segunda-feira, 17 de outubro de 2016

TAUBATÉ RESGATA A HISTÓRIA DA FERROVIA UBATUBA - TAUBATÉ............25/DEZ/2011


Guilherme Makowsky com Pedro Rubin em trecho da ferrovia. Foto: Rogério Marques

Parceria prevê documentário e cartilha sobre ferrovia nos mesmos moldes do Caminho do Ouro
Simone Gonçalves
Taubaté

 A partir de uma parceria para atividades e pesquisas culturais entre Taubaté e Ubatuba, a Câmara de Taubaté quer refazer o histórico de uma ferrovia de 1890.
O levantamento de informações sobre ela será a primeira ação desenvolvida no projeto de cooperação entre os municípios. Um convênio para selar a parceria será firmado em janeiro.
O trabalho será conduzido pelo Memorial da Câmara de Taubaté e contempla o levantamento histórico da ferrovia para a elaboração de documentário, material impresso, como cartilha ou guia, e divulgação em plataforma digital.



“Queremos trazer à tona essa ligação entre Taubaté e Ubatuba, que é umbilical”, disse Pedro Rubim, pesquisador do Memorial.
O levantamento seguirá os moldes do realizado este ano para resgatar um Caminho do Ouro entre Taubaté e Paraty (RJ) --proposta que está em fase final de elaboração (leia texto ao lado).

Pesquisa. A ferrovia escolhida para a nova pesquisa é envolta em dúvidas, polêmica e desconhecimento.
Ela teria sido construída entre 1890 e 1892 num projeto ambicioso para ligar, inicialmente, as cidades de Taubaté a Ubatuba.
O objetivo da obra seria garantir um meio de transporte barato e rápido para o escoamento da produção cafeeira da época.
Contudo, são poucos os relatos sobre a empreitada e os vestígios de sua realização. Como fontes de informação para o trabalho, o Memorial pretende utilizar atas da Câmara, publicações da imprensa na época e documentos do período.
A busca contará ainda com a colaboração do mestrando da USP (Universidade de São Paulo), Guilherme Carra Makowsky, que há dois anos realiza pesquisas sobre a antiga ferrovia na região.
A partir de documentos, livros, estudo de terrenos e entrevistas com a comunidade, Makowsky conseguiu remontar o histórico da ferrovia e identificar pontos pelos quais ela teria passado.
Ele acredita que o levantamento abrirá portas para que outros sejam realizadas. “Descobri uma ferrovia que muitos nem acreditavam existir, há muitos temas para serem explorados nela”, disse.

Descobertas. Entre as descobertas, segundo ele, estão a extensão da ferrovia construída e a localização das estações. O projeto contemplava uma ligação de 170 quilômetros. Do total, teriam sido concretizados 89 quilômetros.
O trajeto contaria com três estações, nos bairros Baracéia e Registro e na atual Fazenda Fortaleza. O percurso escolhido para a instalação dos trilhos, segundo Makowsky, tem características que permitem a identificação. “Os trechos não tem muitas curvas e elas não podem ser fechadas.”

Banco. O projeto da ferrovia teria sido executado por um engenheiro inglês a pedido de comerciantes, fazendeiros e empresários da região.
Para viabilizar a proposta, que teve ‘financiamento’ governamental, o grupo articulou a abertura de uma instituição financeira, o Banco Popular de Taubaté, fundado em 1889.
Para a execução da obra, foram trazidos trabalhadores estrangeiros, especialmente da Itália. O lançamento da ferrovia, em 1890, foi realizado em Ubatuba com comemorações e banquetes.
Contudo, em 1892, a obra foi paralisada. O motivo teria sido o corte no financiamento público, provocado por disputas políticas. Até 1917 houveram tentativas de retomar a construção, mas sem sucesso.
Em 1899, ‘puxado’ pelo encerramento da construção da ferrovia, o Banco Popular de Taubaté foi liquidado.
Uma histórica polêmica que envolve a instituição e será alvo de pesquisa pelo Memorial é a emissão de moedas falsas, que teria sido flagrada por investigadores da época.

Caminho do OuroDocumentário sai em marçoTaubatéO Memorial da Câmara encerra até março o trabalho sobre o Antigo Caminho do Ouro, que ligava o Vale do Paraíba a Paraty (RJ).
A proposta foi refazer o trajeto que teria sido utilizado até o século 18 para o transporte de produtos entre a região e o litoral brasileiro.
O projeto partiu de um trajeto estudado pela paleógrafa da Divisão de Museus e Arquivo Histórico, Lia Carolina Mariotto. Segundo ela, era um caminho bastante utilizado, mas ‘esquecido’ ao longo dos anos.
A proposta envolveu também a Unitau (Universidade de Taubaté), que participou das visitas realizadas a campo para marcação do caminho.
Um documentário será apresentado pelo Memorial em março e a Unitau prepara a elaboração de um material pedagógico para divulgação do trabalho e do tema

FONTE...........http://www.ovale.com.br/nossa-regi-o/taubate-resgata-historia-de-ferrovia-para-ubatuba-1.198170

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