sábado, 13 de outubro de 2018

SOZINHA E ISOLADA , MAS NÃO POR MUITO TEMPO.....


Karl Friedrich von Martius, Ubatuba 1836
Entre 1787 e a década de 1820 Ubatuba viveu um período de isolamento econômico, antes de voltar a crescer vertiginosamente com a vinda de investidores portugueses, franceses e brasileiros, que chegaram para atuar nos ramos de exportação de café e importação de escravos.


Esse intervalo de quase 40 anos começou quando o presidente da província de São Paulo, Bernardo José de Lorena, determinou que todas as embarcações que partissem da província deveriam passar pelo porto de Santos. Para a economia açucareira de Ubatuba, isso foi desastroso, pois o longo desvio obrigatório ao Sul tornava os produtos ubatubanos muito mais caros no mercado do Rio de Janeiro.
Assim, dos mais de 20 engenhos que existiram aqui no século XVIII, restavam só quatro no início do século XIX. Durante essas quatro décadas, as roças de Ubatuba produziam para a própria subsistência e para trocas na própria região. Só vendia pra fora, a bordo de canoas, o parco excedente de farinha, toucinho, feijão e mandioca.
O que para os negócios dos senhores foi tempo de decadência, para os negros pôde ser visto como um alívio, um abrandamento da violência e segregação. Com a economia voltada para o consumo interno, fora da lógica de acumulação capitalista, o número de horas de trabalho diminuiu nessas décadas. Poucos senhores conservaram grupos maiores de escravos. A maioria dos donos de escravos acabava por ir trabalhar na roça ao lado dos cativos e muitos acabaram por libertá-los. O número de mestiços aumentou, sinal de que as relações inter-raciais estavam se tornando mais próximas.

Mas, com a reabertura dos portos e os novos empreendedores, tudo iria mudar rapidamente às vésperas dos anos 1830.

FONTE........INFORMAR UBATUBA

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