Vista da cidade de Ubatuba, 1890.........
PARTICIPAÇÃO FRANCESA
A partir de 1870, um acontecimento do Velho Mundo passou a influenciar a vida do município. Antes que deflagrasse a Guerra Franco-Prussiana, dezenas de famílias de nobres franceses transferiram-se com seus cabedais para Ubatuba,
onde compraram grandes extensões de terras e
organizaram fazendas, entregando-se ao cultivo do café, do fumo, da
cana-de-açúcar, de frutas tropicais, de especiarias como a
pimenta-do-reino e o cravo-da-índia. Alguns montaram olarias, outros
ingressaram na Marinha Imperial, e em Ubatuba, construíram mansões
senhoriais e um teatro.
PRIMEIROS ITALIANOS
Em 1874, uma certa Clementina Tavernari, de Concórdia de Modena, regressou do Brasil Imperial, onde era conhecida como Adelina Malavazi, com a incumbência de recrutar cinquenta famílias de lavradores do norte da Itália. A intenção era fundar, na então província de Santa Catarina, um núcleo colonial que seria denominado Maria Tereza Cristina em homenagem a Sua Majestade a imperatriz, de origem italiana e casada com D. Pedro II. Trata-se do primeiro experimento de colonização italiana no país.
Enrico Secchi o professor que auxiliou
como secretário Clementina Tavernari no recrutamento das famílias,
acompanhando-as durante a viagem e permanecendo no Brasil, descreve sua
chegada ao Rio de Janeiro e outras aventuras, entre elas:
“… na volta ao Rio de Janeiro, Enrico
Secchi foi convidado a entender-se com Joaquim Ferreira da Veiga,
servidor público e proprietário de uma grande fazenda chamada
Picinguaba, no município de Ubatuba, ao norte da então província de São
Paulo. Conseguiu a permissão oficial para retirar da hospedaria dos
imigrantes cerca de 30 famílias há pouco chegadas da Itália,
provenientes de Mántova, e também o transporte para a localidade. Um
contrato foi feito com o proprietário, liquidando seus outros negócios e
afazeres, dirigiu-se à Ubatuba, saiu recomendado pelo Cônsul Italiano
em São Paulo: deve-se ao sobredito Enrico Secchi um elogio por ter mostrado o máximo zelo em seu encargo…
A viagem a Ubatuba, em 1887, foi a bordo do piróscafo(*)
Sepitiba, passando pelos portos de Mangaratiba, Angra dos Reis e
Paraty. Na chegada, foram recebidos pelo capitão Assunção que retornara
do Paraguai, pelo senhor Veiga pai, Carlo Usiglio e grande número de
pescadores residentes no local. Os colonos receberam lotes para
trabalhar no plano e na montanha. Os dias, semanas, transcorreram na
máxima calma, o trabalho se desenvolvia bem nas lavouras começadas.
Eis que uma forte maré inundou a parte
plana e as águas entraram nas casas, somente por milagre foi possível
salvar a vida de todos. Houve grande pânico e um desânimo tal que boa
parte abandonou o local rumo a São Paulo, outros voltaram ao Rio de
Janeiro e dali foram despachados pelo Governo Imperial ao núcleo
colonial Rodrigo Silva, perto de Barbacena, em Minas Gerais.
Os que ficaram em Ubatuba cultivaram
cana cuja colheita perdeu-se por não estarem prontos os alambiques
prometidos, o pessoal desanimou. Enrico, a mulher e duas filhas tiveram
uma saída de Ubatuba muito sofrida, obrigados a atravessar a pé a Serra
do Mar para alcançar o Porto Paraty e daí embarcar num pequeno piróscafo(*) para o Rio de Janeiro.”
(*) Piróscafo: Nome primitivo do barco a vapor.CONTINUA NO DIA 16 COM A PARTE 7
FONTE...................www.curiosidadesdeubatuba.com.br
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