A LENDA DA ILHA DA SELINHA

 

A Lenda da Ilha da Selinha
Contam os antigos praianos, em sussurros carregados de vento e saudade, que um jovem chamado Tavinho viveu um amor tão intenso quanto proibido com uma bela moça chamada Maria Célia. O casal, para escapar dos olhos do mundo e viver seu sentimento em paz, construiu um pequeno casebre na solitária Ilha da Selinha, onde o amor florescia escondido entre as pedras, o mar e o verde da mata.

Porém, algo trágico aconteceu. Certa manhã, Tavinho acordou sozinho. Maria Célia havia desaparecido sem deixar rastros. Desesperado, tomado por um impulso quase insano, ele pegou seu remo e partiu mar adentro, em direção a Paraty, seguindo para os lados da Ponta da Joatinga. Foi a última vez que se teve notícia dele. Nunca mais voltou, nem foi visto por alma viva.
Logo após seu desaparecimento, um estrondo ecoou pelos mares — forte, seco, como se a própria terra chorasse. E então, a Ilha da Selinha partiu-se ao meio. Os moradores das redondezas dizem que foi o lamento da natureza, entristecida pelo fim prematuro de um amor que tinha tudo para dar vida àquela ilha esquecida. Da dor, surgiu a fenda. E no seio da rachadura, sumiu o casebre construído por Tavinho e cuidado com carinho por Maria, como quem protege um segredo.

TEXTO DE GUINHO CAIÇARA
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