22 de agosto - Dia do Folclore
A importância de VALORIZAR o folclore:
Folclore é a cultura de um povo, o conjunto das tradições culturais dos conhecimentos, crenças, costumes, danças, canções e lendas dos indivíduos de determinada nação ou localidade.
Índios xamãs Tupinambás (caraibas) usando cocares de penas cercados por homens dançando em círculo. Gravura de Teodore de Bry (1592) segundo relatos de Jean de Léry no Rio de Janeiro (1556)
Visto em uma vila chamada Cotiva.
Os homens no centro do círculo são descritos por De Léry como "certos falsos profetas que eles chamam de caraibes, que, indo e vindo de aldeia em aldeia como portadores de indulgências papistas, queriam fazer crer que por sua comunicação com os espíritos eles podem dar a quem quiserem a força para vencer os inimigos na guerra e, o que é mais, podem fazer crescer as grandes raízes e os frutos (que descrevi em outro lugar) produzidos por esta terra do Brasil. ... Descreverei as poses e gestos solenes que eles usaram aqui.
Eles estavam próximos um do outro, sem dar as mãos ou se mover de seu lugar, mas dispostos em um círculo, curvados para a frente, mantendo seus corpos ligeiramente rígidos, movendo apenas a perna e o pé direitos, com a mão direita colocada nas nádegas e a mão e o braço esquerdos pendurados: nessa postura eles cantavam e dançavam. Como eram tantos, havia três círculos, e no meio de cada círculo havia três ou quatro desses caraibes, ricamente enfeitados com mantos, toucados e pulseiras feitas de belas penas naturais de várias cores, segurando em cada mão um maraca ou chocalho feito de uma fruta maior que um ovo de avestruz (do qual falei em outro lugar). Para que (como eles disseram) o espírito pudesse depois falar através desses chocalhos, para dedicá-los a esse uso, eles os faziam soar incessantemente. …
Além disso, esses caraibes, avançando e saltando para a frente, depois recuando, nem sempre ficavam no mesmo lugar como os outros. Percebi que eles frequentemente pegavam uma bengala de madeira de quatro ou cinco pés de comprimento, na ponta da qual queimava um pouco da erva seca petun (que mencionei em outro lugar); virando e soprando a fumaça em todas as direções sobre os outros selvagens, eles diziam a eles: "Para que vocês possam vencer seus inimigos, recebam todos vocês o espírito da força." E assim esses mestres caraibes fizeram várias vezes. Essas cerimônias duravam quase duas horas, com quinhentos ou seiscentos homens dançando e cantando incessantemente; tal era a sua melodia que, embora não soubessem o que é música, aqueles que não os ouviram jamais acreditariam que pudessem fazer tal harmonia."
Livro do Hans Staden, "História Verdadeira - Duas viagens ao Brasil", capítulo 16, O que usam os homens como ornato, como se pintam e que nomes têm:
"Fazem uma tonsura no alto da cabeça e deixam ficar em torno uma coroa de cabelos, como um monge. Perguntei-lhes muitas vezes de onde haviam tirado esse penteado, e responderam que seus antepassados o haviam visto em um homem que se chamava Meire Humane, e havia feito muitas maravilhas entre eles. Têm-no por um pofeta ou apóstolo. A seguir perguntei com o que podiam cortar os cabelos antes que os navios lhes tivessem trazido tesouras. Responderam que se tomava uma cunha de pedra, sustentando-lhe por baixo um outro objeto sobre o qual se macetavam os cabelos. A tonsura no meio faziam com uma lasca de pedra apropriada, que empregavam muito para tal fim."
Hans Staden na cidade de Wolfhagen/Alemanha, 20 de junho do ano do nosso Senhor de 1556.
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FONTE : GunterBrasil Elemesmo
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