sexta-feira, 1 de julho de 2011

VAMOS CONHECER UM POUCO DA FIGURA " DO FEITICEIRO" OU DO "PAGÉ" TUPINAMBÁ


O feiticeiro na mitologia Tupinambá era um membro da tribo dotado de poderes mágicos adquiridos por “inspiração”. Pessoas de experiência que sabiam dos ritos praticados em favor do destino do grupo. A arte da feitiçaria, portanto, consistia no domínio do conhecimento e poucos conseguiam a perfeição. Para ser um feiticeiro de nome entre os Tupinambá havia que se submeter a provas de talento, onde por meio de passes de mágica o candidato devia sarar doentes e fazer profecias comprováveis. O feiticeiro presidia as cerimônias religiosas e as danças, considerado, em última instância, pelos missionários como santidade ou o homem sagrado.




Os pays ou pajés exerciam seu oficio de modo itinerante, nas regiões ocupadas pela tribo de sua raça. Inspiravam poder, receio e até divinização. Eram recebidos nas aldeias com grandes honras: cânticos, danças, cauim e até os habitantes chagavam a limpar o caminho por onde esses mediadores passavam. O terror que inspiravam esses feiticeiros permitia aos mesmos ter tudo o que desejavam, sua autoridade era incontestável1.

Entre as principais atribuições dos pajés estavam: o predizer a fertilidade e estiagem dos anos; o resultado de qualquer empresa individual ou coletiva; agir sobre os fenômenos naturais e, provocar doença ou morte naqueles que merecessem tais castigos. O poder da feitiçaria estava baseado nas relações dos pajés com os espíritos.

O feiticeiro Tupinambá tinha entre outras funções ouvir as mulheres, moças, casadas ou solteiras em confissão, atividade desenvolvida com muita freqüência, mas não se sabe qual era o propósito deste costume, afirma Métraux. Era aplicada uma absolução apesar de que não se guardava segredo deste ato de intimidade, talvez esse ato estivesse relacionado com as proscrições referentes à vida sexual na tribo. Outro costume, no qual os feiticeiros também participavam ativamente, era nas purificações públicas com a aspersão de água ou no encher de grandes potes de barro proferindo palavras na superfície destes e soprando dentre deles com fumo.
1 Etimologicamente a palavra pajé significa aquele que diz o fim, o profeta da aldeia. A passagem de pajé para caraíba era por meio do reconhecimento social da tribo, uma espécie de santidade adquirida por virtudes manifestas em atos. O caraíba uma vez em posse deste título: pajé – açú gozava deste privilégio de ser considerado um descendente direto dos heróis civilizadores. Toda caraíba era pajé, mas nem todo pajé era caraíba.

DO LIVRO " UBATUBA, ESPAÇO, MEMORIA E CULTURA"...

Nenhum comentário: