Em quantidade cinco vezes maior que a dos carros, as bicicletas são as novas donas das ruas; prefeitura quer disciplinar trânsito
Andar por Ubatuba sem cruzar com uma bicicleta é como ir à praia e não ver o mar. A quantidade de bicicletas na cidade --cerca de 55 mil-- é cinco vezes maior que o número de carros --11 mil.
Motoristas e ciclistas travam verdadeiras batalhas nas ruas de Ubatuba. A situação está colocando os responsáveis pelo trânsito em situação de alerta por falta de estrutura para tantas bicicletas.
Ubatuba tem cerca de 67 mil moradores de acordo com censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografias e Estatística).
Uma das principais avenidas da cidade, a Thomaz Galhardo, recebe uma média de 15 mil bicicletas por dia. Elas invadem a rua inteira, que é mão-única, disputando espaço com os carros e motos.
"O ciclista não respeita a mão de direção e a gente tem que tomar cuidado porque é grande o risco de um acidente provocado por bicicleta. Elas andam na contramão e enfrentam o carro no meio da rua", disse o autônomo José de Aquino Aguilar, 29 anos.
"Estamos fazendo uma campanha de conscientização para que os ciclistas aprendam que têm direitos, mas também têm deveres que devem ser respeitados", afirmou o prefeito Paulo Ramos (PFL).
Ele planeja construir uma ciclovia na Thomaz Galhardo para quem segue em direção ao centro, outra na rua Conceição para quem vai em direção aos bairros e outra ao longo da Avenida 9 de Julho, que passa ao lado da praia para desafogar o tráfego das bicicletas.
Os ciclistas também estão na mira do vereador Charles Medeiros (PSDB), que, além de prever um trabalho de conscientização, determina que depois de seis meses, o ciclista imprudente seja multado e tenha seu veículo apreendido.
Segundo o vereador, o projeto foi retirado da votação na última sessão de Câmara para que possa ser discutido com mais profundidade pelos vereadores, comerciantes e população.
A prefeitura também estuda a viabilidade de cadastrar ou emplacar as bicicletas. A alternativa poderia ajudar a resolver outro problema, que é alto índice de furto de bicicletas.
Nos cinco primeiros meses foram registrados 145 furtos de veículos, um número considerado alto pela polícia.
Os adeptos das bicicletas se defendem e alegam que o veículo é prático para o trânsito do litoral e gera economia para quem usa.
COMÉRCIO - Se por um lado o número excessivo de bicicletas causa confusão no trânsito, por outro elas representam um mercado promissor para o comércio, principalmente para as oficinas que montam bicicletas de acordo com a encomenda do freguês.
As oficinas recebem encomendas de verdadeiras invenções, como as de Eliseu Marques de Sá, 23 anos. Ele aproveitou disponibilidade de quadros, rodas, correntes, pedais e criou uma bicicleta onde o pedal fica no lugar do guidão. "Quando vou para a rua sou parado porque muitas pessoas querem copiar o modelo, é um sucesso". (Fonte: ValeParaibano)
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