O café elevou a economia paulista e principalmente do Vale do Paraiba e Ubatuba tornou-se o porto exportador por excelência
APOGEU
No final do século XIX, que marcou, também, o final do Império, o crescimento de São Paulo agigantou-se. O Norte do Estado, com o Vale do Paraíba, tornou-se verdadeira potência econômica.
E o Sul de Minas,
região vizinha, acompanhou esse surto de progresso. Ubatuba tornou-se o
porto exportador por excelência dessa rica região econômica, onde
imperava o café. Como porto de grande movimento, era o ponto final,
litorâneo, da chamada “rota do café”, vinda do Sul de Minas e do Vale do Paraíba.
Por este porto, no período áureo de
florescimento econômico, entraram mais de 70 mil escravos. Tão intenso
era o seu comércio ultramarino que muitos consulados estrangeiros aí se
instalaram, para o serviço de vistos. Houve um período em que 600
navios transatlânticos entravam anualmente no Porto. Ubatuba figurava à
frente dos municípios de maior renda da Província. Até a primeira
máquina de tecelagem do Estado foi importada por Ubatuba para Taubaté.
As ruas fervilhavam de gente da terra,
viajantes, negociantes, tropeiros, aventureiros e demais forasteiros;
nos solares, as festas e bailes adquiriam quase que o mesmo esplendor e
luxo da Corte; no seu teatro, afamadas companhias nacionais e
estrangeiras, de passagem para outras cidades portuárias de importância,
nele representavam dramas, comédias e até óperas mais em voga; e,
também, cultuavam-se as Musas – no célebre Ateneu Ubatubense, que
funcionava como escola e centro literário, dispondo de notável
biblioteca de mais de 5.000 volumes apresentados em bem impresso
catálogo, grande parte dela doada por S. M. Sereníssima, o Imperador Dom
Pedro II.
DECLÍNIO
A marcha do café para o Oeste, para as regiões de Jundiaí e Campinas, à procura de terras virgens e férteis e a construção das ligações ferroviárias Rio de Janeiro – São Paulo e São Paulo – Santos e do Porto de Santos, fizeram definhar a antiga estrada da “rota do café”, que do Sul de Minas demandava o Porto de Ubatuba, e, naturalmente o próprio porto e cidade. A decadência também é atribuída à ordem do Capitão Bernardo José de Lorena, que, intercedendo a favor do porto de Santos, determinou que todas as embarcações em demanda do litoral paulista tocassem em Santos, porto até então abandonado e privado de contados comerciais.
Querendo ainda frear a decadência
advinda das transformações econômicas que se haviam operado na Província
de São Paulo, os grandes proprietários da região ubatubense (sobretudo
os franceses) reconheceram que apenas uma providência poderia salvar o
porto, a cidade e, por conseguinte, os seus interesses, um ramal ferroviário
que ligasse Ubatuba a Taubaté, no Vale do Paraíba, e, dali, alcançasse o
Sul de Minas Gerais. Só assim Ubatuba conseguiria manter sua posição de
porto regional, exportador da produção do Vale do Paraíba e da região
Sul-Mineira.
No dia 28 de setembro de 1890, tiveram
início as obras de construção. Entretanto, com a falência do Banco de
Taubaté, que apoiava o grupo interessado no empreendimento, malogrou-se a
iniciativa. As obras, cerca de 80 quilômetros de estrada construída e
material ferroviário, foram abandonados. Alguns anos depois, houve uma
tentativa infrutífera de concluir a estrada. Em 1917, novo grupo
financeiro pleiteou o privilégio da construção da importante via de
comunicação. Como das vezes anteriores, não houve resultados práticos.
Continua no dia 18 de Agosto com a Parte 8
FONTE.........www.curiosidadesdeubatuba.com.br
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