sexta-feira, 19 de março de 2021

MARIO UBATUMIRIM E SUA RABECA......

 

Em 2019 tive o prazer de participar da oficina de rabeca do
Mario Ubatumirim
, foi incrível, a gente vê uma tabua se transformando em um instrumento, fiz até perto da minha ficar pronta, talhada na madeira que se rendia ao formão e a "taideira", tudo isso durou meses e meses, teve vigem para Paranaguá no meio, em que os fandangueiros voltaram cheios de casos, todo os dias tinha casos e história da cultura caiçara, pq mestre Mario Gato gosta e sabe do assunto e ama a vida que teve na beira do mar pras bandas Norte de Ubatuba, contou que as cordas eram feitas de tripas secas que revestiram uma fiada de fibra de planta. ( Ele sabe o nome do bicho e da planta), era difícil se concentrar as vezes sem quebrar a rabeca, ( cola é o segredo).

Conheci pessoas, rodei nos bailes, cirandei, conheci um universo novo, aos poucos o palco preferido da festa de São Pedro, passou a ser onde tava o fogão de lenha, com mandioca e café de quador e gente dançando de pés no chão, enquanto canta uma moda bonita com a alma,que retrata a vida no mar e na praia, quem vai e quem espera na areia a volta do seu amor, quem cuida da terra, faz farinha, e cozinha a cabeça do peixe para fazer pirão, até o pescador voltar.
E nesse embalo o ano acabou e não terminei minha rabeca, passei para o
Cosmonauta Virgílio
, fandangueiro, tocador, feitor de madeira em música, irmão das biologia e das prosas.
Ele concluiu, colocou o talento e o suor e deixou ela voar, hoje ela toca e encanta lá em Paraty.
Hoje o Bacurau Cosmonauta, trouxe uma rabeca para o grupo, disse que é para fazer o grupo seguir adiante, estamos radiantes, pois sabemos o processo todo de fazer um instrumento, do quanto ele te sente nervoso ou feliz, quanto a madeira faz birra se você não tiver afim de se doar naquele momento.
Somos muito gratos, por que quem doa tempo está doando respeito, e tempo é o bem mais preciso que temos.

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