Em 1949, o Governo do Estado construiu
um aeroporto de proporção maior, que atendia as emergências de aviões de
grande porte e a posição voltou a ser a original e atual, chegando a
uma extensão de 600 metros de comprimento, com uma largura de 15 metros.
Muitos caminhões de terra, saibro e barro foram necessários para cobrir
toda essa extensão, em um ritmo que, durou três meses para finalizar a
obra. Todo o aterro foi muito bem compactado e gramado e o serviço teve a
supervisão de um oficial da aeronáutica.
Nos anos 50, Ubatuba dispunha de um
ótimo campo de pouso construído pelo Governo do Estado, uma pista que
proporcionava, quando necessário à aterrissagem de grandes aviões que
faziam a rota Rio de Janeiro-São Paulo. Isso porque a cidade de Ubatuba
se encontrava bem na linha da rota, caminho entre as duas capitais e
ainda contava com um rádio-telegráfico. Nesta época, um tráfego aéreo
trazia visitantes e turistas dispostos a uma aventura de travessia do
planalto, sobre a crista da serra do mar, em um curto tempo de viagem,
em linha reta de 160 quilômetros. Pequenos aviões, modelos “Stinson”,
para 3 passageiros, cruzavam os céus, desde São Paulo
até Ubatuba, em uma viagem de aproximadamente 50 minutos. Eram serviços
aéreos regulares feitos pela empresa “Valpar”, uma companhia paulista de
aviação que transportava passageiros para Ubatuba e cidades do Vale do
Paraíba. Outra empresa aérea que também fazia o transporte de
passageiros de São Paulo à Ubatuba, chamava-se “Star”, uma companhia de
táxis aéreos, que costumava cobrar pelo tempo de vôo.
No ano de 1967, um exemplo de visão na
exploração do turismo no município, foi o crédito da VASP – Aviação
Aérea de São Paulo, que servia a cidade de Ubatuba, com uma linha aérea
semanalmente, trazendo de longe aqueles visitantes à Ubatuba. Em 1968,
na administração do prefeito Cicillo Matarazzo, mais uma vez o aeroporto
de Ubatuba, passou por reformas, atendendo às normas da aeronáutica em
segurança, e foi determinada a ampliação de sua extensão e a construção
de uma pista com pavimentação asfáltica.
Em 2004 uma modernização e ampliação do
aeroporto Gastão Madeira ocorreu, e a pista com seus 940 metros de
comprimento e 30 metros de largura, ganhou reforços na pavimentação e no
pátio, com sinalização na horizontal e na vertical em toda sua
extensão. Com isso, propiciou condições ideais para receber um número
maior de passageiros e tripulação em um adequado terminal para a sua
recepção no embarque e desembarque dos mesmos. Hoje é um aeroporto
público controlado pelo DAESP (Departamento Aeroviário do Estado de São
Paulo).
A denominação dada ao campo de aviação de “Gastão Madeira” foi uma homenagem prestada a Gastão Galhardo Madeira, Ubatubano, reconhecido,
no ano de 1927, como um pioneiro da aviação mundial, levando o seu nome
a figurar ao lado de Santos Dumont e de Bartolomeu de Gusmão.
Texto do livro ” Ubatuba, Espaço, Memória e Cultura” editado em 2005 , pelos escritores Jorge O. Fonseca e Juan Drouguett.
“Dogtuba”
A seguir, interessante relato de Wanderley Duck (piloto de linha aérea), sobre o aeroporto de Ubatuba: “Antigamente nos chamávamos o pequeno aeroporto de Ubatuba de Dogtuba, porque o que aparecia de cachorro na pista era uma barbaridade. Quando a gente alinhava na cabeceira para decolar e via que tinha cachorro na pista, geralmente uma meia dúzia de vira-latas, nos dávamos duas rajadas de motor, que era o sinal para o guarda campo sair correndo e ir espantar os bichos”.
A seguir, interessante relato de Wanderley Duck (piloto de linha aérea), sobre o aeroporto de Ubatuba: “Antigamente nos chamávamos o pequeno aeroporto de Ubatuba de Dogtuba, porque o que aparecia de cachorro na pista era uma barbaridade. Quando a gente alinhava na cabeceira para decolar e via que tinha cachorro na pista, geralmente uma meia dúzia de vira-latas, nos dávamos duas rajadas de motor, que era o sinal para o guarda campo sair correndo e ir espantar os bichos”.
Acidente Aéreo
Este lamentável acidente ocorreu por volta das 18h30 do dia 10 de abril de 1957. Após decolar do Aeroporto Santos Dumont-RJ às 17h30, com 26 passageiros e previsão de chegada ao Aeroporto de Congonhas às 19h00, o Douglas DC-3 PP-ANX, pertencente ao consórcio Real – Aerovias – Nacional, caiu na mata que recobre o Pico do Papagaio, ponto culminante da Ilha Anchieta, situada nas proximidades do Centro de Ubatuba. Eram 18h10 quando o PP-ANX informou ao controle de trafego aéreo que tentaria pousar em Ubatuba com um dos motores em pane, pouco depois outro avião do consórcio comunicou ter avistado uma grande fogueira na Ilha Anchieta.
Este lamentável acidente ocorreu por volta das 18h30 do dia 10 de abril de 1957. Após decolar do Aeroporto Santos Dumont-RJ às 17h30, com 26 passageiros e previsão de chegada ao Aeroporto de Congonhas às 19h00, o Douglas DC-3 PP-ANX, pertencente ao consórcio Real – Aerovias – Nacional, caiu na mata que recobre o Pico do Papagaio, ponto culminante da Ilha Anchieta, situada nas proximidades do Centro de Ubatuba. Eram 18h10 quando o PP-ANX informou ao controle de trafego aéreo que tentaria pousar em Ubatuba com um dos motores em pane, pouco depois outro avião do consórcio comunicou ter avistado uma grande fogueira na Ilha Anchieta.
Naquela quarta-feira a “Real” cancelara
seu vôo da 15h do Rio para São Paulo com escala em Santos, devido às
precárias condições meteorológicas presente no litoral norte de São
Paulo. Luis Andrade Cunha, um dos quatro únicos sobreviventes do
desastre, declarou que a viagem era normal quando os passageiros foram
avisados de deveriam atar seus cintos de segurança e não fumar. Pouco
depois, o avião precipitou-se no Pico do Papagaio. Luis tivera sorte em
escapar com vida, pois nem tivera tempo de atar seu cinto de segurança,
lembra-se que, após o primeiro impacto, o avião deu duas ou três
cambalhotas antes de parar, e que a fuselagem separou-se das asas e dos
motores, sendo poupadas das chamas que consumiram o restante do avião.
Embora a comissão de investigação tenha atribuído o acidente à falha de um dos motores por razões indeterminadas, as circunstâncias que o cerca ainda
permanecem obscuras. A rapidez com que a situação do vôo deteriorou não
pode ser explicada somente pela perda de um dos motores, já que os
Douglas DC- 3 voavam bem monomotor, principalmente quando a falha
manifestava-se na faze cruzeiro. Um súbito disparo de hélice poderia
levar o piloto a perder rapidamente o controle do avião, esta hipótese,
porém, não encontra respaldo no depoimento do passageiro sobrevivente,
que dificilmente deixaria de mencionar o ruído alto e estridente
produzido por uma hélice descontrolada em alta rotação.
Talvez um incêndio em um dos motores
tenha levado o comandante Ferreira a tentar pousar em Ubatuba as
pressas, antes que o fogo comprometesse a resistência estrutural do
avião. O certo é que algum problema súbito e de natureza grave fez
Ferreira abandonar o nível de cruzeiro e descer rapidamente em direção
ao litoral norte de São Paulo, repleto de elevações ocultas pela
escuridão daquela noite chuvosa. Pousar visual à noite em Ubatuba sob
intensa pressão psicológica, e condições meteorológicas adversas, eram
missão quase impossível de ser bem sucedida. Tentando visualizar o
contorno do litoral paulista e identificar a luzes de Ubatuba, Ferreira
pode ter efetuado manobra evasiva ao avistar o vulto do Pico do Papagaio
em meio à chuva. Nas condições precárias em que o vôo desenvolvia
(monomotor), tal manobra pode ter causado perda de sustentação, que
levou o avião a precipita-se sobre a mata que recobria o morro. Além de
Luis Cunha e do comissário Leonard, resgatado ainda com vida, mas
bastante queimado, sobreviveram Dalva Zema e sua filha menor, Marlene
Zema.
Fonte: Livro “O Rastro da Bruxa”, Comandante Carlos Ari Cesar Germano da Silva.WWW.CURIOSIDADESDEUBATUBA.COM.BR
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