A
primeira estação de rádio de Ubatuba – Rádio
Iperoig – AM. A Rádio Iperoig foi a primeira emissora de rádio de Ubatuba
e, segundo informações fornecidas pelo radialista Clementino Soares,
ubatubense, cooperador e locutor nos primeiros anos da rádio Iperoig, o
surgimento da rádio se deu por volta do ano de 1957. Antonio Topedini Pagâno, engenheiro eletrônico e também funcionário da VASP - Viação Aérea
São Paulo - recebeu a autorização para a implantação da rádio no Litoral Norte
– Ubatuba e Caraguatatuba – o Sistema de Radiofônica em A.M. O próprio Topedini
foi quem montou os dois transmissores e outros aparelhos para as rádios na
oficina da própria VASP e, na mesma época são inauguradas as Estações de
Rádio-difusão: Iperoig de Ubatuba e a Oceânica de Caraguatatuba.
A
rádio Iperoig teve inicialmente as suas instalações, transmissores e a torre em
um pequeno prédio no encontro da Avenida Rio Grande do Sul com a Rua Dona Maria
Alves, centro da cidade de Ubatuba. O alcance das ondas médias de transmissão
da rádio Iperoig, prefixo ZYR – 205, na freqüência de 1540 KHZ. Tinha apenas 75
wats de potência, um alcance de 50
km, percorrendo alguns bairros da cidade, mas com dificuldades de atingir a
região sul do município, à região
norte chegava com mais facilidade, alcançando até a praia Picinguaba.
O
primeiro locutor e gerente da Rádio Iperoig foi Antonio Marques do Vale Filho,
e seu auxiliar na locução José Luiz Soares, que mais tarde foi contratado para
gerenciar a Rádio Oceânica de Caraguatatuba, deixando a vaga para Clementino
Soares. Antonio Marques e Clementino Soares se revezavam nas locuções e nos
programas de apresentação de calouros, em transmissões de sessões da Câmara
Municipal e outros eventos transmitidos pela rádio. Logo, o estúdio da rádio
transferiu-se para um novo endereço, na Rua Cel. Domiciano, no centro da
cidade.
Nomes
como Elza Costa Ferreira, Olga de Andrade, Ivone Vianna, Odair Rofino, Luiz
Marques, Alcebíades Brasil Rofino, todos eles locutores que emprestaram sua voz
a esta rádio, uma precursora que marcou o primeiro momento na história da
imprensa oral ubatubense.
Existia
uma enorme variedade na programação, por exemplo, nos dias de domingo, existia
um programa, “Gente que Brilha”, que trazia calouros ao vivo, como “Maneco e
seu Regional”, que era um dos mais ouvidos. Outros nomes como Jorge Fonseca,
Filhinho Fragoso e o “Cacareco”, cantavam músicas de carnaval, samba-canção, serestas
e outros tipos de músicas da época. A rádio costumava entrar no ar às 7 horas
da manhã e durava até às 23 horas.
O
Governador do Estado de São Paulo, o senhor Jânio da Silva Quadros, foi a
primeira pessoa famosa a ser entrevistada na rádio, no ano de 1959. A
entrevista ocorreu nas dependências da Pensão Aeroporto de propriedade de Dona
Gení Viana.
Foram
quase duas décadas de participação da Rádio Iperoig na história cívica
ubatubense. Contudo, a trajetória da primeira rádio de Ubatuba finalizou por volta
dos anos 1975/1976. Em seus últimos anos de vida, um locutor, José Benedito
Rodrigues (JB), hoje locutor da Rádio Costa Azul, também nos forneceu algumas
informações sobre o fechamento da rádio Iperoig. Segundo JB, em 1974 a rádio
Iperoig estava arrendada pelo empresário de comunicações Douglas Melhen, que
era sócio proprietário da rede de Piratininga de Rádio. A emissora de Ubatuba
havia sido dirigida por Alfredo Breneizer, depois substituído pelo senhor
Otávio Ceschi, que é pai do apresentador da Rede Bandeirantes de Televisão:
Otávio Ceschi Júnior. Com a cassação da Rádio Piratininga pelo AI-5 - um Ato
Institucional do governo federal da época, o arrendatário perdeu o interesse
pelas afiliadas, abandonando completamente o contrato em vigor. Assim, o
proprietário da Rádio Iperoig, o senhor Topedini Pagâno, não se interessou em
retomar a direção da mesma, que já passava por sérios problemas de ordem
financeira e documental. O pedido de renovação de autorização para o
funcionamento da rádio junto ao Ministério das Comunicações não foi efetuado,
levando a sua concessão a ser cassada por volta do ano de 1976.
POR JOGE OTAVIO FONSECA E JUAN DROGUET
DO LIVRO " UBATUBA , ESPAÇO, MEMORIA E CULTURA "...
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