sexta-feira, 26 de outubro de 2012

UBATUBA 2003.....Surfistas plantam palmito e jundu em Itamambuca


Clínica de surf feminino incentiva atitudes responsáveis

Ubatuba - Realizado na praia de Itamambuca, no último final de semana, o 3o surf camp Girls Go Surf! deixou uma valiosa contribuição à praia. As 30 surfistas que participaram do evento, incluindo as alunas da Escolinha de Surf do Zecão, plantaram 30 mudas de palmito juçara, no sábado, e 50 mudas de jundu e de uma outra espécie de vegetação de restinga, no domingo. Produzidas pela Ambiental Saíra, parceira da SAI (Sociedade Amigos de Itamambuca) em diversos projetos ambientais, as mudas de juçara foram doadas por colaboradores da campanha de reflorestamento das áreas verdes e as de jundu, pelo Supersurf. O campeonato foi realizado em julho e causou polêmica na época, devido ao palanque ter sido montado sobre uma área em que se tentava a recuperação do jundu.



Idealizada pela carioca Andréa Lopes, tricampeã brasileira profissional, a clínica de surf reuniu mulheres de 10 a 50 anos, com o objetivo de transmitir o espírito do esporte. Além de aulas com as melhores do Brasil, as participantes vivenciaram um estilo de vida saudável e responsável. “Falamos sobre camisinha, nutrição e cuidados com a pele”, contou a atleta, cuja primeira competição foi em Itamambuca. “Eu adoro esta praia. Tem altas ondas, é um lugar verde, gostoso de ficar. Acho muito importante esse trabalho que vocês estão fazendo, de tentar preservar a natureza”, disse. “Quando me lembro do que fizeram com a Barra (Barra da Tijuca, Rio de Janeiro)...”, lamentou.
Segundo a produtora do evento, Laila Werneck, da UIDÚ Produções, a ação ambiental é uma forma de retribuir o que o local oferece. Itamambuca, por sua vez, agradece.
Jundu - Espécie nativa de áreas litorâneas, que cresce em solo arenoso, suporta fatores como a salinidade, ventos e insolação forte, o jundu tem o importantíssimo papel de fixar areia e dunas, impedindo a erosão das nossas praias, pela ação dos ventos e das ondas. Uma vez que a restinga é retirada, uma vegetação bem mais pobre toma o seu lugar: o capim, que é incapaz de fixar a areia. Já viram como o mar entra na praia e pára onde começa o jundu? E como ele avança e lambe a areia, derrubando tudo o que encontra pela frente - cercas, muros, etc. - quando essa vegetação é retirada?
Apesar de ser protegida por várias leis estaduais e federais, a restinga no nosso litoral sofre contínuos ataques do homem e padece com a falta de fiscalização dos órgãos competentes. Não é à toa que o jundu está ameaçado de extinção.
Juçara - As mudas de palmeira juçara, outra espécie nativa da Mata Atlântica, que também sofre ameaça de extinção, foram plantadas no trecho inaugural de uma trilha interpretativa, que já conta com 100 mudas de árvores nativas frutíferas e ornamentais, doadas pela EAB Imóveis. A parceria com empresas, aliás, é o que tem viabilizado os projetos ambientais e sociais da SAI. Quem quiser colaborar com a campanha de reflorestamento, pode comprar as mudas para doação, no viveiro localizado em frente à sede da sociedade. Elas foram produzidas pelos índios da Aldeia Boa Vista. O valor é simbólico: R$ 1,50 cada.

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