segunda-feira, 4 de junho de 2012

UBATUBA 2001....PREDIO DESABA NAS TONINHAS...

O prédio da esquerda esta um andar mais baixo que o da direita.

Na noite de quarta-feira, dia 16, o vigia de um prédio na praia das Toninhas assistia TV tranqüilamente, pois dois minutos antes tinha feito sua ronda em volta dos dois blocos do imóvel em que trabalha, quando ouviu um estrondo muito forte. Ao se dar conta, a primeira reação foi sair correndo, quando para seu espanto o segundo bloco de apartamentos tinha caído e o estacionamento do prédio não mais existia. Neste minuto, ele pensava que, há segundos atrás, estava embaixo do prédio que desabou. Após alguns minutos e o susto passado, se dirigiu ao prédio vizinho e comunicou ao síndico o que tinha acontecido, mas ninguém queria acreditar.




A Polícia Militar e a Guarda Municipal foram acionadas, junto com a Defesa Civil. Todos foram para o local: prefeito, vice-prefeito, secretário de Urbanismo. Após uma primeira vistoria, foi determinado que os moradores da casa que fica na mesma rua fossem retirados. A mesma prevenção foi tomada no prédio vizinho, que não tinha nenhum morador.
Na manha seguinte, o prédio virou atração. Todos queriam ver e dar opiniões, mas o acostamento da estrada ficou lotado de carros, o que acabou causando um acidente, onde um motorista ficou sem uma parte da porta do carro.
Os proprietários dos referidos apartamentos foram chegando para ver o que tinha acontecido e se conseguiriam salvar alguma coisa, mas todos foram impedidos de entrar até no terreno do prédio por questões de segurança. Só foi permitida a entrada dos peritos e da imprensa.
O proprietário do apartamento do primeiro andar que virou térreo, nos contou que na época tinha comprado um apartamento em outro prédio. Com os problemas que a construtora teve, ele foi chamado para fazer um acordo e trocar de prédio, foi parar no bloco que caiu; isto em 1995. Ele ainda nos relatou que depois que a construtora faliu, os condôminos se uniram e contrataram outra empresa para terminar os prédios, os quais foram entregues em fevereiro deste ano. Alguns compradores já aguardavam há quase dez anos a conclusão do prédio. Ele ainda nos contou que estava terminando de mobiliar o apartamento, que desde o mês de fevereiro tem vindo para Ubatuba quase todos os fins-de-semana, que não veio neste último porque o tempo estava ruim e que se sente muito mal vendo o sonho acabado.
O prédio 
Estes prédios começaram a ser construídos há quase dez anos pela Construtora Técnica.
Após a quebra da construtora, vários prédios ficaram abandonados por anos, uns ainda em fase inicial da construção continuam até hoje abandonados. Como já aconteceu em diversas partes do nosso país, após a quebra das construtoras, os condôminos acabam se unindo e terminando a obra. Estes prédios ficaram muitos anos abandonados só na estrutura, mas depois desta união finalmente foi acabado e entregue no mês de fevereiro deste ano.
Uma pessoa que não quis se identificar, nos contou que os funcionários tinham medo que o bloco da frente caísse pois tem colunas tortas e com rachaduras. Nunca imaginaram que o dos fundos teria problemas.
O bairro
O solo da praia das Toninhas é considerado pelos construtores um dos piores do município. Qualquer casa, prédio, o que for construído no bairro tem que ter uma ótima fundação. Existem no bairro várias casa que já afundaram, como também um prédio que já soterrou o primeiro andar quase que inteiro.
O perito 
O perito nos informa que o prédio foi construído em cima de blocos estruturais. Até aí tudo bem, se realmente foram feitos todos os procedimentos de amarração, nível, etc..
Mas visivelmente sem muitos detalhes dá para notar que não foram seguidas todas as normas para se trabalhar com bloco estrutural. A coluna do primeiro prédio visivelmente torta tira toda a resistência do bloco. Este material só tem resistência quando recebe pressão de cima; quando não está nivelado, perde a resistência, como é o caso desta coluna que está torta e rachada. Não sei se vai dar para recuperar este primeiro e o segundo, pelo visto, sofre o risco de cair pois as rachaduras estão aumentando. Mas, só após a perícia completa, poderemos ter uma idéia mais precisa do que pode acontecer.
Até o fechamento deste edição, não foi permitido aos proprietários, nem a ninguém, retirar nada dos prédios e ainda não havia uma decisão sobre o que seria feito com eles.
Nossa equipe de reportagem, que esteve no local na noite do desabamento, viu pouquíssimas rachaduras no prédio, um apartamento do primeiro andar inteiro revirado internamente. Parecia que o tinham virado de ponta cabeça. Tamanho foi o choque que nada ficou no lugar. Se um ladrão entrasse num apartamento procurando algo não conseguiria fazer tanta desordem.
No dia seguinte, voltamos ao local durante a madrugada. Com a pressão, várias paredes já se encontravam rachadas. O primeiro já estava complemente comprometido, o mesmo que virou térreo. Pudemos ver que em vários pontos a laje do primeiro andar não agüentou e estourou entrando apartamento adentro; vários armários de praia e paredes de sustentação entraram na laje. No caso de um determinado apartamento, grande parte do piso explodiu, deixando um buraco por onde passou muito concreto.
Notamos também que várias paredes que faziam a sustentação do prédio caíram de lado, como uma brincadeira de derrubar dominó. Vimos os proprietários inconsoláveis com o fim do sonho. Como ironia do destino, a cobertura do primeiro bloco mostra uma placa dizendo que a mesma está à venda e que possui três quartos. Muitos brincavam: “quanto vale ela hoje?”



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