ASPECTOS HISTóRICOS ·.
e O Topônimo UBATUBA, segundo seus historiadores, é corruptela da palavra tupi ibatyba, que significa sítio onde abundam ubás, espécie de cana silvestre, ou lugar onde se r eúnem muitas canoas; ubá também traduz caniço próprio par a flexas, e tuba quer dizer muitas.
O A História QuANDO da divisão do Brasil em Capitanias Heredit árias, o território do atual Município de Ubatuba ficou incluído no da Capitania que mais prosperou - a de São Vicen te -, doada por D . João III a Martim Afonso de Sousa.
Até o início do século XVII, a r egião era h abitada pelos tamoios, que aí tinham numerosas e populosas aldeias, entre as quais se destacava a de I peroig . e Elemento Europeu Ao QUE se sabe, o primeiro civilizado a ch egar em Ubatuba foi Hans Staden, que serviu como artilheiro no forte de Bertioga, n as lutas entre portugueses e t amoios. Numa das incursões indígen as, foi Staden aprisionado e levado p ara Iperoig, onde permaneceu cativo durante vários a nos, até que um fr ancês, Guilherme Moner, comandante de um n avio ali apartado, o resgatou. Isso aconteceu por volta de 1554, data da fundação de São Paulo . Instigados pelos franc eses, os tamoios confede- rados passar am a atacar os portugueses, pondo em risco, entre outros, os incipientes núcleos de colonização: São Vicente e São Paulo . Nóbrega e Anchieta decidiram, então, procurar os indígenas em seu próprio reduto - Iperoig - a fim de tentar uma paz duradoura .
Depois de Hans Staden, foram eles os primeiros brancos a visitar importante aldeamento tamoio. Não confiando nas propostas dos jesuítas, os indígenas mantiveram Anchieta como refém, en- quanto Nóbrega voltava a São Paulo, acompanhado de alguns selvagens, para negociar o armistício . Foi durante o cativeiro que Anchieta escreveu, n a areia da praia, os 4. 172 versos do seu Poema à Vi7·gem. Uma cruz de madeira assinala, hoje, o local. A Paz de Iperoig, como passou à História a pacificação dos tamoios, foi causa indireta da ex- pulsão dos franceses e da fundação do Rio de Ja- n eiro e conseqüentemente da integridade territorial do Br asil. 2 Al jândega - Sobrad o do Porto. e Colonização PoR voLTA de 1600, Iper oig começou a despertar o interesse dos europeus. Nessa ocasião, sendo governa dor do Rio de J aneiro, Salvador Corrêa de Sá e Benevides, e donatária da Capitania de São Vicente a Condessa de Vimieiro, ali se foi estabelecer, com S ela famíli a e aderentes, a mando do Governador, o português Jordão Homem Albernaz da Costa (ou de Castro) , natural da Ilha Terceira, nos Açores. Haven do construído logo uma Capela, sob a invocação da Santa Cruz do Salvador, deve ser considerado o fundador da Cidade e do Município.
Os primeiros que, em 1610/ 11, obtiveram sesma rias em território uba tubano foram Gonçalo 3 Correia de Sá, Martins de Sá, Salvador Correia de Sá, Artur de Sá, Belchior Cerqueira, Miguel Pires de Isasa, Antônio de Lucena , In ocêncio de Inhatete e Miguel Gonçalves . e Participação Francesa A PARTIR de 1870, um acontecimento do Velho Mun- do passou a influenciar a vida do Município. Antes que defl agrasse a Guerra Franco-Prussiana, deze- nas de famíli as de nobres franc eses transferiram- se com seus cabedais para Ubatuba, onde compra- ram grandes extensões de terras e organizaram faz endas, entregando-se ao cultivo do café, do fumo , da can a -de-açúcar, de frutas tropicais, de especiarias como a pimenta-do-reino e o cravo-da-índia. Alguns montaram olarias, outros ingressaram n a Marinha Imperial. Em Ubatuba, construíram man- sões senhoriais e um Teatro. e
Apogeu
No FINAL do século passado, que marcou, também, o final do Império, o crescimento de São Paulo agigantou-se. O Norte do Estado, com o Vale do Paraíba , tornou-se verdadeira potência económic a. E o Sul de Minas, região vizinha, acompanhou esse surto de progresso. Ubatuba tornou-se o p orto exportador por exce- lência dessa rica região económic a, onde imperava o café. Como porto de grande movimento, era o ponto final, litorâneo, da chamada "rota do café", vinda do Sul de Minas e do Vale do P::,raíba. Por aí, nesse período áureo de floresciment o económico, entraram para mais de 70 mil escravos. Tão intenso era o seu comércio ultramarino que muitos consu- lados estrangeiros aí se instalaram, para o serviço de "vistos". Houve um período em que 600 navios transa tlânticos entravam anualmente no Porto. Uba- tuba figurava à frente dos munic.ípios de maior ren- da da Província. Até a primeira máquina de tecelagem do Estado foi importada por Ubatuba para Taubaté . e Declínio A MARCHA do café para o Oeste - regiões de Jundiaí e de Campinas - à procura de t erras virgens e férteis e a construção das ligações ferroviárias Rio de J aneiro-São Paulo e São Paulo-Santos e do Porto de Santos, fizeram definhar a antiga estrada da "rota do café" - que do Sul de Minas demandava o Porto de Ubatuba - e, n aturalmente, o próprio Porto e Cidade. Querendo ainda freiar a decadência advinda das transformações económicas que se haviam operado 4 na Província de São Paulo, os grahdes proprietários da região ubatubana (sobretudo os franceses) reconheceram que apenas uma providência poderia salvar o Porto, a Cidade e, por conseguinte, os seus interesses - um ramal ferroviário que ligasse Uba- tuba a Taubaté - , no Vale do Paraíba, e, dali, alcançasse o Sul de Minas Gerais. Só assim Ubatuba conseguiria manter sua posição de porto regional, exportador da produção do Vale do Paraíba e da Região Sul-Mineira.
No dia 28 de setembro de 1890, tiveram início as obras de construção . Entretanto, com a falência do Banco de Taubaté, que apoiava o Grupo interes- sado no empreendimento, malogrou-se a iniciativa. As obr as, cerca de 80 quilómetros de estrada cons- truída e material ferroviário, foram abandonadas . Alguns anos depois, houve uma tentativa infrutífera de concluir a estrada. Em 1917, novo Grupo financeiro pleiteou o privilégio da construção da importante via de comunicação. Como das vezes anteriores, não houve resultados pr áticos . • Ressurgimento A ABERTURA de uma estrada de rodagem entre Uba - tuba e São Luís do Par aitinga, aproveitando o ve - lho caminho das tropas, fez com que a Cidade fosse descoberta para o turismo, iniciando-se novo surto de desenvolvimento.
A estrada Caraguatatuba-Uba - tuba, aberta em 1957, r eduziu
con sideravelmente o tempo de viagem. Visitantes, encantados com as belezas n
aturais da região, ali começaram a passar as férias, adquirindo terrenos para
construção de suas casas de praia. Assim, a Cidade renasceu num ritmo acele-
rado de progresso. Atualmente, a construção da estrada de rodagem Rio-Santos
CBR- 101) , já em fase adiantada , abre para Ubatuba excelentes perspectivas
económicas, com o aproveitamento de uma das regiões turísticas mais belas do
País. e Formação Administrativa
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