gastronomia se dá em pequenos quiosques à beira mar no Tenório, oferece petiscos de frutos do mar, lula frita, peixe azul marinho com banana, casquinha de siri e uma diversidade de peixes acompanhados de refrescante cerveja, a bebida nacional.
Demanda Turística
Tenório é um atrativo natural bastante freqüentado por turistas e moradores, possui uma ótima balneabilidade, além da infra – estrutura oferecida. Mesmo sendo identificado o uso turístico desses atrativos naturais, ainda é necessário o planejamento e a criação de novas ações estratégicas capazes de fomentar o turismo neste lugar, para que haja um melhor aproveitamento. O desenvolvimento bem planejado do turismo exige um plano ou uma estratégia de desenvolvimento regional e este deve ser flexível para que de acordo com as circunstâncias contextuais possa haver ajustes e reformulações em relação às mudanças internas e externas. O processo de planejamento, afirma Chris Cooper é minucioso e necessário (Cooper, 2001: 253).
A complexidade da industria turística requer de cuidados, pois a sua abrangência: econômica, ambiental e social compromete o desenvolvimento do local, porém da região como um todo. A questão da sustentabilidade, segundo o autor anteriormente citado, e o próprio planejamento, a solidez e a consistência do mesmo. Falamos da praia do Tenório como exemplo de um planejamento específico, mas a sua extensão e aproveitamento têm a ver com todo o município de Ubatuba.
As falhas no plano de desenvolvimento da praia do Tenório talvez sejam causadas pelo descuido ou omissão em alguns estágios do planejamento ou implementação, mas gostaríamos de salientar que pode haver ações corretivas que podem ser desenvolvidas para diminuir alguns de seus problemas.
As pessoas que freqüentam a praia do Tenório buscam principalmente surf, pesca, descanso e diversão. Elas se estão preocupando cada vez mais com o meio ambiente, evitam poluir e jogar lixo, mas a consciência em relação à preservação do meio ambiente ainda deve ser uma consigna mais generalizada. A preocupação com o meio ambiente turístico seja este natural ou artificial está ligado à noção do desenvolvimento sustentável. Uma atividade ecológica pode ajudar no crescimento econômico a longo prazo, oferecendo um produto turístico melhor, economizando recursos e melhorando a visão do público a respeito do atrativo turístico.
8. PRAIA VERMELHA DO NORTE
Localização
A praia Vermelha do Norte está no km 40 da BR 101, no município de Ubatuba. A 9 km do centro e situada entre os bairros de Perequê – Açu e Itamambuca, sua extensão é toda beirando a rodovia. Famosa pelo Red Beach (bar) um ponto de referência
Acesso
Existe apenas uma linha de ônibus que passa beirando a praia Vermelha, a linha Centro – Picinguaba da empresa Cidade de Ubatuba. O Ônibus passa de 30 em 30 minutos e vai até a última praia do Norte, e é descer do ônibus ou do carro que já está na areia da praia.
Olhar
A praia Vermelha é de areia grossa, de cor avermelhada e ondas fortes, atraindo mais surfistas que banhistas. Além do surf, as condições naturais desta praia proporcionam também a prática da pesca e mergulho de costeira.
Área de lazer, esporte e descanso, a praia Vermelha do Norte é um local limpo e bem conservado. DE fácil acesso, a praia conta também com a infra – estrutura do Red Beach, onde se pode comer bem, se divertir no Parque Aquático e na noite curtir a balada oferecida pelo local. Red Beach é um atrativo turístico produzido cujo papel principal é o entretenimento. Este tipo de atração é voltado para o usuário, parque temático e de lazer, um centro de férias para toda a estação, entretanto, a sua demanda permite que o local funcione em datas determinadas dependendo do fluxo de público da praia Vermelha do Norte.
A praia possui uma unidade de conservação chamada PROVEN (Pró – Vermelha do Norte) que luta pela preservação da praia e contra o impacto causado pelo funcionamento do Red Beach que ocasiona um enorme prejuízo na paisagem do local, ocasionando poluição visual e de vez em quando sonora pelos eventos ocorridos no local.
Vermelha do Norte possui apenas uma construção, o complexo Red Beach Park, centro que atrai um número de turistas considerável. A praia possui infra – estrutura básica de energia elétrica, água encanada e sistema de esgoto composto por fossa.
A origem do nome praia Vermelha tem duas versões, a primeira é que se deve ao reflexo do sol que deixa a areia avermelhada; a segunda, e menos provável é que se deve à matança de baleias há alguns anos que deixou a areia desse jeito, vermelha de sangue.
O próprio Red Beach possui uma casa noturna situada fora da área urbana e funciona, nos mesmos horários do Parque. Diferentes tipos de eventos são realizados, desde shows até serviços de alimentos e bebidas. A casa oferece som ambiente além de diferentes preços para os distintos eventos, possui uma pista de dança com musica ao vivo num palco localizado ao fundo do local. O visual é verdadeiramente atraente em frente da praia.
Demanda Turística
A maioria dos turistas que visita a praia Vermelha são de São Paulo, Rio de Janeiro, Vale do Paraíba e também do inteiro do Estado.
O funcionamento do Parque Aquático Red Beach Park é temporário, dezembro, janeiro, fevereiro e feriados, nesse período conta com uma infra-estrutura básica de lixeiras, segurança, sanitários, estacionamento, locais para alimentação e banho. Há também um campo de futebol para uso público, onde não se cobra taxa de utilização, mas existe restrição de uso na maioria dos casos após as 16 h.
TEXTO EXTRAÍDO DA OBRA : Ubatuba, espaço , memória e cultura
Autores : Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca
Documentátio sobre a cidade de Ubatuba, levantamento completo sobre a verdadeira história da cidade, feito sob o olhar de um caiçara e de um turista,
O livro pode ser encontrado na Biblioteca Municipal de Ubatuba, localizada na Praça 13 de maio, Centro - Ubatuba-SP
Próxima atualização (13 º Capitulo), 18/02/2008
Localização
A praia do Tenório está a 4 km ao sul do centro de Ubatuba, bem próxima, em um condomínio de casas de veraneio onde possui uma guarita de entrada. Ela está entre as praias, Grande e a Vermelha do Centro.
Acesso
O acesso à praia do Tenório pode ser realizado pelo bairro do Itaguá, para quem vem do centro pela Av. Leovegildo Dias Vieira e depois seguindo pela Av. Capitão Felipe, pegando a Rua Irene já no bairro da praia do Tenório; ou ainda, pela Praia Grande, seguindo a marginal no sentido centro até chegar a uma guarita no condomínio da praia.
OlharTenório é um cartão postal de Ubatuba com seu mar azul, areias brancas e ondas regulares. Ornamentada por frondosos abricoteiros .
Esta praia é ideal para fazer caminhada ao longo de toda sua orla, arborizada e ladeada por rochedos. Praia de areias finas, brancas e macias. A construção de quiosques afeta a paisagem desde a qual se pode observar a Ilha Anchieta e o resto da baia central de Ubatuba.
Por volta do ano de 1.700, quando Ubatuba ainda era uma Aldeia, contava entre suas praias com o sitio do senhor Manoel de Oliveira Thenório, descendente direto de colonizadores portugueses. Após seu assassinato, praticado por seu afilhado Zé do Porfírio, a família vendeu a propriedade. Mais tarde o terreno veio a pertencer a Vladimir Toledo Pizza que construiu um alambique onde se fabricava “pinga de Iperoig”, aí os visitantes do sitio “matavam o bicho”, que em caiçara significa beber muito.
Hoje em dia, a praia do Tenório possui uma boa infra – estrutura de quiosques, posto de salva – vidas e um lugar interessante para a prática de esportes náuticos. Também possui água potável e energia elétrica, a rede de esgoto ainda não foi liberada. O transporte público chega às proximidades da praia do Tenório. Existe a atividade da pesca na praia e quando a ondulação do mar vem do sul ou do sudeste, o canto direito da mesma é propício para a prática do surfismo.
A gastronomia se dá em pequenos quiosques à beira mar no Tenório, oferece petiscos de frutos do mar, lula frita, peixe azul marinho com banana, casquinha de siri e uma diversidade de peixes acompanhados de refrescante cerveja, a bebida nacional.
Demanda Turística
Tenório é um atrativo natural bastante freqüentado por turistas e moradores, possui uma ótima balneabilidade, além da infra – estrutura oferecida. Mesmo sendo identificado o uso turístico desses atrativos naturais, ainda é necessário o planejamento e a criação de novas ações estratégicas capazes de fomentar o turismo neste lugar, para que haja um melhor aproveitamento. O desenvolvimento bem planejado do turismo exige um plano ou uma estratégia de desenvolvimento regional e este deve ser flexível para que de acordo com as circunstâncias contextuais possa haver ajustes e reformulações em relação às mudanças internas e externas. O processo de planejamento, afirma Chris Cooper é minucioso e necessário (Cooper, 2001: 253).
A complexidade da industria turística requer de cuidados, pois a sua abrangência: econômica, ambiental e social compromete o desenvolvimento do local, porém da região como um todo. A questão da sustentabilidade, segundo o autor anteriormente citado, e o próprio planejamento, a solidez e a consistência do mesmo. Falamos da praia do Tenório como exemplo de um planejamento específico, mas a sua extensão e aproveitamento têm a ver com todo o município de Ubatuba.
As falhas no plano de desenvolvimento da praia do Tenório talvez sejam causadas pelo descuido ou omissão em alguns estágios do planejamento ou implementação, mas gostaríamos de salientar que pode haver ações corretivas que podem ser desenvolvidas para diminuir alguns de seus problemas.
As pessoas que freqüentam a praia do Tenório buscam principalmente surf, pesca, descanso e diversão. Elas se estão preocupando cada vez mais com o meio ambiente, evitam poluir e jogar lixo, mas a consciência em relação à preservação do meio ambiente ainda deve ser uma consigna mais generalizada. A preocupação com o meio ambiente turístico seja este natural ou artificial está ligado à noção do desenvolvimento sustentável. Uma atividade ecológica pode ajudar no crescimento econômico a longo prazo, oferecendo um produto turístico melhor, economizando recursos e melhorando a visão do público a respeito do atrativo turístico.
8. PRAIA VERMELHA DO NORTE
Localização
A praia Vermelha do Norte está no km 40 da BR 101, no município de Ubatuba. A 9 km do centro e situada entre os bairros de Perequê – Açu e Itamambuca, sua extensão é toda beirando a rodovia. Famosa pelo Red Beach (bar) um ponto de referência
Acesso
Existe apenas uma linha de ônibus que passa beirando a praia Vermelha, a linha Centro – Picinguaba da empresa Cidade de Ubatuba. O Ônibus passa de 30 em 30 minutos e vai até a última praia do Norte, e é descer do ônibus ou do carro que já está na areia da praia.
Olhar
A praia Vermelha é de areia grossa, de cor avermelhada e ondas fortes, atraindo mais surfistas que banhistas. Além do surf, as condições naturais desta praia proporcionam também a prática da pesca e mergulho de costeira.
Área de lazer, esporte e descanso, a praia Vermelha do Norte é um local limpo e bem conservado. DE fácil acesso, a praia conta também com a infra – estrutura do Red Beach, onde se pode comer bem, se divertir no Parque Aquático e na noite curtir a balada oferecida pelo local. Red Beach é um atrativo turístico produzido cujo papel principal é o entretenimento. Este tipo de atração é voltado para o usuário, parque temático e de lazer, um centro de férias para toda a estação, entretanto, a sua demanda permite que o local funcione em datas determinadas dependendo do fluxo de público da praia Vermelha do Norte.
A praia possui uma unidade de conservação chamada PROVEN (Pró – Vermelha do Norte) que luta pela preservação da praia e contra o impacto causado pelo funcionamento do Red Beach que ocasiona um enorme prejuízo na paisagem do local, ocasionando poluição visual e de vez em quando sonora pelos eventos ocorridos no local.
Vermelha do Norte possui apenas uma construção, o complexo Red Beach Park, centro que atrai um número de turistas considerável. A praia possui infra – estrutura básica de energia elétrica, água encanada e sistema de esgoto composto por fossa.
A origem do nome praia Vermelha tem duas versões, a primeira é que se deve ao reflexo do sol que deixa a areia avermelhada; a segunda, e menos provável é que se deve à matança de baleias há alguns anos que deixou a areia desse jeito, vermelha de sangue.
O próprio Red Beach possui uma casa noturna situada fora da área urbana e funciona, nos mesmos horários do Parque. Diferentes tipos de eventos são realizados, desde shows até serviços de alimentos e bebidas. A casa oferece som ambiente além de diferentes preços para os distintos eventos, possui uma pista de dança com musica ao vivo num palco localizado ao fundo do local. O visual é verdadeiramente atraente em frente da praia.
Demanda Turística
A maioria dos turistas que visita a praia Vermelha são de São Paulo, Rio de Janeiro, Vale do Paraíba e também do inteiro do Estado.
O funcionamento do Parque Aquático Red Beach Park é temporário, dezembro, janeiro, fevereiro e feriados, nesse período conta com uma infra-estrutura básica de lixeiras, segurança, sanitários, estacionamento, locais para alimentação e banho. Há também um campo de futebol para uso público, onde não se cobra taxa de utilização, mas existe restrição de uso na maioria dos casos após as 16 h.
TEXTO EXTRAÍDO DA OBRA : Ubatuba, espaço , memória e cultura
Autores : Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca
Documentátio sobre a cidade de Ubatuba, levantamento completo sobre a verdadeira história da cidade, feito sob o olhar de um caiçara e de um turista,
O livro pode ser encontrado na Biblioteca Municipal de Ubatuba, localizada na Praça 13 de maio, Centro - Ubatuba-SP
Próxima atualização (13 º Capitulo), 18/02/2008
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
PRAÇA 13 DE MAIO -PATRIMÔNIO UBATUBENSE
(FOTO ANTES DA ÚLTIMA URBANIZAÇÃO DA PRAÇA)
A proximidade com a casa onde eu morava fez da praça 13 de Maio palco de brincadeiras em minha infância. Quando comecei a excursionar (sozinho) pela cidade o campo de futebol já não existia.
Normalmente, os caiçaras mantinham em suas residências exemplares da fauna e flora da Mata Atlântica. Curiós, coleirinhas, canários e pintassilgos eram fáceis de serem capturados por nossas gaiolas de alçapões e/ou pelos bates apensos a elas. Os pássaros passavam a fazer parte das famílias e, não raro, reproduziam-se em cativeiro.
Eram muitas as rolinhas, mas não quero falar daquelas fieiras...
Você conhece a sensação de "furar" uma lona de circo? Pois é, minha primeira foi ali na praça 13 de Maio. Hoje, tenho certeza que isto só acontecia pela condescendência de seus proprietários. Para limitar o número de "furões" sempre pegavam um para bancar o cristo, mantendo assim nossos ímpetos limitados e tinham o "furão" (que não foi pego) como propagandista dos espetáculos que eram super valorizados pelo "pequeno infrator" (?) e difundidos entre seus colegas, amigos e parentes.
Em "tempo de se empinar papagaios" (pipas), a praça, um descampado, era o meu local predileto. Lá também passei muitas horas jogando taco, gude e um racha sempre acontecia quando aparecia alguma bola (tanto fazia se de borracha ou couro).
Os constantes machucados auferidos pelo descuido próprio das crianças faziam-me "freguês" do Posto de Puericultura (que funcionava onde se localiza a administração da Comtur - Companhia Municipal de Turismo). Lá ia eu, conduzido pela tia Annita, sofrer nas mãos do "Fifo". Nessa idas não atravessava a praça, ia pela rua Conceição e pela rua que existia em frente ao Posto (hoje incorporada à praça).
A construção do prédio da Prefeitura (hoje Biblioteca Municipal), por Cicillo Matarazzo, coincidiu com a fase em que tomei gosto pela leitura e parara com as brincadeiras infanto-juvenis. A praça e seu entorno começaram a mudar.
Concluía o curso de engenharia civil, fora de Ubatuba, quanto fizeram aqueles morrotes, mas coube-me, em 1982, por determinação do prefeito Benedito Rodrigues Pereira Filho, terminar a reurbanização da praça 13 de Maio que já estava arborizada.
Pelo retratado acima se pode notar que hoje, a praça 13 de Maio (no centro da foto), possui a maior aglomeração de árvores do Centro. A praça carece de manutenção e merece uma grande reforma: a reposição e implantação de luminárias, bancos novos (e novos bancos), consertos dos passeios, remodelação das bancas de revistas, colocação de lixeiras, plantação de algumas árvores frutíferas, destinação para uso cultural do prédio da Comtur e a ampliação da Biblioteca Municipal são algumas delas.
A praça 13 de Maio é única, principalmente por sua biodiversidade em pleno Centro, tornou-se um patrimônio cultural ubatubense e, como tal, não deve ser maculado.
Nota do Editor: Luiz Roberto de Moura é engenheiro civil e consultor de informática. Iniciou no jornalismo em 1970 como colaborador da Folha da Baixada. Na administração pública, em Ubatuba, dirigiu várias secretarias municipais. É o responsável pelo UbaWeb - O Portal de Ubatuba.
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