sexta-feira, 30 de agosto de 2019

UBATUBA SUA HISTÓRIA EM RESUMO.......PARTE 4...........


                          Escravos   das lavouras da cana de açucar

PRIMEIROS ITALIANOS

Em 1874, uma certa Clementina Tavernari, de Concórdia de Modena, regressou do Brasil Imperial, onde era conhecida como Adelina Malavazi, com a incumbência de recrutar cinqüenta famílias de lavradores do norte da Itália. A intenção era fundar, na então província de Santa Catarina, um núcleo colonial que seria denominado Maria Tereza Cristina em homenagem a Sua Majestade a imperatriz, de origem italiana e casada com D. Pedro II. Trata-se do primeiro experimento de colonização italiana no país.



Enrico Secchi o professor que auxiliou como secretário Clementina Tavernari no recrutamento das famílias, acompanhando-as durante a viagem e permanecendo no Brasil, descreve sua chegada ao Rio de Janeiro e outras aventuras, entre elas:
"... na volta ao Rio de Janeiro, Enrico Secchi foi convidado a entender-se com Joaquim Ferreira da Veiga, servidor público e proprietário de uma grande fazenda chamada Picinguaba, no município de Ubatuba, ao norte da então província de São Paulo. Conseguiu a permissão oficial para retirar da hospedaria dos imigrantes cerca de 30 famílias há pouco chegadas da Itália, provenientes de Mántova, e também o transporte para a localidade. Um contrato foi feito com o proprietário, liquidando seus outros negócios e afazeres, dirigiu-se à Ubatuba, saiu recomendado pelo Cônsul Italiano em São Paulo: deve-se ao sobredito Enrico Secchi um elogio por ter mostrado o máximo zelo em seu encargo...
A viagem a Ubatuba, em 1887, foi a bordo do piróscafo Sepitiba, passando pelos portos de Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty. Na chegada, foram recebidos pelo capitão Assunção que retornara do Paraguai, pelo senhor Veiga pai, Carlo Usiglio e grande número de pescadores residentes no local. Os colonos receberam lotes para trabalhar no plano e na montanha. Os dias, semanas, transcorreram na máxima calma, o trabalho se desenvolvia bem nas lavouras começadas.
Eis que uma forte maré inundou a parte plana e as águas entraram nas casas, somente por milagre foi possível salvar a vida de todos. Houve grande pânico e um desânimo tal que boa parte abandonou o local rumo a São Paulo, outros voltaram ao Rio de Janeiro e dali foram despachados pelo Governo Imperial ao núcleo colonial Rodrigo Silva, perto de Barbacena, em Minas Gerais.
Os que ficaram em Ubatuba cultivaram cana cuja colheita perdeu-se por não estarem prontos os alambiques prometidos, o pessoal desanimou. Enrico, a mulher e duas filhas tiveram uma saída de Ubatuba muito sofrida, obrigados a atravessar a pé a Serra do Mar para alcançar o Porto Paraty e daí embarcar num pequeno piróscafo para o Rio de Janeiro."

APOGEU

No final do século passado, que marcou, também, o final do Império, o crescimento de São Paulo agigantou-se. O Norte do Estado, com o Vale do Paraíba, tornou-se verdadeira potência econômica. E o Sul de Minas, região vizinha, acompanhou esse surto de progresso.
Ubatuba tornou-se o porto exportador por excelência dessa rica região econômica, onde imperava o café. Como porto de grande movimento, era o ponto final, litorâneo, da chamada rota do café, vinda do Sul de Minas e do Vale do Paraíba. Por aí, nesse período áureo de florescimento econômico, entraram mais de 70 mil escravos. Tão intenso era o seu comércio ultramarino que muitos consulados estrangeiros aí se instalaram, para o serviço de vistos. Houve um período em que 600 navios transatlânticos entravam anualmente no Porto. Ubatuba figurava à frente dos municípios de maior renda da Província. Até a primeira máquina de tecelagem do Estado foi importada por Ubatuba para Taubaté.
As ruas fervilhavam de gente da terra, viajantes, negociantes, tropeiros, aventureiros e demais forasteiros; nos solares, as festas e bailes adquiriam quase que o mesmo esplendor e luxo da Corte; no seu teatro, afamadas companhias nacionais e estrangeiras, de passagem para outras cidades portuárias de importância, nele representavam dramas, comédias e até óperas mais em voga; e, também, cultuavam-se as Musas - no célebre Ateneu Ubatubense, que funcionava como escola e centro literário, dispondo de notável biblioteca de mais de 5.000 volumes apresentados em bem impresso catálogo, grande parte dela doada por S. M. Sereníssima, o Imperador Dom Pedro II.

FONTE..............www.ubaweb.com


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