Do lado de lá do Atlântico, Países devastados, cidadãos desolados, desemprego, e muita fome, seja de alimentos ou de esperança.
Do lado de cá, aproximadamente três décadas do “fim” da ESCRAVIDÂO, a necessidade de mão de obra barata, para suprir a mão de obra escrava era latente. Como o ser humano pode ser cruel.
Nesse contexto histórico, milhares de Búlgaros, Gagaúzos e Bessarabianos chegam ao já famoso Porto de Santos.
Seu destino seria as fazendas de Café do interior de São Paulo, e o sonho que lhes foi vendido seria um lugar para trabalhar, morar e iniciar uma “nova” vida.
Porém após longa viagem, ao desembarcarem em solo Brasileiro, a informação que lhes foi dada pelos compatriotas que aqui estavam é que os sonhos se tornariam pesadelos.
O paraíso no Novo Mundo até então sonhado, agora lhes era pintado como o pesadelo do trabalho escravo. Trabalhariam por toda uma vida, para pagar as estadias e alimentos “dados” por seus patrões. Eles não aceitariam isso. O sonho foi por terra.
Novamente a ganância pela manutenção do poder da classe então dominante, deixava de lado valores humanos, e traria para as terras de Ubatuba, um dos maiores crimes impetrados contra a humanidade. Um assombroso infanticídio iria ocorre na Ilha Anchieta. Há época denominada “Ilha dos Porcos”.
Reembarcados em Santos, aproximadamente dois mil cidadãos, entre os adultos muitas crianças, foram de forma desumana exiladas na Ilha. Não conheciam a língua local, os alimentos, o clima e foram abandonados a própria sorte, e relegados a morte.. Mais de uma centena veio a perecer por envenenamento.
Dentre os mortos aproximadamente 145 eram crianças que as mães tentando matar a fome de seus filhos, os levou a morte por conta de alimentá-los com a mandioca brava, a mandioca que se usa somente pra fazer farinha.
Esse fato ficou escondido por décadas.
Na próxima publicação trarei o complemento dessa triste história ocorrida em Ubatuba no ano de 1926.
Charles Medeiros via facebook.
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