sábado, 13 de outubro de 2018

REBELIÃO DE ESCRAVOS EM UBATUBA EM 1831.......PARTE 1






por Leandro Cruz
Dia 20 de novembro de 1831, o Aurora, que rumava para o Rio Grande do Sul, é trazido pelo vento de volta à praia do Itaguá.
O capitão da embarcação tem uma mensagem urgente para o novo Juiz de Paz da Vila de Ubatuba: os homens mais poderosos do município corriam risco de morte.


Escravos pretendiam atacar os homens mais ricos da cidade, quando estivessem no mesmo lugar e na mesma hora: na missa de Natal, na Matriz. Os rebeldes se apropriariam dos bens dos senhores e conquistariam a liberdade. 
Mas entre os revolucionários havia ao menos uma dezena de homens brancos livres, inclusive militares, e eles já tinham armas, pólvora e munição.
Para investigar essa História, busquei ajuda do historiador Ricardo Figueiredo Pirola, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP e autor da premiada tese: “Escravos e rebeldes nos tribunais do Império: uma história social da lei de 10 de junho de 1835”, publicado pela editora do Arquivo Nacional.
O livro ajuda a compreender melhor um período conturbado da história do Brasil, marcado por instabilidade política, recrudescimento da violência contra os escravos e muitos levantes e insurreições.
Pirola me ajudou a ter acesso a documentos relativos ao plano de insurreição, encontrados no Arquivo Público do Estado, como Correspondências entre autoridades, o inquérito policial, entre outros. Pirola forneceu ainda seus valiosos apontamentos sobre os documentos.
Busquei também informações em outras fontes. No repositório digital de documentos e na rede de hemerotecas da Biblioteca Nacional, busquei referências a Ubatuba e aos acusados para compreender as ‘‘tretas’’ da vila que vivia rápidas transformações.
Todas essas fontes foram preservadas em arquivos fora de Ubatuba. Sinto que tentaram apagar muitas histórias por aqui.
Quanto aos documentos que pude pesquisar, cabe lembrar que cada linha (de jornal, correspondência ou até mesmo a tomada dos depoimentos dos negros) foi escrita por mãos brancas e poderosas, que podem ter omitido ou mesmo acrescentado o que lhes fosse conveniente.

FONTE...........INFORMAR UBATUBA

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