quarta-feira, 10 de agosto de 2011

CONSTRUINDO A HISTÓRIA 2 - PARTE 9



 Do autor deste Blog, essas matéria com o Titulo acima são do Sr. Nenê velosso , colunista do site www.ubaweb.com, como se trata de um Colunista q. divulga a história de nossa querida cidade , eu tomei a liberdade de "copila-las " postando aqui neste blog, o qual trata somente de divulgar a verdadeira história de Ubatuba - SP...

Os moradores do quadrilátero histórico: praia do Cruzeiro, rua Conceição, rua Hans Staden, Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva e Boca da Barra, chamavam os moradores dos outros bairros de "índios", principalmente os do recém-criado "Bairro da rua Nova". No início, o negócio era sério mesmo! Depois foi perdendo a força, mas só o bairro do Perequê-Açú não conseguiu se livrar até hoje, dessa conotação considerada pejorativa naquela época. É briga feia no ato!





Dr. Alberto transformou o caminho do Perequê-Açú na Av. Dr. Félix Guisard, com 30 metros de largura. Ajardinou a praça Nóbrega e a praça Marechal Deodoro. Iniciou o prolongamento e o alargamento da rua Dona Maria Alves para 20 metros. Triplicou o abastecimento de água com a ampliação da caixa d’água do morro da Pedreira. O que antes existia não se podia considerar um abastecimento de água encanada na cidade.




Para isso, a prefeitura contraiu um pequeno empréstimo, tendo-se gasto menos de Cr$ 800.000,00 (oitocentos contos), em um serviço que deveria gastar mais de mil contos. Isso porque obteve o concurso da seção de construção do D.O.S., não pagando administração, e recebendo oitocentos metros de tubo adutor de presente do Sr. Secretário da Viação, como auxílio que pediu.
Reconstruiu a ponte sobre o rio Lagoa e construiu a ponte do rio Acaraú, dando passagem para o Cais do Porto que se encontrava isolado da cidade. Dr. Alberto era proprietário de vários cinemas na Capital Bandeirante, sendo o mais conhecido o "Cine Avenida" (depois Cine Olido) localizado na avenida São João a poucos metros da avenida Ipiranga e os dividendos que recebia de suas empresas investia aqui. Mais de CR$ 400.000,00 por ano, na construção civil. Implantou vários loteamentos e montou uma tipografia. Instalou em Ubatuba o primeiro cinema, no prédio do antigo teatro, por volta de 1952.
Com essas medidas, o novo prefeito, atraiu empresários de vários ramos, sendo os primeiros:
· Dr. Licurgo Barbosa Querido (taubateano), este foi o maior empreendedor de Ubatuba.
· Wilson Abirached (taubateano), proprietário de uma agência de automóveis (representante Chevrolet) e aqui, atuou no ramo da construção civil. Tinha um porto de extração de areia, no rio Grande, no local denominado (Furado), nas imediações da subestação da Elektro. Sua mulher, a professora Altimira Silva Abirached, lecionava no Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva (foi a minha primeira professora).
· Família Frediani (taubateana), postos de gasolina.
· Família Carpinetti, militar aposentado, atuando na área imobiliária e outras.
· Família Moraes, atuava em vários ramos: mecânica, posto de gasolina e corretor de imóveis.
· Helmut Bischof, Escritório de Construções. Projetista Construtor Licenciado, CREA 455/52 L.P. Anos depois teve o seu registro alterado para CREA Nº 5770 6ª Região - São Paulo. O projetista Helmut, tinha trabalho mesmo era com a criançada, que alterava o seu sobrenome nas placas de responsabilidade fixadas nas obras: Helmut Bischof para (Helmut Bischofeio). Mais tarde chega o seu irmão Alfredo Bischof, atuando no mesmo ramo.
· No ramo dos transportes, o Sr. Isidoro Nardelli, que residia na rua Dona Maria Alves, 137, era proprietário de um caminhão e uma jardineira que fazia o trajeto Cidade / praia da Enseada. Mas, para ir até ao outro canto da praia, na divisa com o bairro do Perequê-Mirim, só era possível com a maré baixa. O primeiro cobrador da jardineira foi o meu irmão Zuzú.
· O pernambucano Sr. Félix José Francisco, chegou a Ubatuba em meados de 1942. Tornou-se arrendatário do Hotel Felipe, mas não se adaptando no ramo da hotelaria, arrendou o prédio na esquina da rua Dona Maria Alves / rua Jordão Homem da Costa (hoje açougue do Supermercado Paulista) de propriedade do Sr. Horácio Bruno, e montou um bar (Bar do Povo), tornando-se mais conhecido como "Bar do Seu Félix". O novo comércio ia de vento em popa, já no ano seguinte comprou um terreno na rua Dona Maria Alves / rua Cunhambebe, dando início ali a construção de uma casa de morada.

Além da sua rápida prosperidade, o Sr. Félix não "tomava a bença" do prefeito, que nessa época era o Capitão Deolindo de Oliveira Santos, que não tolerava dos migrantes e até dos filhos da terra tais procedimentos, isso era entendido pelo prefeito como provocação. Sendo imediatamente rotulado de "sujeitinho petulante", e quem não se enquadrasse no sistema "deles" eram perseguidos implacavelmente até a 4ª geração. Era o comentário da época. O Seu Félix teve até sua casa recém-construída ameaçada de demolição, mas como o prefeito era um cagão, nada aconteceu. O sistema funcionava a base da guerra de nervos, que servia para medir a valentia do cidadão. Foi o caso do Seu Félix; o prefeito foi até a praça Nóbrega e comentou que "A casa do Cabeça Chata, ia ser demolida".
O pernambucano ficou furioso, mas não se intimidou com as ameaças e devolveu-lhe o recado no mesmo sistema "A minha casa, têm alvará de construção fornecido pela prefeitura, devidamente aprovado. O prefeito que venha demolir!... Venha demolir que eu faço como se faz no Norte." Foi o quanto bastou para o prefeito tirar o time de campo. Os opositores mais ferrenhos eram o Seu Trajano e o Seu Adinho. Peitavam "Os Oliveiras" de todos os modos, principalmente no braço.
Os Oliveiras eram assim: bateu o pé, não ficava um. E nunca mais Seu Félix foi importunado, mas tinha que ficar de olho no retrovisor. Mais tarde trouxe o seu irmão, José Bento da Silva (Seu Zezinho), para ajudá-lo no bar, e que por volta de 1954 se estabeleceu no ramo da panificação, montando uma padaria (Estrela), na rua Dona Maria Alves, 520, que se encontra até hoje no mesmo local.
Clique aqui para acessar a listagem dos textos (já publicados) da série Construindo o passado II.

Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail parathecaliforniakid61@hotmail.com.

Nenhum comentário: