quinta-feira, 29 de outubro de 2015

UBATUBA E SUA HISTÓRIA.....



A grande faixa litorânea dominada pelos índios Iperoig era estratégica para os portugueses colonizadores que se desdobravam para defender suas possessões de outros povos. Naquela região, os brancos escravizaram os tupinambás para o trabalho nos engenhos de cana-de-açúcar.  

Ocimar Barbosa | Foto : Arquivo AgoraVale
Sob o comando de Villegaignon, franceses chegaram ao Rio de Janeiro e tinham planos de ficar e constituir na Baia da Guanabara a sua colônia, denominada França Antáctica. Villegaignon percebeu que os índios estavam revoltados contra a violência empregada pelos portugueses e ofereceu armas para os Tupinambás.



A crise entre lusos e índios começou após o casamento do branco português João Ramalho com a filha do cacique Tibiriçá da nação dos Guaianazes. Unidos, portugueses e Guaianazes passaram a atacar os Tupinambás e receberam a réplica do astuto Cunhambebe, chefe da tribo Tupinambá de Angra dos Reis.
João Ramalho era o homem de confiança de Brás Cubas, um dos mais sanguinários portugueses que passaram pelo sertão paulista. Brás Cuba havia aprisionado outro chefe dos Tupinambás, Kairuçu, bem como seu filho Aimberê. Kairuçu morreu, vítima dos maus tratos dos brancos.
Aimberê conseguiu fugir e foi procurar vários chefes de outras nações. Então, reunido com Pindobuçu (Tupinambá do Rio de Janeiro), Koakira (Ubatuba), Agaraí (Guaianazes), Cunhambebe (Angra dos Reis), além de chefes dos Goitacazes e Aimorés, criou-se a Confederação dos Tamuyas (que os portugueses chamavam Tamoios) e que significa “o avô, o mais antigo”. Cunhambebe ficou sendo o chefe das tribos unificadas.
 Anchieta aprisionado
Os portugueses então apelaram para os padres Manoel da Nóbrega e José de Anchieta que partiram de São Vicente em 1563 para tentar um acordo como os índios na aldeia de Iperoig. Cunhambebe desconfiou das intenções dos brancos e aprisionou Anchieta na Ilha dos Porcos (hoje Ilha Anchieta) durante vários meses enquanto Nóbrega voltava para São Vicente com a missão de negociar a paz.
Foi nesse período de aprisionamento que José de Anchieta escreveu “Poema à Virgem” nas areias de Iperoig o célebre poema com 4.072 frases em latim. Manoel da Nóbrega conseguiu levar Cunhambebe até São Vicente, onde foi assinada a “Paz de Iperoig”.
Para assegurar a posse portuguesa da faixa litorânea de Iperoig, o então governador-geral resolveu colonizar a área. Em 28 de setembro de 1653, a aldeia de Iperoig foi elevada à categoria de Vila Exaltação à Santa Cruz de Ubatuba, subordinada à sessão norte da Capitania de Itanhaém. Na língua tupi, ubá é canoa, e u'ubá significa cana-do-rio, tipo de planta da qual os indos produziam flechas. O nome da cidade parece representar "reunião de canoas".

Nenhum comentário: