Começando por curiosidade, chegamos a Ubatuba, mais precisamente no “Morro do Funhanhado”, localizado no interior do Perequê-Mirim, próximo à Rua do Poço Fundo.
Foi neste lugarejo que se estabeleceram os pescadores, José Benedito Firmino e o seu irmão Elídio; personalidades locais; eles estavam sempre descendo ou subindo o morro. Pescavam na praia da Enseada, compartilhavam estórias e histórias e assim, das peripécias da vida, ficou conhecido o bordão de José Firmino (Tá Funhanhado).
Em junho de 2001, uma reportagem publicada no “Jornal Vale Paraibano” revelou a origem de alguns nomes de bairros de Ubatuba. Com a participação de moradores como a dona de casa Nilta Alexandre Vieira, a neta Luana Barreto Vieira e o comerciante Miguel Cabral Barbosa, que afirmaram que o nome do “morro” nasceu porque o antigo dono da área, chamado José Firmino, gostava de dizer que tudo estava “Funhanhado” — zuado, chateado, bagunçado.
“Um dia ele veio ao meu bar, zangado, dizendo que estava afunhanhado da vida”, disse aos jornalistas, Miguel Cabral Barbosa, um comerciante de 71 anos. Nesta ocasião, Nilta Alexandre Vieira revelou que prefere dizer que vive na estrada do “Palhá”.
Ressalto que o “Morro do Funhanhado” de Ubatuba é uma sólida referência para a pesquisa da toponímia, que é a divisão da onomástica que estuda os nomes geográficos ou topônimos, ou seja, os nomes próprios dos lugares, sua origem e evolução. Isso é considerada parte da linguística, com estreitas ligações com a história, a arqueologia e a geografia.
Nos dados comparativos lembramos também o que se chama de “Place Branding”, um conceito que aumenta a identidade e fortalece a imagem dos lugares, graças ao envolvimento das pessoas, transformando os espaços em nomes (marcas) intencionais e sistemáticos. O Place Branding trabalha com o objetivo de promover associações positivas e também para distinguir um local de outros.
O resgate imaterial também pode ser utilizado para a causa, quando as memórias são transmitidas de geração em geração. Constantemente recriadas pelas comunidades e grupos com base no seu ambiente, na sua interação com a natureza e na sua história, gerando um sentido de identidade e continuidade, ajudando a promover o respeito pela diversidade e a criatividade cultural.
Por Edson Souza
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