Ao longo dos anos , a Santa Casa de Ubatuba sempre passou por reformas e ainda hoje passa por mudanças estruturais, eis a foto de arquivo de uma das faixadas antigas da nossa Santa Casa...
( essa foto não faz parte do Livro Ubatuba ,espaço, memoria e cultura ".
Vivendo o município, no final do século
XVIII, nova fase de decadência, a saúde pública de Ubatuba também foi afetada e
a Santa Casa de Ubatuba, ainda hoje
funciona em condições precárias, carecendo
de melhorias, principalmente no atendimento da demanda da população. De acordo
com algumas informações mais atualizadas, a Santa Casa de Ubatuba conta com um
corpo clínico de 50 médicos, entre especialistas e clínicos - gerais, uma média
de 240 funcionários, entre estes um grupo de enfermagem[1]. Na alta temporada costuma aumentar o
atendimento no seu pronto-socorro em 40%, e, nem mesmo uma UTI - Unidade de
Terapia Intensiva- existe, em uma cidade como Ubatuba que chega a ter quatro
vezes mais o número de habitantes na temporada.
A Santa Casa de Ubatuba tem como
voluntários, 12 pessoas da sociedade ubatubense, formando assim uma provedoria.
Estes 12 membros são na maioria comerciantes com experiência administrativa,
que generosamente ajudam à comunidade, prestando serviços nessa entidade. Esta
provedoria e sua diretoria têm vivido grandes dificuldades financeiras na
manutenção da Santa Casa, contando com ajuda de políticos da comunidade e de
outros empresários para resolver problemas imediatos. A Secretaria Municipal de
Saúde, além da ajuda do governo municipal, conta com apoio do governo do
Estado, em verbas direcionadas especificamente para a saúde do município. Esta
mesma secretaria de saúde conta com 25 “postos” espalhados por vários bairros de Ubatuba, os PAS e,
também desenvolve um programa chamado de Programa da Saúde da Família - PSF,
com vários agentes comunitários percorrendo toda a comunidade local.
A precariedade do serviço de saúde
oferece um diagnóstico eloqüente desta realidade, ligada diretamente com um
outro fator social de relevância: a educação. Atualmente, o ensino em Ubatuba
vem atendendo a toda a comunidade, tendo um ensino regular. A educação em
Ubatuba conta com varias escolas e creches espalhadas pelos bairros da cidade. Mas, no passado, era uma dificuldade o acesso
ao ensino, só havia pequenas escolas ou salas de aulas de primeiro grau que se
espalhavam pela cidade, mantidas pela municipalidade com muita dificuldade.
O primeiro Grupo Escolar de Ubatuba foi criado por Decreto, datado de 1º
de julho de 1896, reunindo assim as escolas urbanas em um único grupo escolar.
O Professor Francisco de Paula Cortez, vindo da vizinha cidade de São Luiz do
Paraitinga deu início a esta tão importante tarefa educacional, favorecendo
muitas das gerações ubatubenses. Os professores Benedito Juvenal de Escobar e
Aquino, Francisco Lourenço dos Santos, Francisco de Paula Cortez e o professor
– diretor, Luiz Mariano Bueno formaram o primeiro corpo docente deste
estabelecimento educacional, que curiosamente não eram diplomados, mas tinham o
reconhecimento através de concursos na Capital.
A localização do antigo e do atual
prédio educacional encontra-se na Rua Jordão Homem da Costa, fazendo frente com
o Rio Grande, cuja denominação é
“Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva” que foi instalado nesse lugar, em 18 de
julho de 1896. O primeiro prédio era de propriedade de Dona Joana Rosa dos
Santos Nobre, também conhecido como Solar dos Pires Nobre, adquirido e comprado
pelo Estado em 1910. Era um prédio de arquitetura simples, mas elegante e com
características coloniais, situado em uma chácara que acompanhava as curvas do
Rio. Palmeiras, mangueiras frondosas entre outras árvores, completavam o belo
cenário mas o passar dos anos resistindo à ação do e a falta de manutenção
fizeram do edifício ruínas. Sua demolição total se realizou em 1943.
O atual prédio do Grupo Escolar Dr.
Esteves da Silva, demorou anos para ser concluído. Enquanto isso, as mesmas
salas foram espalhadas em vários pontos da cidade pela Prefeitura no aguardo
conclusão do novo prédio na mesma
chácara dos Pires Nobre
Até 1987 o Grupo Escolar funcionava
como uma escola masculina , e então, arrojadamente, houve uma anexação de três escolas
femininas o que não foi aceito pelas
autoridades estaduais do ensino que determinaram a volta às antigas escolas. No ano seguinte,
o mesmo aconteceu com as turmas masculinas, voltando os mesmos às antigas
escolas dos bairros distantes, fechando-se assim o Grupo Escolar. Em 1900, o
Grupo Escolar foi reaberto com o Professor Luiz Mariano Bueno como diretor,
reassumindo suas turmas masculinas. Em 1908, o grupo feminino também voltou de
vez a fazer parte das turmas de estudantes daquele estabelecimento escolar e
até hoje o Grupo Escolar cumpre sua missão de formar crianças, jovens e adultos
no ensino público educacional de Ubatuba.
Há 109 anos o Grupo Escolar “Dr. Esteves da Silva” exerce o papel mais
nobre na sociedade, educar para a vida e a civilidade.
Antes mesmo do primeiro Grupo Escolar
se tornar realidade para a educação municipal de Ubatuba, um outro
estabelecimento de cunho educacional deu também dignidade ao passado da cidade.
Alfredo Augusto da Silveira e José Bernardo Gonçalves Duarte fundaram em 4 de
julho de 1875 o Ateneu Ubatubense,
estabelecimento este voltado à educação literária. Chamado de Gabinete de
Leitura Ateneu Ubatubense, um grupo de associados utilizava uma rica biblioteca
particular com mais de 5.000 volumes, para desfrutar o prazer da leitura.
Em 1881, no mesmo espaço do Ateneu Ubatubense,
localizado no antigo Largo da Matriz - Praça da Igreja da Matriz - foi criada e
inaugurada a primeira escola noturna da cidade para os homens. O Ateneu
Ubatubense passaria então a ter um outro significado para a população de
Ubatuba. Jovens da época tiveram o privilégio de receber ensinamentos valiosos
além da língua portuguesa, o latim, o francês e de artes com aulas de música e
teatro. O Dr. João Diogo Esteves da Silva, então presidente do Gabinete de
Leitura, e também Diretor da escola noturna foi o responsável pela valorização
maior que este estabelecimento de cultura teve e a generosa vontade no
desenvolvimento desta idéia de formação. Ele dignificou a educação em Ubatuba a
favor da instrução popular dos oito mil habitantes residentes da época.
Incentivou a deliberação de aulas a favor do sexo feminino, dando o direito à
mulher de educar-se e instruir-se naquela escola noturna. Infelizmente, na
década de 20, o abandono de casas e sobrados devido ao declínio econômico, o
êxodo de famílias afetaram sensivelmente a vida do município e o
Gabinete de Leitura foi demolido no ano de 1957.
A Biblioteca Pública Municipal de
Ubatuba recebeu a denominação, em homenagem ao primeiro centro cultural do
município, Gabinete de Leitura, “Ateneu Ubatubense”. Foi a segunda biblioteca
do município, inaugurada em 28 de outubro de 1967, criada através do Decreto
52. A primeira bibliotecária foi Geny Bueno Aguiar, e seu primeiro espaço
situava-se no Paço Nóbrega, mudando em 1976, para uma precária acomodação na Rua
Professor Thomaz Galhardo. Desde 31 de outubro de 1985 até hoje, a Biblioteca
localiza-se na Praça Treze de Maio, no centro, sendo mantida e dirigida pela
FUNDART - Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba. A biblioteca atual tem no seu
acervo um número considerável de livros, por volta de 25.000 exemplares, além
de uma pinacoteca. A biblioteca municipal, o Ateneu Ubatubense, continua sendo
um local de grande atração pública.
Uma figura importante na vida cultural
de Ubatuba é o Dr. João Diogo Esteves da Silva.
O Dr. Esteves da Silva escolheu Ubatuba para fixar residência e dedicar
sua vida atuando em diferentes setores da vida pública ubatubense. Nascido em 9
de fevereiro de 1848, no Rio de Janeiro, com grande sacrifício formou-se em
medicina em São Paulo no ano de 1879. Mudou-se para Ubatuba por motivos de
saúde, quando se uniu em matrimônio com Dona Maria Gonçalves Pereira.
O Dr. Esteves da Silva, de família
humilde ,passou por grandes dificuldades para completar seus estudos, e
tornou-se sensível às carências dos menos favorecidos principalmente no tocante
à Educação. Criou a escola noturna o Ateneu Ubatubense, lecionando gratuitamente.
Foi um dos políticos mais respeitados do seu tempo, elegendo-se algumas vezes
vereador e também, deputado estadual em 1898.
[1] Informações sobre a Santa Casa podem ser encontradas no site: www2.uol.com.br/jornaldasemana/edicao164/sub7.htm
Próxima atualização dia10 de julho de 2012 , parte 80, A PARTIR DA PAGINA 261 9Metade) em diante...
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