Ubatuba
na década de 80 continuava o seu desenvolvimento no que diz respeito
ao turismo do local. A cidade entra definitivamente para o mercado de
exploração do turismo, pois suas belezas naturais que
proporcionavam praias, ainda, quase intocadas eram atrações e
chamariz para este crescente mercado. Comerciantes de vários tipos
de estabelecimento aumentavam cada ano, novos hotéis, restaurantes e
outros afins procuravam seu lugar.
A exploração imobiliária cada
vez mais em ascensão, trouxe interessados na exploração turística,
buscando em Ubatuba, a razão para seus investimentos. A procura por
Ubatuba era tão grande por veranistas que despertou rapidamente,
mesmo antes dos anos oitenta, o interesse também dos habitantes
residentes em ganhar o seu dinheiro com os turistas que aqui vinham
nos meses de verão.
Alugar
as suas próprias residências passou a ser para o caiçara
ubatubense uma forma de ganham dinheiro fácil, mesmo que para isso
tivesse que sair da sua comodidade estável por 1 ou 2 meses. Logo,
para muitos desses ubatubenses, ou mesmo aqueles que aqui estão há
pouco residindo, passaram a ter além de suas próprias moradias,
mais uma outra, especificamente para o aluguel temporário aos
turistas. Na verdade, a idéia de investimento para muitos é a
construção de pequenas moradias como prédios de apartamentos
especificamente para aluguéis temporários. Até os dias atuais,
estabelecimentos de hospedagens como hotéis têm como concorrentes
as residências de aluguel temporário, mesmo tendo diminuído um
pouco a febre das casas para alugueis.
Nos
anos oitenta também, um acontecimento veio de encontro com a cidade,
sendo notícia e debate por muito tempo, a realização de um projeto
imobiliário de 600 milhões de dólares e que se denominaria “Porto
Flamengo”. O projeto previa a derrubada de parte da floresta e de
morros em declives, uma ação que ia contra o Código Florestal e
que deveria desencadear profundas alterações no litoral da cidade
de Ubatuba. O projeto previa a construção de 300 apartamentos e
mais 100 casas nos taludes da Serra do Mar. Para a Embratur, o
projeto era visto como uma alternativa de desenvolvimento e atração
de turistas nacionais e estrangeiros;falava-se em uma nova Caribe
que geraria oportunidades de emprego para toda região.
Uma
movimentação de milhões de dólares que trouxe a cidade de
Ubatuba, técnicos de várias secretarias de Estado e representantes
da Embratur, Marinha, USP, Ministério Público e os principais
interessados na preservação da localidade e do município, os
ambientalistas, tornaram o encontro, promovido pelo Movimento de
Preservação de Ubatuba, um ato de militância. Tal encontro tinha o
objetivo de levar a discussão para toda a comunidade local,
demonstrando as vantagens e desvantagens do projeto. Um debate que
não acabou rendendo tanta discussão, sendo prejudicado pela
ausência dos principais interessados na realização do projeto, os
representantes da Selecta Indústria e Comércio, responsável pelo
empreendimento.
TRECHO DO LIVRO " UBATUBA , ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA"....
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