quarta-feira, 16 de agosto de 2017

UBATUBA ....UM POUCO DA SUA HISTÓRIA.......PARTE 7


O café   elevou a  economia paulista e principalmente do Vale do Paraiba e  Ubatuba tornou-se o porto exportador por excelência


APOGEU

No final do século XIX, que marcou, também, o final do Império, o crescimento de São Paulo agigantou-se. O Norte do Estado, com o Vale do Paraíba, tornou-se verdadeira potência econômica.
 E o Sul de Minas, região vizinha, acompanhou esse surto de progresso. Ubatuba tornou-se o porto exportador por excelência dessa rica região econômica, onde imperava o café. Como porto de grande movimento, era o ponto final, litorâneo, da chamada “rota do café”, vinda do Sul de Minas e do Vale do Paraíba.




Por este porto, no período áureo de florescimento econômico, entraram mais de 70 mil escravos. Tão intenso era o seu comércio ultramarino que muitos consulados estrangeiros aí se instalaram, para o serviço de vistos. Houve um período em que 600 navios transatlânticos entravam anualmente no Porto. Ubatuba figurava à frente dos municípios de maior renda da Província. Até a primeira máquina de tecelagem do Estado foi importada por Ubatuba para Taubaté.
As ruas fervilhavam de gente da terra, viajantes, negociantes, tropeiros, aventureiros e demais forasteiros; nos solares, as festas e bailes adquiriam quase que o mesmo esplendor e luxo da Corte; no seu teatro, afamadas companhias nacionais e estrangeiras, de passagem para outras cidades portuárias de importância, nele representavam dramas, comédias e até óperas mais em voga; e, também, cultuavam-se as Musas – no célebre Ateneu Ubatubense, que funcionava como escola e centro literário, dispondo de notável biblioteca de mais de 5.000 volumes apresentados em bem impresso catálogo, grande parte dela doada por S. M. Sereníssima, o Imperador Dom Pedro II.


DECLÍNIO

A marcha do café para o Oeste, para as regiões de Jundiaí e Campinas, à procura de terras virgens e férteis e a construção das ligações ferroviárias Rio de Janeiro – São Paulo e São Paulo – Santos e do Porto de Santos, fizeram definhar a antiga estrada da “rota do café”, que do Sul de Minas demandava o Porto de Ubatuba, e, naturalmente o próprio porto e cidade. A decadência também é atribuída à ordem do Capitão Bernardo José de Lorena, que, intercedendo a favor do porto de Santos, determinou que todas as embarcações em demanda do litoral paulista tocassem em Santos, porto até então abandonado e privado de contados comerciais.
Querendo ainda frear a decadência advinda das transformações econômicas que se haviam operado na Província de São Paulo, os grandes proprietários da região ubatubense (sobretudo os franceses) reconheceram que apenas uma providência poderia salvar o porto, a cidade e, por conseguinte, os seus interesses, um ramal ferroviário que ligasse Ubatuba a Taubaté, no Vale do Paraíba, e, dali, alcançasse o Sul de Minas Gerais. Só assim Ubatuba conseguiria manter sua posição de porto regional, exportador da produção do Vale do Paraíba e da região Sul-Mineira.
No dia 28 de setembro de 1890, tiveram início as obras de construção. Entretanto, com a falência do Banco de Taubaté, que apoiava o grupo interessado no empreendimento, malogrou-se a iniciativa. As obras, cerca de 80 quilômetros de estrada construída e material ferroviário, foram abandonados. Alguns anos depois, houve uma tentativa infrutífera de concluir a estrada. Em 1917, novo grupo financeiro pleiteou o privilégio da construção da importante via de comunicação. Como das vezes anteriores, não houve resultados práticos.

Continua  no  dia  18  de Agosto    com a Parte  8

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