O programa, coordenado por Gilson Schwartz, professor de Economia do Audiovisual na ECA (Escola de Comunicações e Artes), conta com apoio financeiro da Agência Universitária da Francofonia e foi um dos selecionados da chamada Inovação Pedagógica de 2023 da entidade
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Um grupo de 150 jovens de comunidades quilombolas do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e São Paulo participou, no primeiro semestre de 2025, do Projeto Quilombo Inteligente, iniciativa do IEA-USP (Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo) que oferece formação a distância em tecnologias digitais.
O programa, coordenado por Gilson Schwartz, professor de Economia do Audiovisual na ECA (Escola de Comunicações e Artes), conta com apoio financeiro da Agência Universitária da Francofonia e foi um dos selecionados da chamada Inovação Pedagógica de 2023 da entidade.
A primeira célula do projeto foi implantada na Escola Pública do Quilombo da Fazenda, em Ubatuba (SP), e se expandiu para outros estados. A proposta para o segundo semestre inclui 50 atividades, entre oficinas, palestras e orientação pedagógica, com abertura de inscrições para a nova turma em 3 de setembro.
Diferentemente de um modelo tradicional de aulas, o curso é baseado na implementação de projetos, explica Schwartz, de forma que os participantes podem desenvolver suas próprias iniciativas em áreas variadas, como audiovisual digital, games, hip hop, gastronomia e hortas comunitárias.
“Há diversas possibilidades de profissionalização em trilhas voltadas para a economia digital. São abordados temas como criptomoedas, audiovisual, games e design”, diz o economista.
“Como o foco está nos quilombos, também entram em pauta questões ligadas à negritude, ao enfrentamento do racismo e às formas de conectar o digital e a chamada inteligência coletiva com a realidade social das comunidades.”
O Quilombos Inteligentes emprega a plataforma Uaifai (Universos Abertos à Imaginação, Fantasia e às Artes da Invenção), que gamifica os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU), distribuindo “Moedas da Paz” a jovens que realizarem projetos que contribuam para o plano de ação global.
Para participar da nova turma, que iniciará o programa no primeiro semestre de 2026, é preciso ter de 14 a 24 anos e se inscrever pelo link oficial. Serão selecionados até mil candidatos de todo o Brasil.
Com o objetivo de divulgar a iniciativa e a abertura de inscrições, está sendo promovida uma semana de eventos, que inclui uma aula aberta nesta terça-feira (26), no IEA, com recital do músico Luis Stelzer, a partir das 19h.
Haverá ainda, entre 27 e 29 de agosto, das 10h às 20h, um colóquio internacional no IMS (Instituto Moreira Salles) sobre a produção cultural de grupos historicamente excluídos. Já de 30 de agosto a 2 de setembro, está prevista uma expedição ao Quilombo da Fazenda, em Ubatuba, com atividades de pesquisa e uma trilha pela mata atlântica.
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