Desde o dia 14 de setembro, a paróquia Exaltação da Santa Cruz tem um novo líder: Frei Geraldo Monteiro. Filho de Benedito Monteiro e Ana de Oliveira, ambos de Itu/SP, onde nasceram seus irmãos mais velhos. A dificuldade de estudo no interior fez com que seus pais se mudassem para Santo André/SP, onde ele nasceu (18/10/1942) e também o caçula da numerosa família de oito filhos, sendo que três faleceram ainda pequenos. “Sou o penúltimo, o filho-sanduiche”, brinca o frei.
Seus olhos brilham de orgulho filial ao falar de seus pais, ambos tecelões. “Como não tinha licença maternidade, minha única irmã me levava no colo na fábrica onde minha mãe trabalhava para ela me amamentar”, relembra, risonho. Frei Geraldo diz que a vida é um mistério, por isso não sabe o que foi determinante para sua opção pelo sacerdócio.
Como coroinha da igreja que sua família freqüentava, sempre teve muito contato com religiosos. Durante as missas, ficava encantado com as bênçãos que os padres davam e desejava ardentemente fazer os mesmos gestos. Mas o que ficou na sua memória de criança foi a lembrança da mesa farta do café da manhã dos freis. Como ia para a igreja às 6h, depois tomava café com os padres. Olhava na mesa farta com manteiga, pão, leite, doces! “Como em casa era só pão e café, café e pão, eu pensava: a vida de padre deve ser boa!”, confessa. Claro que depois foram muitas outras coisas que o influenciaram, inclusive, seu irmão era seminarista e, nas visitas à família, contava como era a vida no internato, onde tinha muito jogo de bola, que o pequeno Geraldo adorava. “Tudo isso misturado foi desembocando, tanto que eu já ia entrar no seminário da diocese, em São Roque, mas era muito longe. Aí, os freis franciscanos fundaram o Seminário Senhor do Bonfim, na minha cidade, onde me formei”, conta. Frei Geraldo veio para Ubatuba diretamente de Roma/Itália, onde esteve por seis anos (2001/2007), ocupando o cargo de assistente geral dos Frades Menores Conventuais para a América Latina (México, Costa Rica, Bolívia, Colômbia, Brasil, Argentina, Venezuela, Uruguai). “Onde estavam os frades conventuais, aí deveria estar eu porque o nosso ministro geral, Frei Marco Tasca, é o 119º sucessor de São Francisco, eleito em 26/05/07, no Sacro Convento de Assis, pelo Capítulo Geral Ordinário”, explica Frei Geraldo. Segundo ele, apesar do avião, da internet, é impossível que o ministro geral viaje o mundo inteiro. Então, cada continente tem um representante junto a ele para levar-lhe os problemas, dificuldades, avanços para que ele esteja a par dos acontecimentos. “Eu fazia esse assessoramento pela América Latina e aí a gente sente como o Brasil é quase uma ilha pelo seu poder, sua grandeza, sua língua diferente; os demais países falam espanhol. Mas o Brasil já está se sentindo como membro deste grande corpo latino-americano, com sua gente e sua natureza tão ricas”, ressalta. De toda essa diversificada experiência, fazem parte 20 anos como líder paroquial. Em 40 anos de sacerdócio, esteve como pároco em Caxias do Sul/RS e Santo André, Aparecidinha, Caçapava, em São Paulo. Mas já conhecia Ubatuba, há muito tempo, pois a cidade faz parte da família franciscana, há mais de 50 anos (os freis aqui chegaram em 1954). “Eu estudava no ginásio ainda e os freis que moravam aqui iam visitar-nos em Santo André e nos relatavam suas dificuldades. Não tinha estradas, iam de barco”, relembra. O pároco da matriz conta que, por volta de 1965, veio o Frei Pio Populin que deixou sua marca com muitas obras, como postos de saúde, sua chata para transportar a produção agrícola do Ubatumirim, etc. “Então, conheço Ubatuba desde criança. As nossas férias de 1958 foram em Caraguatatuba”, salienta, com certa dificuldade para pronunciar o nome da cidade vizinha. Projetos para a paróquia Frei Geraldo considera que já há muitas iniciativas de evangelização, de pastoral social. Como está há menos de um mês na cidade, quer e precisa ouvir o povo, as lideranças. Ele afirma que pretende estar bem juntinho às pastorais que atendem as crianças, os pobres, e principalmente a identidade de Ubatuba. “É um caminho que tem que ser desbravado pela igreja para estar junto deste povo e com ele ver o que se pode fazer para um presente bom e um futuro feliz”, acredita.
Um pouco da história da Família Franciscana A ordem foi fundada por volta de 1209, por Francisco de Assis (1182 †1226). Anos após sua morte, os frades passaram por diversas crises que originaram diferentes grupos de duração efêmera. Atualmente a Família Franciscana é composta por: Ordem dos Frades Menores (OFM); Ordem dos Frades Menores Conventuais (OFM Conv.); Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (OFM Cap.); Clarissas, fundadas por Santa Clara e São Francisco, e a ordem Franciscana Secular. Franciscanos no Brasil Em 1873, a pedido da colônia alemã de Petrópolis, dirigida pelo Padre Theodoro Esch, coadjutor da matriz, a Câmara Municipal, com aprovação do Imperador D. Pedro II, concedeu o terreno do antigo cemitério para a construção de uma igreja, escola e residência do sacerdote. Em novembro de 1896, vieram da Bahia a Petrópolis os seis primeiros “clérigos”, para continuarem seus estudos de “humanidades” (1896/1897), de Retórica e Filosofia (1898) e de Teologia (1899), fundando o Instituto Teológico Franciscano. Nessa escola, se formaram praticamente todos os sacerdotes da Província, como também muitos outros de outras Províncias do Brasil e do exterior, sacerdotes seculares e de outros Institutos de Vida Consagrada. Comemoração da Festa da Padroeira do Brasil Na próxima sexta-feira, 12, Nossa Senhora Aparecida, festa de grande unidade da família católica brasileira, a paróquia vai realizar importante evento: às 7h30 e 19h30, após a celebração da santa missa, procissão apenas na praça em torno do coreto, com crianças de todas as demais paróquias, numa grande confraternização. As crianças vão representar os cinco continentes, quando todos rogarão a Deus pela paz mundial, pela prosperidade, abrindo a mente para todo o planeta.
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