Entender um pouco do cotidiano daquela criança talvez possa explicar o desfecho desta história.
Imagine uma pequena CAIÇARA caminhando pelas ruas de nossa cidade, saltando de quando em quando um ou outro paralelepípedo mais destacados... Quando as vias tinham calçamento , pois a maioria eram de terra batida.
Aquelas ruas iam acabar na linda praia do Cruzeiro de águas límpidas, bela época. Nossa personagem molhava seus pezinhos no mar... , escafruchando um ou outro sapinhaua só por diversão. Ela não podia ver os pescadores chegando em suas canoas que já ia correndo ver o resultado daquela pescaria.
Conhecida dos pescadores e de todos por ser a filha de uma pessoa querida em Ubatuba , sempre brincavam dizendo:
" - Lá vem a Bananinha."
Fazia pouco caso da brincadeira , pois fazer o quê? Era filha dele mesmo.
E assim passavam o dia andando de casa em casa , comércio em comércio. Era amiga de todos , mas tinha carinho especial pelos Fernandes , frequentando o Hotel Felipe que era da família brincando pelos corredores daquele prédio.
Época de ouro como muitos afirmam, época de paz como eu costumo pensar ,assim era o dia a dia daquela jovem menina.
Mas o tempo foi passando e o " progresso " foi chegando e os casarões não tinham mais razão de ser para uma sociedade moderna que tinha a ânsia de chegar ao futuro .
E foi em um certo dia que infelizmente a nossa jovem foi despertada de seu sono com o barulho de marretadas derrubando paredes , saiu correndo para a rua para ver o que acontecia , e ao presenciar o que acontecia ajoelhou se no meio da rua pois seu querido Hotel Felipe lugar de tantas brincadeiras começava a cair como um castelo de areia atingindo pelas ondas do mar, como ato de desespero começou a chorar a pleno pulmões.
Os trabalhadores impactados por aquela situação pararam a demolição por pena daquela garota, amparada pelo seu pai pediu que ele parasse com aquela demolição, mas o que ele poderia fazer?
Aquele acontecimento marcou à vida da nossa CAIÇARA, marcando também um período de transição de Ubatuba entre o passado mais clássico voltado ao nosso povo e um futuro incerto.
Querida jovem CAIÇARA, gostaria que você soubesse que anos depois eu escrevo isto em lagrimas também.
TEXTO DE GUINHO SANTOS VIA FACEBOOK
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