Predio da Antiga Cadeia de Ubatuba-SP, onde por muitos anos
também funcionou a Secretaria de Turismo dda cidade...
A Secretaria de Turismo de Ubatuba é uma das muitas
secretarias municipais criada no ano de 1967, no governo municipal de “Cicillo”
Matarazzo. Chamada de Serviço de Turismo da Prefeitura, este setor teve como
primeira responsável, Dona Lia Barros, mulher de visão ampla que sabia da
importância de Ubatuba no desenvolvimento da nova economia no país, o turismo.
A atual Prefeitura de Ubatuba se transformou em uma
entidade sólida e estruturada, de acordo com sua função social de organizadora
da vida cívica do município.
Aos poucos, o progresso de Ubatuba,
adquiriu proporções respeitáveis em vários aspectos do seu desenvolvimento:
economia, educação e saúde, principalmente as áreas de cunho social, ganharam
mudanças proporcionais ao crescimento populacional da cidade. Necessidades,
tornaram-se prioridades para o
município.
Políticas públicas de desenvolvimento
tiveram reflexos positivos na vida dos cidadãos: a construção da Santa Casa, do
primeiro Grupo Escolar, do Ateneu Ubatubense, a Iluminação Pública, o abastecimento
de água, o desenvolvimento urbanístico e a
imprensa municipal, que no
decorrer de sua história até hoje, vem cumprindo sua função social, cultural, informativa
.
Parecia,analisando tal progresso -
signo da modernidade, que nesse momento da história da cidade, Ubatuba estaria prestes,
a firmar-se definitivamente e a viver uma realização que marcaria o início de
um futuro promissor e de sucesso. Era o progresso em forma de uma locomotiva
que trilharia, literalmente a serra, do Vale até o porto de Ubatuba, trazendo e
levando produtos para o escoamento, na exportação e importação dos mesmos. Mas,
o destino foi implacável, mais uma vez o futuro promissor que a cidade esperava
e a glória do progresso, que chegariam em vagões sob trilhos de ferro
terminariam como em uma encenação teatral, um final triste, presságio da Segunda decadência.
O momento histórico que Ubatuba viveu,
parecia definir o verdadeiro restabelecimento e firmamento da economia local,
revolucionando o fluxo de transporte de toda a produção da região: a construção
de uma linha ferroviária que ligaria Taubaté a Ubatuba, abandonando assim o
antigo percurso utilizado como via de transporte, a estrada Imperial. Saindo do
Sul de Minas Gerais, a estrada passaria pela serra do mar até alcançar o porto
de Ubatuba. Desta forma Ubatuba estaria
apta ao comercio de exportação e importação competindo com o porto de Santos.
O ano era o de 1889 e alguns homens
chamados concessionários, como João Alfredo Corrêa de Oliveira, um Ministro do
Império, Francisco Ribeiro de M. Escobar, Victorino E. Marcondes Varella, e
outros, organizaram uma Companhia. O capital do investimento foi milionário,
fundando o Banco de Taubaté. Firmas inglesas forneceram o material necessário
como os trilhos, iniciando em seguida os trabalhos para traçar a linha
ferroviária. Um grupo de trabalhadores vinha do planalto de Taubaté, enquanto um
outro trilhava o caminho pela Serra do Mar, chegou-se a perfurar a serra para
os túneis. Da estação em Ubatuba, pouco se sabe;resta uma pedra fundamental
colocada no cruzamento das ruas Cunhambebe e Liberdade. E, no dia 28 de
setembro de 1890, aconteceu a festividade de inauguração. A Imprensa, dias
depois “alardeou” em jornais importantes da época, o tamanho da festividade e
das personalidades presentes.
A felicidade e o grande entusiasmo
popular viriam logo a sucumbir, pois a fatídica notícia de que o governo
federal da época de Floriano Peixoto, haveria suspendido o desconto no comercio
do material importado da Inglaterra, que barateava tal construção da linha,
levando o Banco de Taubaté, financiador da construção à falência. Assim, terminava
o sonho de crescimento econômico da cidade. Vestígios dessa ferrovia ficaram
longos anos abandonados, trechos de ferrovia concluídos, materiais usados nas
obras, todos esquecidos na serra. Muitos trilhos foram aproveitados pela
Prefeitura para construções de pontes, alguns utilizados em posteamento no
primeiro serviço de iluminação elétrica da cidade.
Com o lançamento da pedra fundamental
da futura estação ferroviária, além das festividades e solenidades, realizou-se
ainda um espetáculo no antigo Teatro da cidade, encerrando tal comemoração. Um espetáculo com um final apoteótico, representando
um recomeço para Ubatuba, com a linha ferroviária trazendo o tão esperado
progresso. No encerramento do espetáculo,emblematicamente, uma concha se
abrindo ao som de muito barulho, com vivas,
aplausos, apitos simulando a locomotiva, fogos de artifício e uma banda musical
e de dentro da concha sairia uma criança com uma faixa escrita: Ubatuba, agitando
uma palma verde com a mão e aí gritaria: “Viva Ubatuba!”. Mas, mesmo com todo o
alvoroço e o barulho a criança permaneceu dormindo , o que poderia ser interpretado
como um prenúncio do despertar de mais um sonho para uma amarga realidade: o
cancelamento das obras da linha ferroviária, que marcou, na última década do
século XVIII, o início de uma nova fase de decadência.
O crescimento e desenvolvimento, que a
cidade de Ubatuba vinha experimentando possibilitaram que a comunidade local
fosse favorecida com o surgimento dos serviços da saúde pública. Sendo assim, a Santa Casa de Ubatuba foi um dos mais
antigos estabelecimentos hospitalares do Estado a aparecer na época. Seu
primeiro nome foi Casa de Caridade da Irmandade do Senhor dos Passos de Ubatuba
(1854). A localização da primeira edificação da instituição de caridade
hospitalar compreendia todo um quarteirão, entre, as atuais ruas, Salvador
Corrêa, Dom João III, Jordão Homem da Costa e a Rua Liberdade. Um grande
sobrado de estilo colonial que, no dia 28 de agosto de 1912, vivenciou a
tragédia causada por uma vela acesa que destruiu toda a edificação, sobrando
apenas seu terreno.
Depois, a Irmandade ganhou nova sede
hospitalar, instalada em um prédio doado pelo Comendador Joaquim Vitorino da
Cunha, no antigo Largo da Matriz - Praça da Matriz, final da Rua Dona Maria
Alves com o acesso à Avenida Iperoig, onde funcionou até 1920. Logo após, em 7
de fevereiro de 1923 a instalação do hospital de Ubatuba ganharia uma nova
localização permanecendo até os dias
de hoje, na Rua Conceição, no centro da cidade. Este novo prédio foi uma doação
do casal, Luiz Antonio Teixeira Leite e Virgínia Teixeira Leite, de acordo com
uma carta datada de 11 de dezembro de 1919.
O Dr. José Maria de Salles Gomes
Júnior, sanitarista de renome dirigiu no hospital o primeiro Serviço de
Profilaxia de Moléstias Infecciosas, que mais tarde passou a se chamar Posto de
Higiene, e logo a seguir Posto ou Centro de Saúde. Este ocupou parte das
dependências daquele prédio cedida pela Santa Casa. Embora os médicos permanecessem pouco tempo
no município, mantendo um funcionamento irregular, ainda assim este Posto
prestou relevantes serviços à comunidade local.
Para o bem da saúde pública ubatubense,
foi instalado no ano de 1949 o Posto de Puericultura denominado Lucila Simonsen
de Oliveira. Um prédio localizado na Praça 13 de Maio, dependente das
autoridades sanitárias do Estado, tornando-se os dois postos um único
estabelecimento de saúde, deixando assim de vez as instalações da Santa Casa, da
Rua Conceição.
Passando por diversas intervenções e
ampliações, algumas não concluídas, a Santa Casa alcança o outro lado da
quadra, à Rua Professor Thomaz Galhardo, mais ainda assim dispondo apenas de 90
leitos, 3 quartos particulares. Neles são atendidos em um mês, por volta de 12
mil doentes e acidentados, dentre estes, 90% atendidos pelo SUS - Sistema Único
de Saúde. Com o passar dos anos, a Santa Casa foi dispondo de bons equipamentos
médico-cirúrgicos e profissionais especializados em diversas áreas da medicina passaram
a ocupar suas salas e consultórios.
Parte do Livro UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA " - Editado em 2005, dos autores Jorge Otavio Fonseca e Juan Drouguett, pode ser encontrado na Biblioteca Municipal de Ubatuba -SP....Publicação da Part 78, dia 04 de julho 2012....A partir da pagina : 257.....
Parte do Livro UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA " - Editado em 2005, dos autores Jorge Otavio Fonseca e Juan Drouguett, pode ser encontrado na Biblioteca Municipal de Ubatuba -SP....Publicação da Part 78, dia 04 de julho 2012....A partir da pagina : 257.....
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