Recado do Editor do Blog UBATUBENSE...Desculpas peço por não publicar essa sequencia do Especial, no último dia 10 de julho, como prometido, SEGUE O MESMO AGORA...BOA LEITURA A TODOS..
na foto acima Professor Luiz Mariano Bueno 1 º Diretor do Grupo Escola DR. Esteves Diogo Esteves da Silva ( cortesia Arquivo Nenê Veloso)..
Uma figura importante na vida cultural
de Ubatuba é o Dr. João Diogo Esteves da Silva.
O Dr. Esteves da Silva escolheu Ubatuba para fixar residência e dedicar
sua vida atuando em diferentes setores da vida pública ubatubense. Nascido em 9
de fevereiro de 1848, no Rio de Janeiro, com grande sacrifício formou-se em
medicina em São Paulo no ano de 1879. Mudou-se para Ubatuba por motivos de
saúde, quando se uniu em matrimônio com Dona Maria Gonçalves Pereira.
O Dr. Esteves da Silva, de família
humilde ,passou por grandes dificuldades para completar seus estudos, e
tornou-se sensível às carências dos menos favorecidos principalmente no tocante
à Educação. Criou a escola noturna o Ateneu Ubatubense, lecionando gratuitamente.
Foi um dos políticos mais respeitados do seu tempo, elegendo-se algumas vezes
vereador e também, deputado estadual em 1898.
Por várias vezes buscou na Câmara dos
Deputados em São Paulo, ajuda para o Litoral Norte. Além de sua vida pública e
da sua dedicação ao ensino, sua vocação e facilidade na escrita lhe permitiram
escrever algumas obras literárias como “Aspirações do Progresso”, “A Mãe, a
Escola e o Livro”, “O Materialismo e o Destino Humano”, entre outros. Publicou
ainda uma bela monografia que minuciosamente detalhava as possibilidades
econômicas de Ubatuba através de suas riquezas, chamava-se “Ubatuba Médica”.
Esta facilidade com a escrita e a vontade de discutir assuntos pertinentes ao
futuro de Ubatuba fez com que lançasse o primeiro jornal da cidade, o Echo
Ubatubense.
O Colégio Técnico hoje denominado
“Presidente Tancredo de Almeida Neves”, foi o primeiro colégio de curso técnico
voltado à profissionalização dos jovens na área contábil. Este colégio foi
fundado em 1969, chamado de Colégio do Comércio, sob a direção de José Wilson
de Araújo, localizava-se na Rua Conceição, no centro, onde funciona atualmente
a Escola “Olga Gil”, tendo sua primeira turma formada no ano de 1971.
Não podemos deixar de citar alguns
colégios que foram importantes neste desenvolvimento da história educacional de
Ubatuba. O antigo e já inexistente “Centro Educacional SESI”, foi uma escola
que teve uma importante participação na formação de jovens até fechar em 1982.
Passaram por suas salas de aula pessoas que participaram efetivamente do
desenvolvimento cívico da cidade. A escola Capitão Deolindo de Oliveira Santos,
também deixou sua marca na história da municipalidade ubatubense, sendo uma das
primeiras ou a primeira a oferecer o segundo grau, inclusive formando várias
jovens no magistério. Estas escolas citadas são escolas do centro de Ubatuba,
mas muitas outras de bairros próximos ou distantes também contribuíram para o
crescimento e desenvolvimento de gerações.
Foram anos de investimento na formação
e a conseqüente espera, gerações de jovens e adultos querendo a
profissionalização, galgando estudos em cursos superiores longe do município.
No ano de 1999, chegou em Ubatuba a tão aguardada Universidade. A Universidade
de Taubaté – UNITAU trouxe para a cidade, o primeiro curso de nível superior
focando exatamente o potencial para o desenvolvimento turístico da cidade. O
primeiro curso de Bacharel em Administração com habilitação em Hotelaria e Turismo
, formou a primeira turma no ano de 2002. No mesmo campus da UNITAU, localizado
no bairro do Itaguá, outros cursos surgiram voltados para formação de
pesquisadores. Além de Administração com habilitação em Hotelaria e Turismo, o
campus oferece na atualidade cursos de Pedagogia, Normal Superior e Educação
Física. E hoje, moradores ubatubenses e de outras cidades, até mesmo de outros
estados, procuram por estes cursos no campus universitário de Ubatuba.
Atualmente a cidade e a população de
Ubatuba contam com serviços públicos diversos, que são essenciais ao bem -
estar dos cidadãos para um bom desenvolvimento da comunidade local, atendendo
as necessidades primordiais de cada indivíduo no seu dia a dia,dando mais dignidade
e conforto aos habitantes.
A Iluminação pública, hoje é um dos serviços básicos prestados à população de
praticamente todo o município de Ubatuba, levando a lugares muito distantes os benefícios
da eletricidade: luminárias em ruas, atendimento domiciliar. A Elektro está
encarregada de prestar serviços de energia elétrica em toda a região.
Na memória de uns poucos ainda brilham a luz
dos lampiões e velas que clareavam as
noites escuras da cidade litorânea. Foi exatamente em 1881, no dia de
comemoração da independência do Brasil da colonização portuguesa que Ubatuba
também comemorava, a inauguração do serviço de iluminação pública para o
município. Este serviço era o mais arcaico possível, com pouco mais de doze
lampiões a querosene espalhados por algumas esquinas do perímetro urbano da
cidade.
O primeiro passo para a tentativa de trazer a
luz elétrica para as ruas e residências de
Ubatuba, foi graças a aprovação da Lei na Câmara Municipal, em 10 de novembro
de 1925, autorizando a exploração e o fornecimento de energia elétrica. A
Prefeitura Municipal local logo outorgou a Antonio Francisco Pereira Junior e
Jorge Correia Porto, através de um contrato, a autorização de exploração deste
serviço. Três anos mais tarde, a própria Prefeitura, por meio de Lei, caducou
este acordo, pois o mesmo provedor, Pereira Júnior, tentava transferir tal
concessão à outra companhia que lhe proporcionaria uma melhor compensação
financeira. Através de uma nova Lei, aprovada em 5 de junho do mesmo ano,
Gustavo Stach obteve esse direito por 30 anos, além da exploração dos serviços
de força, luz e tração elétrica, o serviço telefônico na cidade de Ubatuba.
Em 6 de janeiro de 1929, Gustavo Stach,
alemão ousado e persistente, mesmo sem ter total apoio ou colaboração,
inaugurou o serviço de iluminação. Foi um grande acontecimento para a cidade,
muito aguardado por toda a população. Estiveram presentes, autoridades ilustres
como o Dr. Washington Luis Pereira de Souza, o Presidente da República dos
Estados do Brasil, o Sr. Julio Prestes de Albuquerque, o Presidente do Estado
do Estado de São Paulo, o Sr. Manoel Bernardo de Amorim, o Prefeito Municipal
de Ubatuba, os senhores vereadores municipais, entre outras autoridades.
É interessante ressaltar que toda a
pompa e o motivo de tanta alegria, tanto dos habitantes como de todos aqueles
que estiveram presentes no acontecimento, foi porque Ubatuba inaugurava um
sistema elétrico de iluminação que não ultrapassava trinta e seis pequenas
lâmpadas de 60 watts de potência. Mas para a época, esta tão esperada
inauguração era um orgulho para uma cidade, que apenas clareava suas escuras
noites com alguns poucos lampiões a base de querosene. Como diz Washington de
Oliveira: “... a primeira das ambiciosas alavancas necessárias à propulsão do
emperrado progresso local”
Infelizmente, mesmo com a boa vontade e
dedicação de Gustavo Stach, a alegria de todos os munícipes e autoridades durou
pouco. Fatores como, o erro de cálculo do potencial energético, do volume de
água da cachoeira, que servia como fonte natural de energia, foi insuficiente
para manter as lâmpadas de 60 watts acesas.
O alemão fracassou com sua empresa, transferindo o material usado em sua
obra para firma financiadora, Sociedade Técnica Bremensis S. A. de São Paulo,
que continuou mantendo o deficitário serviço de iluminação de Ubatuba.
Logo, o domínio e concessão, passaram
para a Companhia Taubaté Industrial - CTI, a pedido de Félix Guisard;
modernizando o sistema de energia, das instalações na cidade. No 18
de Julho de 1948, o Governador Ademar de Barros, inaugurou as novas instalações
e o eficiente serviço público de iluminação. Novamente, mais um dia de motivo
de muita ostentação, alegria e pompa da população local durante um dia inteiro
de solenidades. Neste mesmo dia, além da tão importante inauguração, outra
solenidade também foi realizada. Duas ruas de Ubatuba eternizavam dois nomes
importantes de sua história, tendo nas suas placas os nomes de Félix Guisard e
do Professor Thomaz Galhardo[1]. No dia seguinte, foi encerrada
tamanha comemoração com uma missa campal celebrada pelo Bispo Diocesano Dom
Idílio José Soares, sendo o prefeito da época o Dr. José Alberto dos Santos.
Com o advento do tempo e do progresso, Ubatuba crescia e se modernizava, e assim,
o serviço de iluminação elétrica da CTI já não era mais um problema. Passou
então, a antiga CESP – Centrais Elétricas de São Paulo S. A., anterior a atual
empresa privada Elektro[2].
[1] Félix Guisard (1862-1942) nasceu na cidade mineira
de Teófilo Ottoni, radicou-se em Taubaté, onde foi um dos pioneiros da
indústria no Vale do Paraíba , por outro lado Thomaz Paulo do Bom Sucesso
Galhardo foi um grande educador e comendador, publicou vários livros didáticos,
fez parte da Secretaria da Instrução Pública.
[2] Vale ressaltar que neste momento da mudança da CTI
para CESP nos serviços de fornecimento de energia elétrica, Ubatuba só passou a
fazer parte da faixa protegida da CESP, pois, pelo fato da Petrobras necessitar
de energia elétrica ao Terminal Marítimo de São Sebastião, beneficiando também
Paraibuna, Caraguatatuba, cidades igualmente carentes que estavam no caminho
dos cabos elétricos e, Ubatuba, estar distante das linhas da CESP, graças ao
saudoso Prefeito de Ubatuba, na época, o Sr. Francisco Matarazzo Sobrinho, com
seu prestígio proporcionou e conseguiu mais 50 quilômetros de cabos chegando
até Ubatuba.
TRECHO DO LIVRO..............Ubatuba ,espaço, memoria e cultura, editado em 2200 por Juan Drouguet e Jorge Otavio Fonseca .....
Confira a sequencia desse ESPECIAL no dia 01 de agosto próximo....Parte 81.... com a publicação das paginas 267 em diante
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