quinta-feira, 2 de março de 2017
UBATUBENSE PROTESTAM CONTRA A POLUIÇÃO DE PRAIAS EM RIOS EM UBATUBA ......2008
A turma do “Penicaço”, como está sendo chamado o protesto contra a poluição das águas de Ubatuba, realizou outra manifestação na cidade, cobrando soluções em relação ao esgoto despejado nos rios do município e, que estão cada vez mais, levando os coliformes fecais para as praias da costa Ubatubense.
Desta vez os manifestantes se concentraram na região central da cidade, no bairro do Itaguá, zona nobre e movimentada de Ubatuba. Cerca de 150 pessoas se reuniram no meio da baia do Itaguá e chegaram a interditar a principal avenida do bairro.
Estendendo uma faixa, com os dizeres “Salvem nossas praias! Não vamos permitir esta merda”, os manifestantes chamaram bastante atenção dos turistas que aproveitavam o feriado do Dia do trabalho na cidade.
A maior parte dos integrantes do protesto era formada por pais e alunos da escola Cooperativa Educacional, que fizeram bastante barulho, batucando penicos e cantando o refrão “Xô cocô”.
Os manifestantes percorreram parte da avenida, rumo à ponte sobre um dos rios, que despeja o esgoto doméstico na baia do Itaguá e torna a praia imprópria para o banho.
Algumas figuras importantes da cidade acompanharam o protesto, como o ambientalista Hugo Galo, dono do aquário, e o pré-candidato a prefeito, pelo PT, Mauríco Moromizato. Ambos concordaram que a responsabilidade pela situação atual é da Sabesp, pela falta de investimento em saneamento básico e da Prefeitura Municipal, juntamente com a Cetesb, que seriam responsáveis pela fiscalização das comunidades, que despejam o esgoto doméstico diretamente nos rios.
O ambientalista Hugo Galo também ressaltou a importância de uma política migratória mais eficiente, em nível federal. Ele explica que muitos migrantes se alojam na cidade em regiões periféricas e sem estrutura suficiente para acomodar estes moradores.
O Procurador de Justiça e professor de Direito, José Guerra Armede, explica que, o fenômeno se dá em função do explosivo e sazonal turismo de temporada, gerando uma demanda de mão de obra, que estimula a migração desordenada. “O sistema econômico criado por esta situação acaba gerando tremendas injustiças, pois, estas populações periféricas ficam jogadas ao abandono e são usadas e descartadas, sempre ao sabor do fluxo turístico”.
Para o procurador, esta legião de pessoas, que vive abaixo do nível da pobreza, acaba confinada ao pé da Serra do Mar, sem qualquer assistência do poder público, inclusive no que diz respeito a saneamento básico, sob pretexto de que é impossível assisti-las, em razão dos já conhecidos entraves ambientais, os quais servem de pretexto para que o poder público negue a estas pessoas o tanto de dignidade humana, que a Constituição Brasileira garante a qualquer cidadão. “É a isto que eu chamo de ambientalismo irresponsável, que está a apodrecer a vida do Litoral Norte de São Paulo”, completa o Procurador de Justiça e Professor de Direito, José Guerra Armede, acrescentando, que o Ministério Público do Estado de São Paulo é dotado de instrumentos jurídicos, capazes de reverter esta situação, via ação civil pública, direcionada para compelir os poderes executivos (Estadual e Municipal) a implementar políticas públicas, que possam garantir a assistência digna a essas populações mais carentes. “Se tudo isso ocorresse, o maior e mais significativo problema ambiental de Ubatuba, que é a poluição das águas por coliformes fecais, seria facilmente resolvido.
O ambientalismo ubatubense se esmera na preservação do belo e se omite e se acovarda na construção do bom. A questão ambiental, assim imposta, se utiliza da estética, para ocultar a terrível falta de ética, que é o desprezo dos poderes constituídos para com os pobres que habitam a periferia da cidade”. (Fonte: Imprensa Livre)
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