1978- Eis o tio Maneco com a sua rabeca! (Arquivo Kilza Setti) |
De acordo com a vovó Eugênia, o tio Maneco "desde criança era atraído para a música". Essa paixão motivou a criar, a partir de uma lata trazida pelo mar, uma “viola” como primeiro instrumento. Ao perceberem que o menino tinha talento, tirava acordes agradáveis daquele rudimentar instrumento musical, deram-lhe uma viola de verdade. Mais tarde, já tocando regularmente em festinhas, em bate-pés, se interessou pela Folia do Divino. Comprou a sua primeira rabeca.
A devoção, somada ao exibicionismo do talento e à graça de namorador, fez com que o jovem Maneco Armiro, agora munido de uma rabeca construída pelo Vitor, um caiçara da praia da Barra Seca, saísse nas andanças como folião do Divino Espírito Santo. Isso durava meses a cada ano. Era preciso uma mulher muito especial para aceitá-lo como marido. Quem cumpriu este papel com muito êxito foi a tia Aninha. Após o casamento,eles assumiram o comando da capela de São João Batista, no jundu da praia da Fortaleza. Nessa função se devotaram até o final de suas vidas. Ambos viveram noventa e cinco anos. Morreram quase ao mesmo tempo que o século XX.
Como exímio rabequista, tio Maneco sempre foi muito requisitado. Nunca deixou de "correr folia". Adorava festas e estava sempre fazendo galanteios às mulheres bonitas. Dele temos boas lembranças, principalmente pelo seu estado constante de correria (“homem ativo”) e de seu olhar brilhante, sempre interessado em tudo à sua volta.
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