Na foto Estação de Trem, algumas dessas foram construidas entre Ubatuba e Taubaté..
Da redação do Blog Ubatubense......Estamos divulgando aqui um belo trabalho histórico sobre a construção da Estrada de Ferro Norte de São Paulo, de autoria de Guilherme Carra Makowsky, informo que estou apenas a compartilhar um capitulo da rica história da Ubatuba Antiga, a manutenção deste blog , eu faço com carinho e por amor a minha querida cidade Ubatuba SP, não tenho nenhum lucro com a atualização desse blog, quero apenas auxiliar na divulgação da história de minha cidade...
A situação de
isolamento de Ubatuba , foi –se
agravando ao longo dos anos, ao ponto de ter que mendigar ao governo do estado
que ao menos subvencionasse uma linha regular de transporte marítimo com o
porto de Santos, como testemunho de tal realidade o periódico “ Echo Ubatubense”, publicou em 8 de Agosto de
1897 o apelo encaminhado ao Presidente do Estado Manoel Ferraz de Campos Salles
“ E Ubatuba, que outrora, antes da trafegação
da Central, era uma das principais artérias comerciais da província paulista e do rico sul de minas e que em movimento e mesmo em rendas
aduaneiras rivalizava com a praça de Santos, se é que em muitos pontos, não a
sobrepujava, pode ser considerada hoje, pela uberdade de suas terras, pela
excelência de seu clima, pela importância e capacidade de seu porto, pela sua
posição estratégica no extremo norte do Estado , como uma riqueza estéril, inútil
e até pesada aos cofres públicos , pelo
isolamento em que se acha, consequência de longo abandono em que a tem deixado os que tem a responsabilidade
do poder.
Já
insulada do resto do Estado por mar e por terra; por mar , porque suas
comunicações com Santos se fazem hoje como se fazia há uns pares de milheiros
de anos :- por canoas, viagens cujos
perigos são fáceis de imaginar; por
terra , porque suas estradas são
verdadeiras picadas, cujos consertos se tornam inúteis , porque, abandonadas a
si mesmas, sem pessoal de conserva, vem logo as enxurradas e a vegetação
obstruí-las por completo.(..) assim solicitamos que esse governo subvencionasse
uma navegação regular com o porto de Santos, mesmo que com apenas viagens mensais (...)
Depois do
recebimento da petição foi criada uma linha de navegação que atendia a todas as cidades do litoral norte com frequência
mensal.
Com a
estagnação de Ubatuba, todo o material desembargado que seria destinado a ESNSP
ficou abandonado até 1914 quando, em
vista da dificuldade de importação de material pelo conflito bélico
conhecido como a 1 ª Guerra Mundial, o Sr. Antonio Paes de Barros Sobrinho,
desejoso de construir um ramal ferroviário
para a ligação da Companhia Paulista ,
na proximidade de Rio Claro, teve conhecimento de tal material em Ubatuba,
assim, após os entendimentos necessários, comprou um pequeno veleiro, com
motorização a vapor também, e fez a viagem para a retirada dos trilhos, retornou
a Santos e encaminhou o material ao local das futuras obras.
Muito mais
trilhos ficaram abandonados pelos arredores da cidade e em 1925, quando da
chegada da luz elétrica a Ubatuba, tais trilhos foram aproveitados como postes
para a iluminação pública, muitos persistindo até fins da década de 70
do século XX.
Assim disse o historiador Fernad Braudel, sobre a
estagnação de Ubatuba.
“ Numa
outra região do imenso Brasil, fiz uma viagem menos poética que aquela de
Marvin Harris, mas não menos reveladora. Ubatuba, na Costa do Atlântico, no
Estado de São Paulo, não muito longe de Santos, conheceu por volta de 1840, sua
época de esplendor. Esteve então ligada por um trafego ativo de tropas de mulas
a Taubaté, assim como Santos a São Paulo que , então não passava de um vilarejo.
Taubaté-Ubatuba, assim como santos-São Paulo, é o casamento, a associação por cima
da poderosa Serra do Mar. Muralha de verdura entre a costa e o interior, de um
mercado colhedor de café e de um porto que o exporta pro mundo inteiro. Na luta
logo travada. São Paulo – Santos prevaleceram , a tal ponto que, da projetada estrada de ferro entre Taubaté
e Ubatuba, só foram construídas as Estações. Ainda hoje, a ligação de Taubaté a
Ubatuba se faz por um carro que consegue, Deus sabe como, a proeza de seguir o
antigo caminho burriqueiro, pista
escorregadia entre as duas cidades: a partida, Taubaté, a qual a indústria deu
nova vida; a chegada, Ubatuba, miserável, engolida pela vegetação tropical.
Seus antigos sobrados abandonados, arruinados pela água, pelas palmeiras
crescendo entre a fissuras dos muros, mas de forma imponente, seu cemitério,
com placas funerárias de uma certa riqueza, falam sozinhos da antiga fortuna de pequeno porto. A cidade
de Ubatuba não sobreviveu. É uma vila de camponeses, de cablocos..........
Continua.................Confira
no próximo dia 24 de Abril a sequência
dessa matéria sobre a história da construção da Ferrovia Taubaté
–Ubatuba , história essa que atravessa do período imperial ao republicano......
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