Em 1945, 155 japoneses da associação Shindo Renmei ficaram presos na ilha.
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No sábado, dia 23, será realizada uma homenagem aos imigrantes japoneses, que estiveram presos na Ilha Anchieta, em Ubatuba. A solenidade é organizada pela Associação Pró-Resgate Histórico da Ilha Anchieta e Filhos da Ilha, com apoio da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social(Bunkyo) e Prefeitura local.
Um dos sobreviventes dos 1551 japoneses, que estiveram presos na Ilha Anchieta, em 1945, Tokuishi Shidaka, de 94 anos, estará presente à cerimônia, que irá ocorrer entre 13 e 16 horas. Shidaka pertenceu a associação Shindo Renmei, cuja história foi relata em livro do escritor Fernando Morais e, no filme “Corações Sujos”, dirigido por Vicente Amorim, em 2012.
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Tanto o livro como o filme, relatam a prisão e confinamento no presídio de Ilha Anchieta, em 1945, de um grupo de 155 imigrantes japoneses, que pertenciam a uma associação secreta conhecida como Shindo Renmei, que significava “Liga do Caminho dos Súditos”.
A associação tinha como objetivo de manter a tradição nipônica e a organização das colônias japonesas espalhadas pelo interior de São Paulo e demais estados do pais. Durante a segunda guerra os membros do Shindo Renmei viviam na clandestinidade porque os imigrantes japoneses foram proibidos pelo governo brasileiro de manter suas tradições, cultura, língua e atividades sociais, esportivas e políticas.
Foi proibido também, o uso do rádio, pois o a colônia fazia oposição aos aliados, apoiados pelo Brasil na guerra. Com o fim da guerra em 1945, iniciou-se um ciclo de conflitos e mortes na comunidade japonesa que vivia no país. Os membros do Shindo Renmei não acreditavam e, tão pouco, aceitavam a derrota do Japão na guerra. Para eles, as notícias da derrota eram duvidosas, uma vez que o Brasil apoiava os aliados.
Para eles, as notícias divulgadas no Brasil, sobre o fim da guerra e derrota do Japão, não passava de uma manobra para que os orientais perdessem sua organização e força. A organização utilizou de ampla propaganda para tentar garantir a honra à pátria. Utilizaram recursos como montagens fotográficas, falsos jornais internacionais e até moedas falsas dos países “derrotados” com emissão no Japão.
Uma parcela da comunidade japonesa, chamada na época de “corações sujos” ou “derrotistas” por acreditar na derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial passou a ser perseguida pela organização Shindo Renmei. Com o crescimento do conflito e morte dos “derrotistas”, o governo brasileiro resolveu intervir prendendo na Ilha Anchieta ou deportando para o Japão, os integrantes da organização.
Essa história considerada um dos episódios mais marcantes na história do presídio da Ilha Anchieta, em Ubatuba, foi levado para as telas do cinema em 2012, inclusive, no Japão. No Brasil, o filme Corações Sujos, baseado em livro de Fernando Morais e dirigido por Vicente Amorim, foi estrelado por Edu Moscovi e Tsyoshi Ihana(Cartas de Iwo Jima).
Presídio.
Ruínas do presídio. |
O presídio da Ilha Anchieta começou a ser construído em 1902, quando foram desapropriadas cerca de 412 famílias de colonos e caiçaras que habitavam o local. Mas em 1914 a Colônia Penal foi extinta, sendo os detentos transferidos para Taubaté. Em 1928 o presídio volta a funcionar, desta vez sendo destinado principalmente a presos políticos. Pouco depois a ilha, que se chamava na época Ilha dos Porcos, foi rebatizada como Ilha Anchieta em homenagem ao jesuíta. No ano de 1942, com aproximadamente 273 detentos, a Colônia Penal passa a ser denominada como Instituto Correcional da Ilha Anchieta, passando a receber como residentes também soldados e suas famílias. A desativação do presídio ocorreu após a sangrenta rebelião de junho de 1952. Hoje é um dos locais mais visitados do Litoral Norte.
FONTE..............http://salimburihan.blogspot.com.br/2017/09/via-orla_78.html?spref=fb
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