quinta-feira, 10 de novembro de 2011

LÁ VEM ESTÓRIA OU HISTÓRIA....Situações enfrentadas pelo seu Trajano

Situações enfrentadas pelo seu Trajano
Certa vez, uma senhora caiçara residente no bairro do Itaguá marcou um exame ginecológico com o Dr. Antônio Abdalla. O filho era policial e morava na cidade de Santos (SP), quando soube que a mãe ia se submeter a tais exames, veio imediatamente, para impedi-lo. Mas quando aqui chegou a mãe já estava sendo examinada. Tinha a sala do médico e uma saleta onde o Seu Trajano ficava aguardando ordens do médico. O rapaz pergunta ao Seu Trajano:
- A minha mãe está aí dentro?




- Sim, está sendo examinada e você não pode entrar, sente-se aqui e aguarde.
O jovem policial, que aparentava não ter mais que 25 anos, irritou-se com a resposta, sentou-se por alguns minutos e, de repente, entrou na sala armado de um punhal, foi para cima do médico ordenando que parasse de examiná-la.
Seu Trajano entrou na sala imediatamente e fez sinal com o dedo, perguntando-lhe se estava armado e o médico disse que não. Seu Trajano, então, foi conversando com o rapaz, o médico explicando a importância desse exame e o jovem policial foi se acalmando, até que chegou a hora de Seu Trajano usar sua força bruta, dominando-o e desarmando-o. Depois do susto, o médico explicou ao filho que sua mãe precisava urgentemente de tratamento especializado e já que ele morava em Santos que a levasse para lá, e entregou-lhe uma carta de apresentação para a Santa Casa daquela cidade. A mãe do rapaz foi curada, depois voltou para Ubatuba, e viveu por muitos anos.
O caso Marino
O Sr. Marino Ilídio Vieira, ubatubano nato, foi o primeiro morador do bairro do Sumidouro, e trabalhava na Fazenda Pico do Frade, de propriedade de Seu Trajano, que era seu padrinho de batismo (Marino era simpatizante do Seu filhinho). Certo dia, Marino ficou doente e veio ao Posto de Saúde pedir ao padrinho um remédio, pois se achava gravemente doente, com muitas dores pelo corpo. Seu Trajano prescreveu uma fórmula e mandou que levasse para o Seu Filhinho preparar o remédio. Quinze dias depois, Marino retornou a casa do padrinho se dizendo que estava curado e apto a retornar ao trabalho, foi um santo remédio. Como a receita foi em papel timbrado do Posto de Saúde, sem assinatura do médico, indagou Seu Trajano do afilhado:
- O Filhinho não questionou?
- Não, só perguntou quem prescreveu. Eu disse: Foi o padrinho Trajano.
- Há! Bom... Se foi o Trajano, eu preparo! Mas se fosse o médico eu iria pensar duas vezes. (Veja que a rivalidade era somente política.)
Seu Filhinho sabia que o Seu Trajano foi estagiário de enfermagem e farmácia na Santa Casa de São José dos Campos e dominava com competência a técnica de manipulação de medicamentos, principalmente pomadas, era o que mais se usava no litoral devido às feridas provocadas pelas picadas de insetos, destacando-se os “borrachudos”. Após o luto da sua morte, Seu Filhinho foi à casa da viúva, a professora Dionísia, pedir emprestados suas apostilas, livros e anotações, para se atualizar, pois tinha se formado em 1922 e já se achava desatualizado. Foi prontamente atendido.
[Clique aqui para acessar a listagem dos textos (já publicados) da série Construindo o passado IV - Anjos da saúde.]

Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail parathecaliforniakid61@hotmail.com.

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