Os meios de comunicação social promovem efeitos significativos na população. A rádio como veiculo que incentiva a audição de noticias, música e uma variedade de programas religiosos, educativos ou de entretenimento propõem à comunidade de Ubatuba, através de sua programação, uma série de mudanças nos modos de pensar, sentir e agir, de acordo com aquilo que está de moda e que responde aos padrões mais cosmopolitas de ser no mundo de hoje. Aqui visualizamos a influência da mídia nacional e internacional no âmbito restrito da mídia regional. Entretanto, existem honrosas exceções a esta regra nos tempos de globalização, a música é um deles, no livro Ubatuba nos Cantos das Praias – estudo do caiçara paulista e de sua produção musical de Kilza Setti (1985), nele encontra-se um aspecto importante que queremos destacar sobre a cultura caiçara,
o cultivo da musica como fonte de preservação da cultura tradicional. A autora afirma que o caiçara tenta, ajustar-se ao que poderia ser o mínimo inevitável de civilização, procurando preservar o máximo possível, as formas tradicionais de equilíbrio. A audição de músicas estranhas a seu repertório não impedem a prática paralela do seu repertório tradicional. Ainda que esteja havendo uma progressiva adesão aos padrões impostos pela mídia – cultura urbana, nota-se - diz a autora – uma combinação desses com os padrões tradicionais de vida.
O rádio representa para a cultura de Ubatuba uma
espécie de porta – voz da informação, na qual seus habitantes podem acompanhar
o acontecer do mundo em tempo real, da música como expressão do saudosismo de
caiçaras, quilombolas, migrantes e imigrantes que vieram a este lugar em busca
de paz e progresso, do entretenimento e do lazer como alternativa ao desgaste
do cotidiano e de civilidade no que se refere às práticas ritualísticas e
urbanas na configuração de uma identidade autóctone que se vê refletida na voz
deste meio cujo principal concorrente é a televisão.
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CONTINUA...........A seguir a partir da pagina 312 do Livro
Ubatuba, espaço, memória e cultuta . Editado em 2005 por
Jorge Otávio Fonseca e Juan Drouguett
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