terça-feira, 13 de setembro de 2016

UBATUBA, DOS DESTEMIDOS E TRAÍDOS TUPINAMBÁS AO PROGRESSO

Ubatuba faz parte de uma região litorânea maior ocupada pelos índios tupinambás. A primeira possível referência ao local aparece na obra de Hans Staden, que teria permanecido em uma aldeia chamada Uwatibi. Tanto Hans Staden quanto outros autores europeus da época mencionam que o chefe supremo dos tupinambás eraCunhambebe e que seu território se estendia desde o rio Juqueriquerê, emCaraguatatuba, até o cabo de São Tomé, no leste do estado do Rio de Janeiro, abrangendo também todo o território ao longo do rio Paraíba do Sul.





A região de Ubatuba era um local de reunião de canoas ( uma das interpretações para o nome da cidade), em expedições de guerra para a região de buriqui oka (Bertioga) e deUpaunema (São Vicente), habitada pelos tupiniquins. É apenas décadas mais tarde, nos relatos de José de Anchieta, que encontramos menção à aldeia de Iperoig, que pode significar "rio do tubarão" ou "rio das perobas".
Os índios tupinambás sofreram primeiro o impacto dos portugueses, uma vez que foram escravizados para os engenhos de cana-de-açúcar em São Vicente. Isso motivou uma firme aliança dos tupinambás com os franceses da França Antártica, que ocuparam a região da baía de Guanabara. Essa aliança, liderada por Cunhambebe, ficou conhecida como confederação dos Tamoios.
Em 1563, José de Anchieta partiu com Manuel da Nóbrega de São Vicente para a aldeia de Iperoig, com o objetivo de pacificar os tupinambás. Anchieta permaneceu refém durante vários meses em Iperoig, enquanto Manuel da Nóbrega voltou a São Vicente acompanhado de Cunhambebe para acertar o tratado de paz conhecido como Paz de Iperoig.
Com a paz estabelecida com os índios tupinambás fronteiriços a São Vicente, os portugueses destruíram boa parte da nação tupinambá em conflitos na baía de Guanabara e em Cabo Frio, expulsando os franceses da região. 
Enquanto os remanescentes tupinambás da Guanabara e de Cabo Frio se embrenharam mata adentro, abrindo espaço para a fundação do Rio de Janeiro, a população da região de Iperoig, em sua maioria, permaneceu em seus locais. Com o objetivo de assegurar a posse portuguesa da colônia, o então governador-geralempreendeu um esforço para colonizar a área. Assim, em 28 de outubro de 1637, a Aldeia de Iperoig foi elevada a vila, com o nome de Vila Nova da Exaltação à Santa Cruz do Salvador de Ubatuba.
Ao longo do século XVIII, a produção agrícola cresceu e a Baía de Ubatuba se transformou no mais movimentado porto da Capitania de São Vicente.No início, a vila pertencia à jurisdição do Rio de Janeiro, até que uma ordem do Rei subordinou-a àCapitania de São Paulo, aumentando o poder do então governador Bernardo José de Lorena. Em 1789, entretanto, o governo de Lorena determinou que toda exportação só poderia ser feita pelo Porto de Santos, o que levou à primeira decadência econômica de Ubatuba. O governador seguinte, Melo de Castro e Mendonça, concedeu novamente o direito ao livre comércio da vila.
Ao longo do século XIX, Ubatuba foi uma cidade rica, graças à atividade portuária. Em1855, a cidade passou de vila a comarca. Alguns exportadores cogitaram a construção de uma ferrovia, para rivalizar com os portos de Santos e do Rio de Janeiro. Essa ferrovia foi impedida pelo governo brasileiro.Com a gradual perda de importância para suas concorrentes mais bem abastecidas, no final do século Ubatuba mergulhava em isolamento e decadência econômica.
Somente em 21 de abril de 1933 houve uma nova esperança. Era o engenheiro Mariano Montesanti que descia a serra no seu carro inaugurando a estrada que construiu, ligando o município a Taubaté por rodovia, o que despertou uma nova etapa na história de Ubatuba,fazendo a primeira ligação por estrada com o planalto e o vale do paraíba. Essa estrada deu grande impulso ao turismo no litoral recortado do município, principalmente da população de Taubaté. As casas de veraneio passaram a abundar na cidade. Em1948, Ubatuba conquistou a categoria de estância balneária.
A especulação imobiliária e turística, entretanto, contribuiu para a rápida destruição do patrimônio histórico de Ubatuba. Hoje sobraram poucas mostras da ocupação antiga, como talvez o exemplo mais destacado ser o Sobradão do Porto. 
Hoje, Ubatuba resgata seu passado na cultura caiçara, nas ruas, nas festas de origem portuguesa e nos edifícios históricos, revelando seu potencial como Estância Balneária para o Turismo.



FONTE..........WIKIPÉDIA

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