segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Cônsul da Alemanha participa da Semana Hans Staden






O Cônsul de Assuntos Políticos e Imprensa da República Federal da Alemanha, Michael Adonia Moscovici chegou ontem em Ubatuba para uma visita oficial de três dias. Nesse período está sendo realizado no município, a Semana Hans Staden, em comemoração ao alemão que após ser vítima de um naufrágio, foi capturado pelos índios tupinambás, em Ubatuba, em 1554, e depois de voltar para casa, após três anos de agonia sempre a pique de ser devorado, escreveu, provavelmente, um dos primeiros best-seller sobre o Novo Mundo. 
Na programação do cônsul, consta a exibição do filme Hans Staden, no Cine Porto Itaguá, nesta sexta-feira, a partir das 9 horas. Lá, ele será rececpionado pela secretária de Educação, Isabel Roseli de Souza Leite e pelo vereador Charles Medeiros, autor da lei que instituiu a Semana Hans Staden no município. Na seqüência, ele será recebido pelo prefeito Eduardo César, no Paço Municipal, onde acontece a abertura oficial da exposição que retrata o período vivido por Hans Staden no Brasil, especialmente a época em que foi prisioneiro, através de desenhos feitos pelo próprio Hans. Durante a cerimônia, o Cônsul receberá das mãos do prefeito o título de Hóspede Oficial do Município. 





Concurso - O concurso “Quem foi Hans Staden?”, que irá escolher os melhores desenhos, textos, pesquisas e poesias retratando a vida e obra de Hans Staden teve a data de divulgação dos resultados adiada para o próximo dia 2 de setembro. O concurso faz parte dos eventos da Semana Hans Staden, e é uma parceria entre a Secretaria da Educação e o vereador Charles Medeiros Participam do concurso alunos de 1ª a 8ª séries, da Educação Especial e também do EJA – Educação para Jovens e Adultos. (Fonte: Assessoria de Comunicação PMU)
Um pouco da história de Hans Staden - Hans Staden embarcou como artilheiro em navios espanhóis, tendo vindo duas vezes ao Brasil. Na primeira vez, esteve em Pernambuco. Na segunda, embarcou em Sevilha na expedição espanhola de Diego Sanábria, novo Governador designado do Paraguai. A expedição foi dividida em duas seções, vindo Hans Staden na primeira. Era uma esquadra composta por três navios, levando 200 pessoas sob o comando de Juán de Salazar y Spinoza. Aportou na Baía Sul da Ilha de Santa Catarina em 25 de novembro de 1549. Os três navios naufragaram e os sobreviventes da esfacelada expedição dividiram-se, indo parte por terra para o Paraguai e outros, Staden inclusive, foram para São Vicente. Lá, Staden serviu como instrutor de artilharia para os portugueses. 
Quando estava prestes a voltar para a Europa, Staden foi capturado pelos índios tupinanbás, aliados dos franceses. Mesmo clamando não ser português, Staden foi levado para a aldeia de Koniambebe, onde começou a estada que se prolongaria por três anos, sempre a pique de ser devorado. Mais do que um costume bárbaro, a antropofagia pertencia à cultura de inúmeros povos indígenas do nosso continente. Da mesma forma que muitas tribos africanas e aborígenes, havia a crença de que, ao comer o inimigo, parte de suas qualidades passaria para o devorador. Tanto é que os candidatos a churrasco eram prisioneiros de guerra que passavam um bom tempo convivendo com seus captores. Era comum o prisioneiro ter uma esposa e participar de todas as atividades e eventos sociais da tribo, culminando com a festa onde ele seria o prato principal. 
Graças a todo tipo de manobra que pode fazer, o alemão conseguiu adiar por nove meses a sua morte até conseguir a liberdade através do comandante de um barco francês. Após retornar à Europa, escreveu sua experiência no livro "Hans Staden: A verdadeira história do seu cativeiro", que tornou-se um best seller ao ser publicado em 1557. Foram feitas inúmeras edições em alemão, latim e francês. O livro era composto de duas partes, sendo a primeira dedicada à narrativa dos dois naufrágios e ao cativeiro com os tupinambás. Na segunda parte, Staden faz uma preciosa descrição etnográfica do povo Tupinambá, inclusive dos costumes familiares e sociais, práticas políticas, religião e, como não poderia deixar de ser, do canibalismo. Este estudo foi de uma importância muito grande, pois a cultura tupinambá dominava todo o sudeste do Brasil e sua linguagem ( geral) era largamente utilizada pelos colonizadores.

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