A Toca da Caipora.
Faz um bom tempo, um bom tempo mesmo. Eu era criança la pras bandas do Monte Valério e no meio da Mata Atlântica eu era quase um bichinho. Penso eu que um dia estive bem próximo ao Pico do Corcovado, pois tenho a lembrança viva de estar por sobre as nuvens, algo que na época me foi deveras intrigante, pois me parecia estar olhando o oceano, porém o espírito mateiro dizia que não tinha mar por lá.
Uma coisa é certa. Virei e revirei as entranhas da floresta, e sendo um ser de muita sorte tive imensa proteção dos Anjos da Guarda, e das orações de mamãe Naná. As aventuras dum Caiçara nas entranhas da Mata, e sempre "só ".
Mas vamos falar da Toca da Caipora, que é o tema dessa prosa. Muito me intrigava, as tocas com circunferências perfeitas escondidas pela Mata, aquilo num podia ser coisa da mãe Natureza, tinha algo enigmático naquilo, e, eu ficava doido para entrar e desvendar o mistério. ..
Certo dia falei com o Vicente, que era um homem mateiro e matreiro também, e lhe disse da imensa curiosidade de desvendar os mistérios daqueles buracos tao enigmáticos. Vicente sábio que o era, disse : Faça isso não menino, ai é a Toca da Caipora, um bicho igual gente que tem cabelo das cabeça aos pés. Não pode entrar não.
Moral da história, levou um bom tempo pra eu saber que aquilo era um forno de fazer carvão, tomado pela floresta que se refez ao seu entorno. Oque ele fez, foi assustar o menino pra não entrar num lugar que certamente era propicio para morada de alguma serpente, ou quem sabe ele acreditava na Caipora mesmo.
Charles Medeiros Via Facebook
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