Do site www.ubaweb.com |
Eleição de 1955 - Outra vez Dr. Alberto versus Seu Filhinho?Washington de Oliveira, ainda inconformado com a rasteira que tinha levado do Dr. Alberto na eleição de 1947, não conseguindo nem se candidatar, trazia essa derrota como se fosse um ferrão de bagre atravessado na garganta. Na eleição de 1952 foi pior, tomou um banho de votos do estreante José Fernandes e o ferrão de bagre que estava atravessado, com essa derrota, transpassou-lhe a garganta. No pleito de 1955 foi ainda pior. Seu Filhinho partiu para o tudo ou nada e, alegando que a oposição comprava eleitores (votos) passou a comprar também. 37 anos depois, Seu Filhinho confirmou que comprava eleitores, em matéria publicada na página 10 da Revista Iperoig nº 2, de janeiro de 1993 (Passeio por Ubatuba Antiga). A rejeição era tanta que nem comprando votos conseguiu se eleger. Mediante a intenção da compra de votos, Dr. Alberto montou uma estratégia diferente. Primeiro escolheu um vice-prefeito que fosse benquisto pelos eleitores de ambos os lados. O personagem, dessa vez, foi outro caiçara da gema e do centro, o telegrafista aposentado do correio, o Sr. Benedito Gomes dos Santos, mais conhecido pelo apelido de Piquito Pracedina. Piquito Pracedina era um fanático caçador esportivo, durante a semana pegava sua matilha e ia caçar pacas na Ressaca, no local chamado Rio do furado. Este local ficava, mais ou menos, na frente da subestação da Elektro. Aos domingos, dedicava-se à pesca com tarrafa, da qual eu também participava. Ele tinha como amigo íntimo e companheiro de pesca o Sr. Newton (Nito), irmão do Seu Filhinho. Dr. Alberto acertou na mosca outra vez, não poderia ter um vice mais qualificado do que esse. Uma semana antes do pleito convidou todos os eleitores para, no dia da eleição, tomarem o café da manhã e almoçarem com ele. Para tanto, preparou um lauto café da manhã e para o almoço mandou matar dois bois, oferecendo uma churrascada que se transformou em um verdadeiro banquete. Esta festança era chamada de "OCHARIA". No final da tarde DONA LOLITA distribuiu toda a carne fresca que tinha sobrado. Dali o eleitor já saia com a cédula do candidato no bolso. Era só depositar na urna. "Voto seguro". Jamais poderíamos omitir o nome do pivô de toda essa façanha política bem sucedida do Dr. Alberto, frente ao Seu Filhinho; era a sua mulher (2ª núpcias) a Profª Dona Aurelina Ferreira Santos, a competente (DONA LOLITA), a mãe dos pobres, como era chamada. Ela atendia a todos, a qualquer hora do dia ou da noite, independentemente se o Dr. Alberto fosse o prefeito ou não. Os caiçaras que iam até sua casa solicitar qualquer tipo de ajuda e que chegassem na hora do café da manhã, almoço ou jantar, sentavam a sua mesa. O candidato Dr. José Alberto dos Santos, o popular Dr. Alberto, morava na Rua Conceição, 143, exatamente no local onde foi construída a parte nova da Santa Casa. Já na casa do candidato Seu Filhinho, era exatamente ao oposto. O local da votação era no Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva, localizado na rua Jordão Homem da Costa, as margens do (braço) do Rio Grande de Ubatuba. Neste trecho, até a rua Conceição na casa do candidato, o movimento era tão intenso que a pacata rua Jordão, mais parecia à rua "Direita" em véspera de Natal. A apuração aconteceu só no dia seguinte e o povo sufragou o bom candidato para o quatriênio: 1956-1959. Dr. José Alberto dos Santos, outra vez, prefeito de Ubatuba! No início desse governo, por indicação do Executivo, foi aprovada a importantíssima Lei nº 5/56, de 26 de abril de 1956, que regulamenta a construção de casas e loteamentos de terrenos às margens das estradas de rodagem estaduais. Diz o seu Artigo 2º - Os projetos de loteamentos limítrofes as rodovias estaduais, para serem aprovados, deverão prever uma avenida marginal paralela àquelas com largura mínima de 15 (quinze) metros em toda a sua extensão. Esta lei ratificou o Decreto-lei estadual nº 13.626, de 21/10/1943. Os engenheiros da Prefeitura precisam tomar ciência disso. A Lei municipal ainda está em vigor e a nova Lei estadual nº 10.358/99 não extingue a reserva obrigatória. A Lei nº 5/56 foi ignorada após o prefeito Francisco Matarazzo Sobrinho. Espero que com a reurbanização da praia Grande façam a retomada dessa marginal invadida descaradamente, nas barbas dos engenheiros da Prefeitura ao longo desses 42 anos pós-Matarazzo. E agora? A Prefeitura, hoje, tem coragem e força moral suficientes para passar o trator de cabo a rabo na marginal, sendo que essas invasões aconteceram com a anuência da própria Prefeitura? Ou será que foi por falta de leis? Nossos políticos brincam de administrar a coisa pública. Clique aqui para acessar a listagem dos textos (já publicados) da série Construindo o passado II. Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail parathecaliforniakid61@hotmail.com. |
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
FALA CAIÇARA NENE VELOSO...Construindo o passado II - 11
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário