segunda-feira, 4 de abril de 2016

A espoliação do caiçara



O caiçara do litoral paulista, particularmente das regiões disputadas como áreas nobres para a implantação de núcleos balneários e empreendimentos turísticos, foi, desde meados dos anos 60, deixado à margem desses empreendimentos e empurrado para a periferia das cidades, muitas vezes na condição de favelado, ou foi obrigado, para viver ou sobreviver, a ocupar áreas de preservação ambiental. Com a perda de território, o caiçara passa de dono da terra a intruso e verifica-se o gradual esfacelamento social e cultural dos núcleos caiçaras, empalidecendo relações de parentesco e de solidariedade vicinal. Os fluxos intermitentes de turistas e novos moradores também contribuem para a alteração da fisionomia cultural dos povos nativos.





O Projeto Acervo Memória Caiçara, ao organizar e tornar disponíveis os registros de depoimentos e manifestações musicais, procura estimular o respeito aos povos caiçaras, por meio da informação sobre seus modos de vida, seu imaginário e suas práticas musicais tradicionais, restituindo-lhes a auto-estima.


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