por bombas de êmbolo permitindo um
maior volume de água, sendo menos cansativo na extração da mesma como era nos
poços. Canos de chumbo desciam de uma caixa de captação que ficava no Morro da
Pedreira, chegando até os chafarizes.
Um novo serviço de abastecimento de
água foi inaugurado em 1896, pelo Dr. Esteves da Silva, Deputado Estadual, na
época, fazendo as primeiras e poucas ligações domiciliares e inaugurando também
um reservatório na cidade. No dia da inauguração, se jorrou água pela primeira
vez no famoso chafariz, chamado de Grande. Com forma de uma coluna tetragonal feita
de pedra maciça vinda de Portugal com 4 torneiras de bronze grossas, uma de
cada lado da coluna, jorrando água ao mesmo tempo. Num desrespeito ao passado e ao patrimônio público por ter
considerado o chafariz obsoleto, o prefeito da época, mandou, praticamente,
triturá-lo, transformando-o em pedregulhos e jogando seus restos no rio da
Barra da Lagoa.
* * *
As próximas seis décadas de história nas terras
Tupinambá, herança dos caiçaras, está marcada por um crescente despertar da
cidade para o turismo como fonte de atividade econômica, especialmente o
comércio que em todas as modalidades, desde a exploração imobiliária como no
setor hoteleiro, tem dado maior visibilidade a Ubatuba.
Na década de cinqüenta, mais especificamente, no
ano de 1956, é retomada uma ligação com São Paulo, capital do Estado através de
uma estrada. Abrem-se possibilidades pelo acesso de vias e estradas que uniam
os grandes centros urbanos a Ubatuba, tanto facilitou o fluxo de pessoas, que
em 1966, o número de habitantes da cidade de Ubatuba aumentou para 10.400.
A década de 60 foi de anos em que a economia da
cidade de Ubatuba buscou estabilidade, em diferentes formas de exploração, como
a pesca, o turismo, o granito verde e horticultura, que eram bases do seu
desenvolvimento. O turismo era a economia que mais aumentava, com um índice de
crescimento superior, considerado a mola propulsora do seu progresso.
A cidade reergueu-se da estagnação em que se
encontrava, o comércio industrial, os loteamentos e os hotéis, eram evidências
de uma nova etapa. Em 1967 existiam 16 pequenas indústrias na cidade, mais 10
firmas que exploravam a extração do “granito verde” e, outros tipos de pedras[1]. Eram empresas em várias atividades que procuravam
crescer levando seus produtos a um padrão de qualidade cada vez maior. As
empresas de prestação de serviços ao turista e visitante, como hotéis,
restaurantes e outros, cresciam em grande escala.
O comércio se voltava cada vez mais para este
estilo da economia, uma nova tendência. Uma idéia do crescimento comercial na
cidade, naquele ano de 1967, registrava que, em 5 anos passou de 116 para 230 o
número de casas comerciais. Além do crescimento demográfico dos habitantes
residentes, mas também a flutuante da alta temporada, a cidade procurava
melhorar os serviços públicos, como o de água, esgoto, luz, telefonia e o
calçamento de ruas. Isso tudo, sempre pensando no desenvolvimento econômico, na
exploração do turismo.
Ainda no ano 1967, um exemplo de visão na
exploração do turismo no município, foi o crédito da VASP – Aviação Aérea de
São Paulo, que servia a cidade de Ubatuba, com uma linha aérea semanalmente,
trazendo de longe aqueles visitantes à Ubatuba.
Vale lembrar, que antes mesmo dos anos 60, um
tráfego aéreo trazia visitantes e turistas dispostos a uma aventura de
travessia do planalto, sobre a crista da serra do mar. Em um curto tempo de
viagem, em uma linha reta de 160 quilômetros, pequenos aviões, modelos como os
chamados “Stinson”, para 3 passageiros, cruzavam
os céus, desde São Paulo até Ubatuba, em uma viagem de aproximadamente 50
minutos. Eram serviços aéreos regulares feitos pela empresa “VALPAR” – uma
companhia paulista de aviação que transportavam passageiros para Ubatuba e
cidades do Vale do Paraíba. Outra empresa aérea também fazia o transporte de
passageiros de São Paulo à Ubatuba, chamava-se “Star”, uma companhia de táxis -
aéreos, que costumava cobrar pelo tempo de vôo.
Naquele tempo, dos anos 50, para a época, Ubatuba
dispunha de um ótimo campo de pouso construído pelo Governo do Estado. Ainda
não existia o campo de aviação “Gastão Madeira”, mas neste mesmo espaço existia
uma pista que proporcionava, quando necessário à aterrissagem de grandes aviões
que faziam a rota Rio de Janeiro a São Paulo. Isso porque a cidade de Ubatuba
se encontrava bem na linha da rota, caminho entre as duas capitais e que
contava com um rádio-telegráfico.
Na década de trinta, o primeiro espaço que servia
como campo de aviação é o mesmo local e a mesma posição do atual aeroporto
municipal “Gastão Madeira”. Com uma extensão de apenas 400 metros e uma pista
de grama, servia para o pouso dos famosos “Paulistinhas”. No final dos anos 40,
a posição do campo era no sentido de extensão entre a Avenida Iperoig e o mar,
iniciando na Barra da Lagoa , sentido para o Cruzeiro. Uma posição que oferecia
perigo e grandes riscos aos pilotos que deviam desviar dos obstáculos naturais
como amendoeiras e a Estação Meteorológica que ali existia e acabavam
encontrando as águas do mar.
Em 1949 foi o ano em que o Governo do Estado resolveu
construir um aeroporto de proporção maior que pudesse atender a emergências de
aviões de grande porte. A posição voltou a ser a original e atual, chegando a
uma extensão de 600 metros de comprimento, com uma largura de 15 metros. Muitos
caminhões de aterros foram necessários para cobrir toda essa extensão, de
metros cúbicos de terra, saibro e barro transportados em caçambas de caminhões,
em um ritmo que, durou três para estar finalizada a obra, meses de muito
movimento na cidade. Todo o aterro foi muito bem compactado e gramado. O
serviço teve a supervisão de um oficial da aeronáutica.
[1] O Granito Verde Ubatuba é uma rocha de superfície
grosseira, equigranular apresentando uma cor verde escura, em algumas porções
da rocha pode-se observar concentração de minerais amarelos tomando formas de
mosaicos. Estas rochas costumam ficar totalmente enterrados ou quase todas
enterradas, chegando a medir entre 300 a 400 metros cúbicos de volume. A
descoberta da primeira pedreira deste valioso granito em terras ubatubense
ocorreu nos anos 60, na propriedade Luiz Silva, na praia das Toninhas. Durante
o loteamento destas propriedades de Luiz Silva e na abertura da estrada no
local, foi encontrado um granito, e ao encaminhar um pedaço deste granito para
Instituto Paulista de Tecnologia. A sua valorização foi tanta que em meados de
1972, tornou-se um fator da economia do município, entrando para o comércio
internacional, com importação e exportação através do porto de Santos.
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