segunda-feira, 29 de agosto de 2011

ESPECIAL " Ubatuba , espaço, memória e cultura " - Parte 44





Estes nossos entrevistados são mediadores entre o presente e o passado da cidade, intermediários informais da cultura, visto que existem mediadores formais como a universidade, a escola, a igreja, a prefeitura, etc., e que existe a transmissão de valores, conteúdos, atitudes, também constituintes dessa cultura (Bosi, 2003:15). Participamos da aventura de ser ouvintes atentos a nossos narradores, com os quais viajamos a distância temporal para situarmos no território dos sonhos, dos afetos, das imagens, das impressões e intuições que foram comunicadas.




A metodologia de pesquisa nos foi revelando, no decorrer deste trabalho, uma forma de montagem baseada em fontes documentais e orais. Passamos da reflexão teórica à prática da entrevista e a sua transcrição para, finalmente, analisar e interpretar o fenômeno de interação entre o ser humano e o espaço.

Nesta última fase, nos interessa salientar o contexto histórico social em que uma pluralidade de culturas: descendentes de portugueses, índios e negros, mas também da mestiçagem ao longo dos anos com a presença de holandeses, franceses e espanhóis fizeram surgir o caboclo do litoral – o caiçara, um homem em comunhão com a serra do mar. A terra e o mar são prolongamentos das comunidades e com ambos o caiçara vive em verdadeira comunhão espiritual, respeitando-os como fontes de vida – diz Dalmo Dallari no prefácio do livro, Genocídio dos caiçaras, de Priscila Siqueira (1984).

A oralidade - como já mencionamos, em forma de hipótese, parece ser de fundamental importância na configuração desta cultura na serra do mar, pois representa um meio primário de comunicação e agregação no sentido de integração social. De fato, o registro da voz dos próprios protagonistas do acontecer em Ubatuba, confere a nosso livro, um caráter participativo e nos impele a interpretar o imaginário que aparece nas representações sociais como um fenômeno espacial de conotações humanas em um processo de humanização.

Mas, tem um motivo que nos mobilizou o tempo todo nesta pesquisa, despertar às instituições públicas e privadas para olhar Ubatuba como um potencial aberto do ponto de vista turístico, investindo na cultura local, na sua história e na preservação do meio ambiente com o qual foi abençoada.


Primeira parte ( do Livro " Ubatuba , Espaço , memoria e cultura " - Editado em 2005 - Autores Jorge Otavio Fonseca e Juan Drouguett)
Esteve livro pode ser encontrado na Biblioteca Municipal de Ubatuba - Praça 13 de Maio, 452 - centro


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