Leovegildo Dias
Vieira era donatário de terras no bairro do Itaguá. Conhecido como
Vivi, possuía muitos empregados que trabalhavam em seu alambique.
Não era difícil encontrar as carroças e
carros de bois carregados de garrafões de vidro para serem lavados no
rio Acaraú, no portinho do Bastião Rita. Com muitos desses vasilhames,
acontecia de se quebrarem ou sofrer um trincamento. Quando isso
acontecia, eram deixados de lado nas barranceiras do rio.
Numa época de fevereiro, como de costume,
choveu muito. Em conseqüência, veio a enchente. Com a enchente, os
garrafões ficaram submersos. Quando a água baixou, tudo voltou ao seu
ritmo normal. Alguns meses depois, os empregados de seu Vivi estavam
lavando seus garrafões no rio Acaraú, para suprir a nova safra de
aguardente. O mesmos garrafões que, posteriormente, seriam levados nas
grandes canoas de voga para o mercadão em Santos. Foi nesse momento que
ouviram um barulho estranho, vindo do monte de garrafões velhos na beira
do rio.
A princípio, pensaram numa cobra grande que
poderia estar escondida ali. Com cuidado foram verificar mais de perto.
Qual não foi a surpresa? Era um enorme bagre que havia entrado no
garrafão, durante a tal enchente, quando ainda filhote, e lá se criara.
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