Moradores revoltados com a aplicação do BHC em seus rios realizaram manifestação em frente ao armazém do Sertão da Quina. Na ocasião um policial tentou sacar um revolver para intimidar a manifestação quando foi contido por um morador de nome “Zé Jean”. Na confusão policiais solicitaram reforço.
Com a chegada de mais policiais alguns moradores foram algemados e conduzidos a delegacia no centro da cidade. No camburão estavam os moradores Manoel Gaspar dos Santos, João Correia, José Jean, Benedito Félix e outros moradores que não foram lembrados. No caminho outra viatura parou para dar apoio na condução dos “meliantes”. Quando anoiteceu foram liberados.
O que se sabe foi que os rios levaram dez anos para se recuperar, muitos moradores trouxeram peixes e aves de outros lugares para o repovoamento. Muitas aves e pequenos outros animais foram encontrados mortos a beira dos rios de toda a região. Alguns chegaram a ficar doente tamanha a tristeza em ver o rio malcheiroso, cheio de limo verde e sem vida, as lágrimas corriam quando em um “praiado” viam piabas, jundiás e camarões mortos aos montes. O ciclo de uso foi quebrado, pois o lugar propiciava água e alimento de peixes a população e aos animais da época. Moradores subiam as montanhas, nas grandes roças, para buscar água limpa em novos “olhos dáguas” e nascentes.
Para Manoel Gaspar, 75, foi a pior desgraça que eu já vi em toda a região. “São recordações que não gostamos de lembrar, no passado defendemos e fomos presos, hoje não podemos usufruir o que cuidamos”, comenta Manoel Gaspar desapontado. O BHC é um inseticida e sua sigla advém do nome inglês - Benzene Hexachloride (hexacloro-ciclo-hexano)- é um produto que combate pragas na lavoura, seu uso está proibido no Brasil há mais de 20 anos. A equipe do governo depois reconheceu o mal que causou a natureza e a aquela população mudando a postura de tratamento ao povo dos lugares afetados e na aplicação produtos no combate ao pernilongo. Desta vez aplicadas só aos pernilongos.
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