Embarcação feita de um tronco só, a canoa é também conhecida por Igara ou Piroga. É símbolo que faz parte da nossa história, estando inserida no brasão do município.
A canoa era meio de transportes dos índios Tupinambás e foi o veiculo usado por eles e pelos jesuítas Nóbrega e Anchieta, durante a negociação de paz entre os portugueses e índios, a chamada Paz de Iperoig, em 1563, que foi o 1º Tratado de Paz das Américas, acontecido aqui na aldeia de Iperoig (enseada dos tubarões).
As canoas são guardadas pelos caiçaras em ranchos construídos sobre o jundú, que é a vegetação que margeia as praias.
A movimentação das canoas, no seco, entre os ranchos e o mar, é feita através de “rolos”, que são segmentos de troncos de árvore, eliminando-se o atrito que existiria se as embarcações fossem arrastadas pela areia.
Até hoje a canoa marca presença na vida dos caiçaras que vivem da pesca artesanal e participam das competições tipo:corrida de canoas e AGARRAMAR (surf de canoa).
Exemplo disso é a canoa Maria Comprida, que tem 9,2 metros de comprimento e 0,82 de “boca”, pesa 200 quilos e foi construída em 1973 para refazer o trajeto dos índios em comemoração aos 410 anos de Tratado de paz de Iperoig, indo de Ubatuba à Santos participando também de várias competições, sempre vencedora.
Hoje esta heroína do mar encontra-se exposta para visitação na Capela Nossa Senhora das Dores, no bairro do Itaguá.
A canoa caiçara, instrumento de trabalho e meio de transporte, importante elemento de sua cultura e de seu povo, sempre dependente do mar, como celeiro de proteínas e via de acesso, é também uma obra de artesanato.
Por Praxedes Oliveira Via facebook
Nenhum comentário:
Postar um comentário