segunda-feira, 26 de setembro de 2011

UBATUBA 2000.......Ilha Anchieta: Homenagem às vítimas do levante

                             


O plano de fuga foi minuciosamente arquitetado por três anos. “Portuga” deu ordem para seus comparsas para que com atitudes benevolentes e educadas ganhassem a confiança do Diretor, dos funcionários do presídio e dos seus familiares. Portanto, na época da rebelião a promiscuidade era geral. Dois dias antes, um preso foi executado e enterrado na ilha pelos seus companheiros que, em seguida, anunciaram sua fuga. Um contingente de três patrulhas composto de nove homens se deslocaram ao continente em busca do “fugitivo” no sentido de desguarnecer a ilha. O palco estava armado para a maior rebelião que se teve notícias no mundo, até aquela data.





 Na manhã do dia 20 de junho de 1952, 452 presos tomaram de assalto a guarnição militar. Seguiu-se, então, um episódio de desespero, pavor, covardia e principalmente de heroísmo tanto por parte dos militares e funcionários civis, quanto por parte de alguns presos que protegeram as mulheres e crianças que se encontravam vulneráveis diante de um possível massacre. O saldo foi trágico: foram assassinados oito militares e dois funcionários civis e 12 presos foram mortos durante a fase de recaptura, sendo que muitos presos foram dados como desaparecidos.
No dia 18 de junho de 2000, a Prefeitura Municipal de Ubatuba, a Polícia Militar, a Igreja Católica, a Fundart, a Comtur, as Associações dos Oficiais da Reserva, Subtenentes e Sargentos e Cabos e Soldados patrocinaram uma monumental homenagem aos mortos do levante, primeiramente com uma missa campal celebrada pelo Padre Capelão Coronel da PM João Benedicto Villano seguindo-se de formatura de um contingente da Polícia Militar composto por policiais militares do Vale do Paraíba, Litoral Norte, Academia de Polícia Militar do Barro Branco de São Paulo e da Banda Marcial do 5º BPM/I de Taubaté, entre as ruínas do complexo prisional e desfile da tropa defronte ao prédio da Administração. O Prefeito Zizinho, acompanhado pelo CPI-1 Coronel PM Sebastião de Souza Pinto, passou em revista a tropa formada. Estiveram presentes o deputado federal Ary Kara José; prefeito de Tremembé, Orozimbo Lúcio da Silva; prefeito de São Luiz do Paraitinga, Paul Alceu Prezoto; Chefe do Estado Maior do CPI-1, Paulo César Máximo; Cmt do 1º BPM/I-1, Celso Carlos de Camargo; Cmt do 5º BPM/I-1, José Antonio Rosa; Cmt do 23º BPM/I-1, Nilson Felix Viana; Cmt do 41º BPM/I-1, Nilton José da Silva; SubCmt Interino do 20 BPM/I ,André Luiz Cavalcante; Cmt da 3 ª Cia PM do 20 BPM/I, Marco Antonio Marcondes de Carvalho; Diretor Geral do Instituto Florestal, Luiz Alberto Bucci; Diretor do Parque Estadual da Ilha Anchieta, Manoel de Azevedo Fontes.
O Coronel PM Paulo César Máximo e o prefeito Zizinho, em seus discursos, salientaram a necessidade do resgate e a manutenção da história dos fatos ocorridos naquela manhã sangrenta.
“Só se constrói o futuro dentro da ordem, analisando os erros e acertos do passado”.
Na solenidade foi lançado o livro “Ilha Anchieta - Rebelião, Fatos e Lendas” , do escritor Ten. Samuel Messias de Oliveira.

JORNAL A SEMANA ( NA REDE )   Publicação Semanal - Edição 85 - Ubatuba, 22 a 29 de junho de 2000


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