Residencia onde morou Francisco Matarazzo Sobrinho de 1964 a 1968, quando foi Prefeito Municipal de Ubatuba-SP
Francisco Matarazzo passava
seus dias em Ubatuba, na sua
residência no Morro da Prainha, hoje chamada de praia do Matarazzo. Esta celebridade
marcou um momento importante da história cívica de Ubatuba, chegando a fazer
parte dos argumentos de uma minissérie televisiva de época que abordaremos no
seguinte item deste capítulo.
Matarazzo teve crises políticas,
passando por dois processos administrativos e conflitos dentro da Câmara
Municipal, alguns desses desafetos e desentendimentos, incompatibilidade de
idéias são expressos na sua correspondência. Em mais um trecho da carta citada
acima,a ilustre figura ubatubense desabafa a seu amigo “Filhinho”: “...não obstante algumas
divergências com a Câmara Municipal, divergências das quais penso que a
responsabilidade cabe mais a mim do que à Câmara. Espero, daqui por diante,
conhecendo melhor o pensamento dos senhores vereadores, fazer com que eles
também compreendam melhor os meus objetivos, para que as divergências
desapareçam e surja um esforço conjunto que venha a beneficiar ainda mais o
povo ubatubense”. É interessante observar como Matarazzo admite suas fragilidades e
deficiências no exercício de seu cargo.
Mas, Francisco Matarazzo Sobrinho, foi absolvido nos dois
processos de cassação impeachment, mantendo-se à frente da Prefeitura. Em 1967, o
Presidente da Câmara, Fiovo Fredianni, atendendo solicitação do Chefe do
Executivo , que alegava desgaste político, concedeu –lhe dois meses do
afastamento .Nesse período, licenciado do cargo, Matarazzo buscava recursos
para o município. Retornando ao seu
posto ,conseguiu terminar com os desentendimentos do Legislativo e o
progresso voltou a “espraiar” na cidade de Ubatuba. Em mais um
trecho de sua carta, fica bem claro o interesse que Matarazzo tinha em ver
Ubatuba progredir principalmente como um grande potencial turístico: “...de organizar e manter dinâmico um
plano diretor que oriente e discipline o crescimento harmônico da cidade; de
criar condições para o aproveitamento racional e saudável das nossas belíssimas
praias, fazendo de Ubatuba o centro turístico que o Estado de São Paulo ainda
não possui...”.
Portanto, o governo de Matarazzo se caracterizou, entre outras coisas, por
abrir estradas municipais, trazendo
mais força e investimentos para o desenvolvimento do turismo na região.
Ao término de seu mandato, cumprido o
desafio de governar Ubatuba, volta a São Paulo, cidade onde cresceu e se firmou
como grande administrador nas várias empresas familiares e também participou de
movimentos de vanguarda, principalmente nas artes, fundando o Museu de Arte
Moderna de São Paulo, em 1946 e a Bienal, a qual presidiu até a sua morte em
1977[1].
Credita-se também ao prefeito “Cicillo”
Matarazzo, em 1964 ,a construção de um novo prédio, moderno e arrojado, para
sede da Prefeitura que até então havia funcionado precariamente no prédio da
Câmara Municipal. Tal construção localizada na Praça Treze de Maio, foi
projetada por Oswaldo Bratke, arquiteto de grande expressão nacional, um dos
construtores de Brasília A Prefeitura ocupou esse espaço até o ano de 1982.
Neste mesmo prédio funciona, desde
novembro de 1984, a Biblioteca Municipal, e a Prefeitura, no governo de Pedro
Paulo Teixeira Pinto, nesse mesmo ano, passou a ocupar o prédio da antiga ALA -
Assistência ao Litoral de Anchieta, na Rua Gastão Madeira, atual Secretaria da Educação.
Desde o inicio dos anos 90, na gestão do Prefeito José Nélio de Carvalho (1989-1992)
a sede da Prefeitura Municipal, encontra-se localizada na Av. Dona Maria Alves, Carvalho onde até hoje
funcionam algumas das secretarias e setores importantes da fazenda municipal e
o gabinete do prefeito. Um prédio de grandes proporções, de arquitetura
arrojada sedia uma Administração Municipal que conta com toda modernidade de uma cidade em desenvolvimento, que proporciona qualidade no atendimento a
seus munícipes , nos serviços burocráticos municipais e urbanísticos. As
estruturas das muitas secretarias existentes, dividem-se em setores e serviços
diversos atendendo a saúde, a educação, as finanças, arquitetura e urbanismo,
obras, esporte, jurídico, meio ambiente, todas informatizadas.
Na historicidade da administração
Municipal, encontramos grande diversidade de pensamentos com relação ao destino
da cidade de Ubatuba. Como já citamos, o primeiro prefeito a governar Ubatuba
fora Ernesto Gomes de Oliveira, pai de Washington de Oliveira, entre os anos de
1908 a 1913. Outros nomes como José Fileto da Rocha, Manoel Bernardo de Amorim,
Benedito Felipe Fernandes, João Xavier Teixeira, logo substituído por Aristides
Bonifácio Garcia. Estes foram os homens que até 1930 tiveram a oportunidade de
tentar mudar os rumos da cidade quando ela ainda engatinhava numa divisão administrativa
com autonomia municipal. Já nos anos 30, a administração de Washington de
Oliveira – seu Filhinho, entre os anos de 1936 a 1938, teve destaque; seu
irmão, Deolindo de Oliveira Santos, governou de 1942 a 1945. Outros governos
municipais foram: José Alberto dos Santos, de 1948 a 1951, de 1956 a 1959, e,
de 1969 a 1970; Wilson Abirached, de 1960 a 1963; Francisco Matarazzo Subrinho,
de 1964 a 1969; Celso Teixeira Leite, de 1970 a 1973; Basílio de Moraes
Cavalheiro Filho, de 1973 a 1977; José Nélio de Carvalho, de 1977 a 1980 e 1989
a 1992; Benedito Rodrigues Pereira Filho, de 1981 a 1983; Pedro Paulo Teixeira
Pinto, de 1983 a 1988; Paulo Ramos de Oliveira, de 1991 a 1994 e 2001 a 2004;
Luiz Euclides Vigneron, de 1997 a 2000 e o atual Eduardo de Souza César (2005) [2].
[1] (Fonte: Jornal de Bolso - Ano 2 - Nº. 12
- Junho de 1998 - Comunicação Versátil - http://www.ubaweb.com/ubatuba/personagens/index.php)
[2] Durante todos os anos das administrações dos
prefeitos que Ubatuba já teve, os únicos anos que não foram constatados
documentalmente foram dos anos 30; entre 1939 a 1941, o ano de 1946; já o ano
de 1947 um nome aparece como possível prefeito, Silvino Teixeira.
CONFIRA A SEQUENCIA , DIA 26 DE JUNHO , com a publicação a partir das pagina 252 em diante , do Livro UBATUBA, ESPAÇO, MEMEORIA E CULTURA - EDITADO EM 2005..
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