quarta-feira, 14 de setembro de 2022

SOBRE A HISTÓRICA "PAZ DE IPEROIG"

 

A chuva cai melancolicamente sobre a cidade adormecida ainda. Quem dera essa chuva lavasse, além das estátuas e telhados, os séculos e a história contada e repetida em escolas, jornais, internet.
História contada pelos opressores, escrita com o sangue dos explorados e perpetuada pela ignorância dos acomodados.

14 de Setembro, feriado municipal que celebra o primeiro e falso tratado de paz das terras invadidas e chamadas de Américas! Sob as bênçãos da igreja católica, através dos jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta , que mediaram a negociação, traída pelos portugueses. "Paz de Iperoig"? Paz para quem?
Anchieta foi canonizado, mas ajudava a matar quem era de outra religião e celebrava em versos o massacre de um povo!
"Após conseguir viver escondido, Jacques Le Balleur foi preso pelos portugueses nas cercanias de Bertioga. Ele foi enviado para Salvador, na Bahia, que era a sede do governo colonial, onde foi julgado pelo crime de “invasão” e “heresia”, em 1559. Em abril de 1567 foi enforcado, sendo auxiliar do carrasco, José de Anchieta, para consternação dos católicos."
(Álvaro Reis, O martyr Le Balleur, Rio de Janeiro: s/ed, 1917).
“Quem poderá contar os gestos heroicos do chefe à frente dos soldados, na imensa mata! Cento e sessenta as aldeias incendiadas, mil casas arruinadas pela chama devoradora, assolados os campos, com suas riquezas, passado tudo ao fio da espada!”
(José de Anchieta, De Gestis Mendi de Saa. Tradução do Pe. Armando Cardoso. RJ: Arquivo Nacional, 1958.)
“Dois dias realmente pelejaram. Em Uruçumirim, principalmente. Dia 20, essa aldeia, capital da Confederação dos Tamoios, era reduzida a cinza. No delírio da vitória os portugueses cortavam as cabeças aos cadáveres e as enfiavam nas estacas.”(Aylton Quintiliano, A guerra dos Tamoios, Reper Ed, 1965)
“Naquele vinte de janeiro, a intolerância religiosa e a ambição colonizadora e escravista de Portugal promoveram um dos mais sinistros e vergonhosos massacres de toda a historia brasileira.” (Aylton Quintiliano, A guerra dos Tamoios, Reper Ed, 1965).
Quem sabe quem foi Cunhambebe, Coaquira ou Aimberê?
Vem chuva, lava esse tempo. E recomecemos novamente. Com a história verdadeira!

Santiago Bernardes via facebook

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