ELEMENTO EUROPEU
Quando da divisão do Brasil em Capitanias Hereditárias, o território do atual Município de Ubatuba ficou incluído no da Capitania que mais prosperou - a de São Vicente - , doada por D. João III a Martim Afonso de Souza. Até o início do século XVII, a região era habitada pelos tamoios, que ai tinham numerosas e populosas aldeias, entre as quais se destacava a de Iperoig.Ao que se sabe, o primeiro civilizado a chegar em Ubatuba foi o alemão Hans Staden, que serviu como artilheiro no forte de Bertioga, nas lutas entre portugueses e tamoios. Numa das incursões indígenas, foi Staden aprisionado e levado para Iperoig, onde permaneceu cativo durante vários meses, até que um francês, Guilherme Moner, comandante de um navio ali aportado, o resgatou. Isso aconteceu por volta de 1554, data da fundação de São Paulo. De volta a sua terra, Staden, relata a experiência no livro Duas viagens ao Brasil, documento importantíssimo para a história do país.
Instigados pelos franceses, os tamoios confederados passaram a atacar os portugueses, pondo em risco, entre outros, os incipientes núcleos de colonização: São Vicente e São Paulo.
Os jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta decidiram, então, procurar os indígenas em seu próprio reduto - Iperoig - a fim de tentar uma paz duradoura. Depois de Hans Staden, foram eles os primeiros brancos a visitar importante aldeamento tamoio.
Não confiando nas propostas dos jesuítas, os indígenas mantiveram Anchieta como refém, enquanto Nóbrega voltava a São Paulo, acompanhado de alguns selvagens, para negociar o armistício. Foi durante o cativeiro que Anchieta escreveu, na areia da praia, os 5.732 versos do seu Poema à Virgem. Uma cruz assinala, hoje, o local.
A Paz de Iperoig, como passou à História a pacificação dos tamoios, foi assinada pelos portugueses e os índios em 14 de setembro de 1563. Teve como causa indireta da expulsão dos franceses, a fundação do Rio de Janeiro e conseqüentemente da manutenção da integridade territorial do Brasil.
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